Fernanda Montenegro foi eleita na tarde desta quinta-feira (4) para integrar a Academia Brasileira de Letras. Crédito: Divulgação
Indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1999, por sua atuação em "Central do Brasil" - dizem as más línguas que ela perdeu injustamente para Gwyneth Paltrow, por "Shakespeare Apaixonado", por poucos votos -, Fernanda Montenegro conseguiu mais um feito em sua carreira: aos 92 anos, foi eleita, na tarde desta quinta-feira (4), para ocupar a cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ao receber 32 votos dos acadêmicos (dois votos foram brancos).
De acordo com o portal G1, Fernanda não esteve presencialmente no local, já que, por norma da ABL, candidatos não podem participar da sessão, que teve início às 16h.
Ela deve assumir o posto em março de 2022, quando o órgão volta do recesso de fim de ano. Para ser nomeada para o posto de "imortal", Montenegro precisava obter 17 votos. No mês passado, a atriz oficializou sua candidatura à cadeora, antes ocupada pelo diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, que morreu em 15 de março de 2020.
Pelo Instagram, Fernanda Montenegro agradeceu a ABL pelo reconhecimento. "A Academia Brasileira de Letras é um referencial cultural de 125 anos. Abrigou e abriga representantes que honram a diversidade da nossa criatividade em várias áreas. Vejo a academia como um espaço de resistência cultural. Agradeço a oportunidade".
Em entrevista recente ao jornal O Globo, Fernanda falou sobre sua indicação. "É algo assim, é uma viagem no imaginário, uma viagem no sublime. A minha arte não é imortal. A arte do ator é enquanto ele está ali vivo, presente em carne e osso. Mas, de uma forma poética, vamos dizer que é imortal. Eu fico muito espantada que uma academia que tem como princípio ser imortal, acolher uma atriz que só existe quando está em cena 'carnificando' o personagem", declarou.
A atriz também destacou a pouca participação de mulheres na academia. "Já não teve nenhuma mulher na academia. Isso (mulheres ocupando cadeiras na ABL) não vai parar. Vai chegar uma hora que talvez tenha mais mulheres do que homens. Certamente, a chegada das mulheres vai ter força e será aceito. É do tempo atual, da justiça em torno da existência humana”.
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