Laís e Arthur são protagonistas em Jogo da Discórdia. Crédito: Reprodução/Globo
Você já ouviu falar em Gaslighting? O termo que ganhou as redes sociais nesta segunda-feira (21), após o Jogo da Discórdia, no “BBB 22”. Durante a dinâmica, vários internautas associaram essa palavra ao participante Arthur Aguiar por conta de seu comportamento com Laís no reality.
Após montar seu ranking na dinâmica desta noite, Laís tentou justificar suas escolhas e o motivo de colocar o marido de Maira Cardi como o mais arrogante da casa. A sister, no entanto, foi interrompida pelo ator por diversas vezes. Na ocasião, a sister alegou que o ex-Rebelde sempre tenta diminuí-la nas interações do game.
Durante o Jogo da Discórdia, internautas perceberam que Arthur não deu espaço para Laís se defender e usaram palavras como. "Abusivo", "Pertubardor", "Gatilho" e "Gaslighting" para criticar o carioca e apontar uma "violência emocional" com a goiana.
O QUE É GASLIGHTING?
"Gaslighting" é uma forma de violência psicológica no qual o abusador faz a vítima duvidar da própria sanidade. Em outras palavras, tenta parecer que a outra pessoa está confusa e errada o tempo inteiro. Assim, a vítima acaba se culpando por algo que nunca fez ou presenciou. Essa manipulação geralmente acontece de forma sutil, distorcida e até mesmo em situações inventadas.
Segundo a advogada Flávia Albaine, no artigo “Gaslightting: a violência através da manipulação”, existem vários perfis de ‘gaslighters’. Enquanto uns são fáceis de identificar, outros desafiam uma percepção mais aguçada e possuem uma série distinta de comportamentos.
“O que todos têm em comum é a manipulação para obter controle sobre os demais, fazendo com que o outro se questione sobre a sua própria realidade", diz a advogada, que dá alguns exemplos de comportamentos de gaslighting.
"Exemplos de comportamentos assim podem ser citados, como o namorado extremamente controlador e ciumento, mas que envolve a parceira por ser charmoso e autoconfiante, fazendo com que a namorada acredite que o ciúmes é prova de amor; o assediador que culpa a vítima por uma violência cometida contra a mesma, dizendo que ela foi a causadora da situação, e/ou que está 'maluca' e enxergando coisa onde não existe; o chefe que sempre dá um jeito de levar o crédito pelo trabalho que você faz, ou, então, que tenta invisibilizar – de forma direta ou velada – a sua competência técnica, fazendo com que você se questione se realmente é uma boa ou bom funcionário; o presidente de uma empresa que atormenta e intima os seus subordinados, jogando um contra os outros para desviar a atenção do seu próprio comportamento antiético no trabalho", destaca.
"Outra tática comum dos Gaslighters é coletar informações fornecidas pela própria vítima e, posteriormente, utilizá-las contra elas de forma a prejudicá-las. Eles tratam a vulnerabilidade da vítima como uma fraqueza a ser explorada e, em muitos casos, espalham boatos a respeito das vítimas para enfraquecê-las emocionalmente", completa.
QUAL A ORIGEM DO TERMO GASLIGHTING?
O termo ‘Gaslighting’ vem da palavra americana ‘Gaslight’, que significa ‘Luz a Gás’. O nome em inglês também foi título de um filme de 1944 que conta a história de um marido manipulador. No enredo, o homem faz com que a esposa pareça louca em diversas situações do dia a dia para poder roubar suas joias.
Segundo uma reportagem do Fantástico (TV Globo) de outubro de 2021, o ‘Gaslighting’ é um tipo de violência psicológica, portanto, considerado crime. O Código Penal indica que a pena pode variar de 6 meses a 2 anos para quem pratica.
"No âmbito doméstico, familiar e afetivo, o Gaslightting cometido contra a mulher pode configurar violência psicológica a atrair a incidência da Lei Maria da Penha. Caso tal fato ocorra contra a vítima mulher em outro ambiente, pode configurar o crime de violência psicológica contra a mulher previsto no artigo 147-B do Código Penal", explica Flávia.
De acordo com o artigo 147-B, da Lei 14.188/21, é ilegal "causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações...mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem...ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação".
*Com informações da Folha e Fantástico.
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