Alexandre Pires é uma das atrações do encerramento do Roda de Boteco. Crédito: Leo Lima
Após um mês de uma verdadeira "orgia gastronômica", com delícias espalhadas em cerca de 40 bares de Vitória, Vila Velha e Cariacica, o Roda de Boteco 2022 se encerra nesta sexta (8) e sábado (9), com o Botecão, que será realizado no Parque da Prainha, em Vila Velha.
Entre os comes - versões menores dos petiscos oferecidos nos bares nos últimos 30 dias - e bebes "de lei", estão as atrações musicais, com destaque para o show de Alexandre Pires, que traz para a Grande Vitória nesta sexta (8) o celebrado espetáculo "Baile do Nêgo Veio 2", que conta com três horas de pura nostalgia (haja fôlego!), com o "mineirinho" cantando clássicos dos anos 1990, tanto do Só para Contrariar (SPC), grupo em que foi integrante, como hits do axé, rock e forró.
Nesse caldeirão pop, não podem faltar "Cilada", "Mineirinho", "Depois Do Prazer" e "Essa Tal Liberdade". Tem até a inesquecível "A Barata" (quem nunca deu uma "paulada" na barata dela, né?), um hino do SPC. Uma deliciosa viagem ao túnel do tempo. Sinta a vibe!
"O espetáculo apresenta um repertório com mais de 40 hits que mexem com a memória afetiva do público", garantiu Alexandre Pires, em bate-papo com "HZ", garantindo que, aos 46 anos, esbanja saúde e vigor físico para puxar três horas de espetáculo.
"Danço, canto e sapateio sem parar (risos) e ainda troco de figurino entre as músicas. Mas confesso que, desde o início da minha carreira, faço questão de cuidar da minha saúde e da minha alimentação. Sempre que posso, vou à academia, dou uma corridinha e também pratico futevôlei", detalha o artista, dando a receita da longevidade.
Abaixo, veja trechos da prosa. Vem com a gente!
Como nasceu a ideia de criar o O "Baile do Nêgo Véio 2"?
Surgiu dos blocos do Carnaval do Rio, que tocam um pouco de tudo. A essência do Carnaval, o choro, as marchas, mistura um pouco de tudo, e isso me chamou muita atenção. Em 2018, estávamos trabalhando em uma turnê internacional e muitas pessoas aqui no Brasil pediam pelo meu show, então resolvemos fazer um baile com os grandes hits que marcaram os anos 1990. Foi uma época recheada de sucessos, e que, ao mesmo tempo, fizeram parte da minha história. Todos esses artistas que toco no “Baile” eram artistas que surgiram justamente na minha época, quando o Só Pra Contrariar (SPC) começou a viajar pelo Brasil.
Quais músicas não devem faltar no repertório, que conta com seus sucessos, faixas do SPC, além de hits do axé, sertanejo e pagode? É um "caldeirão pop"?
O espetáculo apresenta um repertório com mais de 40 hits, que mexem com a memória afetiva do público. São canções escolhidas a dedo, verdadeiros hinos, que estão na boca do povo e deixam o clima ainda mais contagiante. Vou citar só alguns, para não estragar a surpresa: "Tá Afim De Sambar", "É Bom Demais", "Lá Vem O Negão", "Mal Acostumado", "Domingo", "Cilada", “Morango Do Nordeste", "Que Se Chama Amor", "Mineirinho", "Sai Da Minha Aba", "Depois Do Prazer", "Carrinho De Mão", "Segura O Tchan", "Essa Tal Liberdade", "Pelados Em Santos" e a inesquecível "A Barata". O show é uma imersão aos bons tempos e que certamente estão na história das pessoas.
Por que resgatar os anos 1990? O SPC ainda é muito forte em suas lembranças?
Todas as músicas foram escolhidas com muito carinho e dedicação, pois foram faixas muito marcantes na época e que empolgam o público até hoje. É uma responsabilidade imensa reproduzi-las. O SPC é minha raiz, onde tudo começou. É impossível desgarrar e esquecer do passado. São momentos inesquecíveis na minha vida e na minha carreira.
São três horas de show em ritmo dançante (e alucinante). Como você faz para manter o pique?
Realmente são três horas alucinantes (risos). Danço, canto e sapateio, sem parar (risos) e ainda troco de figurino entre as músicas. Mas confesso que, desde o início da minha carreira, faço questão de cuidar da minha saúde e da alimentação. Sempre que posso, vou à academia, dou uma corridinha e também pratico futevôlei. Para aguentar essa maratona de shows é preciso estar em forma e bastante concentrado. Porém, é extremamente gratificante ver o público feliz, curtindo.
Você se apresentou em Cachoeiro de Itapemirim no encerramento do Roda de Boteco, em junho. Como foi o clima do show, visto que os capixabas sempre apreciaram seu trabalho?
