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Publicado em 18 de maio de 2022 às 11:11
A próxima novela das 19h da Globo, "Cara e Coragem", que estreia no dia 30 de maio, vai colocar os holofotes sobre um elenco de protagonistas pretos. E engana-se quem pensa que seus papéis terão caráter de subserviência como historicamente pode ser visto na TV. Os atores, cujos personagens são cheios de riqueza, afirmam ser um "marco histórico na TV".
"Se você abrir as cortinas dessa novela, a diversidade aparecerá. O audiovisual sempre nos colocou em submissão e quando vemos um núcleo preto com três gerações cheias de dinheiro e que não conheceram a pobreza, isso é representatividade. 56% do meu povo poderá se sentir representado", afirma Claudia di Moura, que na trama vive Martha, a matriarca da família Gusmão e presidente de uma siderúrgica.
De acordo com ela, a família à qual está inserida na história é a "encarnação da justiça social que reivindicamos". Para a artista, o momento é de mudança. "O núcleo preto tem palavra e está sendo ouvido. Essa família vive sem aflição e esse é meu sonho para a atualidade", destaca a atriz que também se diz feliz por gozar de privilégios e por "poder usar Gucci na TV".
Filho dela em "Cara e Coragem", Ícaro Silva também comemora o avanço com o protagonismo preto. Seu personagem é Leonardo, um vilão que quer tomar o controle da empresa da família após a morte da irmã, Clarice (Taís Araújo).
"Ele se apresenta como um cara jovem, um preto bilionário que tem Porsche, empresa de sucesso, já nasceu rico. O poder também é lugar de afeto", destaca o ator. Quem também achou ótimo todo o destaque à negritude na trama foi Paulo Lessa, que nela interpreta o bem-sucedido instrutor de parkour Ítalo.
"Essa novela vai quebrar estereótipos e irá além do entretenimento. E ele é um personagem negro, protagonista, bem-sucedido, com um carro incrível e uma casa maravilhosa. E não é superficial. Feliz e orgulhoso de fazer parte."
Tudo isso é resultado da iniciativa da autora, Claudia Souto. Durante um bate-papo com a imprensa, ocorrido na última segunda-feira (16) e do qual o F5 participou, ela contou que ainda está aprendendo e que não quer revolucionar o audiovisual, mas dar um passo de cada vez no sentido contra a discriminação.
"Sou fruto de uma dramaturgia assistida desde pequena do patriarcado branco. E é tudo muito novo para mim. Agradeço aos meus atores pela generosidade de me ensinarem nos dias de hoje."
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