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Publicado em 29 de maio de 2022 às 15:00
"Um tapa na cara do machismo". É esse o impacto que o ator Carmo Dalla Vecchia, 50, deseja que aconteça na sociedade com as cenas de seu personagem na nova novela das 19h, "Cara e Coragem", que estreia nesta segunda-feira (30), na Globo.
Na história escrita por Claudia Souto, Carmo vive Alfredo, um talentoso ilustrador e desenhista casado com Pat (Paolla Oliveira). Enquanto a esposa se dedica ao trabalho de dublê, ele é quem cuida da casa, cozinha, leva os filhos para a escola. Esse também é seu primeiro papel de galã desde que se assumiu gay, em 2021.
"Acredito que esse papel possa ajudar a mudar esse conceito errado, pois há uma certa inversão de papéis do que pessoas imaginam. Precisamos de exemplos como esse para muitos terem um olhar diferente. Vejo o que rola comigo hoje. Eu converso com pais que não têm a menor noção do que acontece na casa", diz.
Segundo o ator, a ideia é justamente tocar nessa ferida histórica e machista da sociedade. "Vamos contar uma história afetiva e bonita de um homem que tem contato direto com tudo ao seu redor e sobre a vida da família."
Na trama, Alfredo tem uma doença ainda desconhecida, mas que ele não faz muito esforço para descobrir. É Pat quem o leva a consultas entre um aventura e outra para tentar decifrar o que há de errado. "Meu personagem não tem coragem de assumir que é doente e nega. Se a trama fala de coragem, nesse caso é a falta dela. Ele também não enxerga que talvez o casamento não seja mais o que já foi anos atrás", explica o ator.
"Cara e Coragem" vai substituir "Quando Mais Vida, Melhor!", que termina nesta sexta (27), e terá Pat e Moa (Marcelo Serrado) como protagonistas. Os dois serão dois dublês, amigos, que serão contratados por Clarice (Taís Araujo) para resgatar uma fórmula secreta perdida, o que vai causar muito mistério e aventura.
Outra relação que deve dar o que falar na trama é a de Jéssica (Jeniffer Nascimento) e seu melhor amigo, Duarte (Kiko Mascarenhas). Ele é uma espécie de faz-tudo em uma companhia de dança, mas que de noite se transforma no farsante Bob Wright, um metido a ricaço que só pensa em se dar bem e entra nos eventos mais requintados.
Para Jeniffer, o público dará boas risadas com as desventuras de Duarte/Bob e com Jéssica como motorista particular do amigo. Mas também refletirá com o seu papel. "Eu estudei em escola particular e sempre fui a única negra da turma, aquela que ficava agitando as amigas para os meninos. Agora, a Jéssica tem um amor não correspondido e dessa forma me faz lembrar da minha adolescência. A dura realidade de mulheres pretas que não são olhadas e valorizadas", afirma.
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