O show foi muito legal! A galera estava superanimada e ansiosa pela nossa apresentação. Desde que esse show foi confirmado, vínhamos recebendo várias mensagens de carinho do público e toda essa calorosa receptividade nos proporcionou um momento bastante especial.
Você foi lançado entre os anos 1980 e 1990, época em que o pagode, ou mesmo o samba, reinava em absoluto. Hoje, existe a forte concorrência do sertanejo e da música pop. O que mudou (e se mudou) nesses 30 anos, especialmente no gosto do público?
A cultura no Brasil é tão vasta e abrangente que, mesmo nesses momentos em que certos estilos musicais estão em alta, os outros continuam se mantendo e fazendo grandes shows. Nos anos 1980 e boa parte dos anos 1990, o rock também estava em alta no Brasil. Isso demonstra apenas que a organização da indústria da música era um pouco mais aberta e que tínhamos mais opções entre as tendências musicais. O que mudou apenas foi a maneira de consumir música. Existe espaço para todos os estilos e segmentos. Durante todo esse tempo, me mantive na estrada, me apresentando tanto no Brasil, como no exterior, e trabalhando muito para consolidar minha carreira. Sou extremamente determinado e focado em trazer o melhor para quem me acompanha.
Por falar em anos 1990, como explicar a longevidade de Alexandre Pires?
Sou um artista bastante transparente e genuíno. Tenho muita gratidão pelo meu trabalho e pelas pessoas que estão ao meu lado. Sou muito abençoado em ter uma trajetória tão bonita e com fãs extremamente atenciosos e carinhosos. Minhas músicas, meus shows são para levar alegria e diversão às pessoas, da maneira mais pura e extrovertida, e o público felizmente reconhece isso. Acredito que esse é o verdadeiro segredo do sucesso.
Você está com um projeto novo, e muito elogiado, "Tour Irmãos", ao lado de Seu Jorge. Esperava essa repercussão positiva?
Esse projeto é algo maravilhoso na minha vida. Dividir o palco com Seu Jorge é algo extremamente prazeroso e divertido. Ele é um artista talentoso demais, com uma voz ímpar. Nosso entrosamento é tão impressionante, que parece que realmente temos uma conexão de vidas passadas. Todas as apresentações que realizamos desse tour, até então, tiveram os ingressos esgotados e a ideia é levar esse show aos quatro cantos do Brasil. Estreamos esse tour em Portugal e até já estamos estudando propostas de outros países.
E não poderia deixar de fazer a pergunta clássica: Como todo bom mineiro, há alguma lembrança de viagem ao Espírito Santo na infância ou na juventude? Férias inesquecíveis?
Na infância não, mas lembro de ter feito muitos shows com SPC no Espírito Santo e só tenho boas recordações. O povo sempre foi muito caloroso e receptivo conosco. Lembro de, nos momentos de folga, de conhecermos algumas praias. É um Estado maravilhoso, com cidades lindas e pessoas que realmente gostam de curtir boa música.
"BOTECÃO", NO ENCERRAMENTO DO RODA DE BOTECO
- QUANDO: Sexta-feira (8) e sábado (9), no Parque da Prainha, em Vila Velha. Sexta, com portões abertos a partir das 17h, e sábado, a partir das 16h.
- ATRAÇÕES MUSICAIS: sexta (8), Alexandre Pires, e sábado (9), bandas Vou pro Sereno e o Grupo Clareou.
- O QUE MAIS VAI ROLAR: A final do Roda de Boteco 2022 vai reunir os petiscos dos 40 bares participantes da edição na Grande Vitória. Os botequeiros poderão degustar todos os petiscos do festival, em porções reduzidas, por um valor único de R$ 20. São 40 opções para todos os gostos, como frutos do mar, moquecas, feijoadas criativas, carnes e massas. A festa ainda vai divulgar os vencedores do festival.
- FEIRA DE NEGÓCIOS: O Botecão promove uma feira de negócios com produtos nos segmentos de casa, decoração, bem-estar e alimentação. A feira - que irá funcionar anexo à festa -, acontece sexta e sábado, com empreendedores do ramo do artesanato, agricultura familiar e economia solidária. Na sexta (8), os estandes irão funcionar de 17h à meia-noite para o público que adquiriu o ingresso para o Botecão. No sábado (09), terá entrada gratuita de 12h às 15h30 (neste horário, somente a feira estará funcionando). Depois, a partir de 16h, quando os portões do Botecão abrirem, o acesso se dará com apresentação do ingresso, seguindo até meia-noite.
- INGRESSOS: R$ 170 (inteira) e R$ 85 (meia), à venda pela internet ou em forma presencial, sem taxa de conveniência, na loja Believe. Rua Henrique Moscoso, 244, loja 02, Praia da Costa, Vila Velha
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