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Publicado em 29 de dezembro de 2021 às 08:10
A marca francesa Dior anunciou nesta terça (28) que suspendeu por tempo indeterminado a colaboração que faria com a Cactus Jack, marca do rapper Travis Scott, 30, devido a tragédia que deixou dez mortos no festival de música Astroworld, em Houston, no Texas (EUA), em novembro.
"Em respeito a todos os afetados pelos trágicos eventos em Astroworld, a Dior decidiu adiar indefinidamente o lançamento de produtos da colaboração Cactus Jack originalmente destinados a serem incluídos em sua coleção de verão de 2022", disse a empresa em um comunicado.
A parceria de Scott com o diretor criativo Kim Jones foi anunciada pela primeira vez em junho -seguida por um desfile de moda em Paris que exibiu peças com homenagens ao rapper Pop Smoke, tênis cobiçados e muito mais- marcando a primeira vez que Dior trabalhou com um músico. A coleção estava programada para ser vendida um ano após seu lançamento.
A suspensão por tempo indeterminado é a última de uma série de adiamentos para o Scott. A Cactus Jack havia se associado a marcas como Nike e McDonald's, mas muitos se distanciaram do rapper desde a tragédia no festival.
Segundo o Page Six, desde a tragédia, Astroworld foi atingido por mais de 140 ações judiciais e um processo judicial em massa por 1.500 participantes do show contra Scott, Live Nation, Apple Music, o convidado especial Drake e outros.
A capa da W Magazine de Scott com a namorada grávida Kylie Jenner também foi retirada, e a Nike também atrasou o lançamento de novos estilos de calçados projetados pelo artista.
O rapper afirmou em uma entrevista com Charlamagne tha God no "The Breakfast Club", no início deste mês, que ele "não ouviu" os gritos de milhares de fãs e fez tudo o que pôde para evitar a tragédia. Ele acrescentou que pretende descobrir exatamente o que deu errado.
"Vou consertar isso para as pessoas do futuro. Vou consertar esse problema e encontrar uma solução para garantir que isso não aconteça no futuro e, definitivamente, ser a voz número um para isso."
A tragédia aconteceu durante um show do rapper Travis Scott no palco do Astroworld, em Houston, no Texas (EUA), dia 5 de novembro. Ao todo, 10 pessoas morreram e várias foram hospitalizadas no tumulto durante a apresentação.
Kim Kardashian e Kendall Jenner se pronunciaram a respeito da tragédia no show do cunhado. "Com o coração absolutamente partido pelas vidas que foram perdidas e por qualquer um que foi ferido em Astroworld. Assim como todos vocês, nossa família está em choque com a tragédia. Estamos orando por todas as vítimas", disse Kim.
Kendall disse que ainda está sem palavras sobre as notícias. "Estou realmente triste pelas famílias que perderam entes queridos e minhas orações vão para todos os envolvidos. Estou enviando todo o meu amor a todos que foram afetados e desejando-lhes força durante este período incrivelmente devastador e sensível", comentou.
Segundo o TMZ, Scott não sai de casa desde a tragédia. Seu advogado, Ed McPherson falou como ele estava arrasado, porque aconteceu em sua cidade natal e se trancou em casa. "O fato de ter acontecido com Houston, que ele ama, e de ter tantas pessoas por perto é particularmente devastador."
Travis cancelou o show que faria entre os dias 14 e 15 em Vegas e uma petição está crescendo online para interromper seu evento principal no Coachella na próxima primavera. O advogado diz que se apresentar é a última coisa na mente de Travis no momento e dar apoio às famílias das vítimas.
Fontes ligadas ao rapper falaram ao TMZ que ele nunca foi informado no festival sobre as pessoas mortas e feridas. Segundo as fontes, Travis não sabia a gravidade da situação quando chegou à festa pós-show e isso continua consistente com o fato de que ninguém, incluindo a polícia, confirmou publicamente a gravidade dos acontecimentos que aconteceram no local.
Drake, que deu a festa e se apresentou com Travis como convidado surpresa no show, também não tinha ideia que havia pessoas morrendo na multidão. Segundo o TMZ, havia várias pessoas implorando aos operadores de câmera e outros para interromper o show.
Apesar de Travis estar a pelo menos 50 metros do operador de câmera, as fontes disseram que ele não ouviu os apelos para encerrar o show porque os fãs estavam morrendo. Mas quando ele soube da tragédia deixou imediatamente a festa.
Segundo as autoridades policiais, o episódio foi desencadeado após fãs começarem a empurrar uns aos outros em direção ao palco. Passados cerca de 30 minutos, a confusão aumentou e ocorreu o que o chefe-executivo da polícia de Houston, Larry Satterwhite, classificou como "incidente em massa".
"De repente, tínhamos várias pessoas no chão passando por algum tipo de episódio médico", afirmou. "Aconteceu tudo de uma vez, em questão de minutos."
O corpo de bombeiros levou 25 pessoas para hospitais da região, sendo que 11 delas apresentavam um quadro de parada cardíaca. O chefe de polícia local, Troy Finner, informou que uma das linhas que será investigada é a de que uma pessoa na plateia poderia estar drogando as outras com uma seringa.
Segundo ele, um segurança sentiu uma picada no pescoço enquanto tentava conter uma confusão e caiu inconsciente. Os médicos, que o reanimaram usando um medicamento antagonista de opioides, notaram uma marca, semelhante à que uma seringa deixaria, no pescoço do agente.
Outras pessoas em meio à multidão também teriam desmaiado sem consciência durante a apresentação.
Após a tragédia, Travis disse que iria arcar com os custos funerários das vítimas que morreram em seu show. Ele também se juntará a uma empresa para oferecer serviços de saúde mental a quem precise.
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