Lucas Bissoli foi eliminado do "BBB 22" na noite de terça-feira (29). Crédito: Rede Globo/João Cotta
Barão da piscadinha, Barão da roubadinha, Barão da devolvidinha... Esses foram alguns dos vários codinomes bem-humorados atribuídos ao capixaba Lucas Bissoli durante sua passagem pelo "Big Brother Brasil 22".
Lucas se movimentou por toda a casa e arrancou boas risadas com o apelido e gestual característicos que levou para dentro do confinamento. Mesmo optando por um jogo solo, engatou em um relacionamento logo no início da temporada, fez o que chamou de "alianças temporárias" com integrantes de grupos opostos no jogo e sobreviveu a dez semanas do reality, antes de ser eliminado no seu primeiro paredão.
Na disputa com Paulo André e Pedro Scooby, ele recebeu 77,54% dos votos do público e deu adeus ao prêmio na noite desta terça-feira (29).
Em entrevista logo após sair da casa, ele revela o motivo de não ter conseguido jogar com Lina, Jessilane e Natália, mesmo tendo grande afinidade com elas, fala sobre a importância que as provas tinham em sua estratégia de sobrevivência na casa e desvenda o mistério por trás da coleção de produtos do "BBB" que pretendia trazer na mala - todos devolvidos antes de sua eliminação, ele garante.
Como você avalia a sua participação no 'BBB 22'?
A única coisa que não queria era que meus valores mudassem, no "BBB", porque tenho muito orgulho de quem sou, da criação que tive. Pelo que minha mãe falou – e tudo bem que é mãe, não é, gente? – tive erros, como qualquer ser humano, mas consegui mostrar quem sou. Sou brincalhão, educado, gentil. Detesto julgar, e a gente chega ao confinamento e precisa julgar as pessoas... Mas tenho muito orgulho do meu percurso e acho que saí na décima semana porque tinha que ser assim. Teria ficado muito feliz se tivesse continuado no game, chegado ao top 10. Já estou com saudade da casa, da Eslô. Mas foi o meu momento e quero aproveitar bastante isso aqui também.
Qual era sua estratégia para chegar o mais longe possível na disputa?
Sou muito coração. O Rodrigo, por exemplo, já era muito jogador. Tentei entender o lado dele, mas logo vi que ali era todo mundo coração. Com o tempo, a gente ia se tornando jogador. E fui tentando ser um jogador de fato, mas todas as decisões que tomei dentro do confessionário foram vindas do coração. Se tivesse sido muito estrategista e colocado o jogo sempre acima das relações, com certeza ainda estaria lá dentro. Mas coloquei a relação na frente do jogo para poder chegar na minha cama, colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente. Acabei votando em pessoas que foram saindo e isso facilitou meu jogo. Tentei jogar esse game da forma mais coerente comigo e com o meu coração e acho que consegui fazer isso. Estou muito feliz.
Nos últimos dias, você comentou que estava no seu limite e ficou triste. O fato de estar no paredão pesou?
Com o tempo, as coisas vão se acumulando. Ficava mais junto com a Eslô, Lina, Nat e Jessi, com os meninos não conseguia me conectar tanto. Às vezes, quando eles estavam separados, conseguia chegar para trocar ideia. Mas quando estavam todos juntos, não. De fato, sou mais quieto. Quando estamos eu e uma pessoa, consigo conversar. Quando tem um grupo, tenho mais dificuldade. Outra coisa é que aqui fora sou bem ativo, tenho uma alimentação regrada, acordo às cinco horas da manhã para nadar, à noite malho, tenho uma rotina de sono. No "BBB" era o contrário, não sabia se era dia ou noite, tinha a Xepa e, enquanto aqui fora como 20 ovos por dia, lá só comia um. Tem também a tensão de ter que julgar as pessoas no jogo da discórdia e na formação do paredão... Foi difícil, de domingo para segunda, por exemplo, digerir os seis votos da casa. Principalmente porque alguns deles vieram de pessoas que não esperava, como os votos do Arthur, Douglas e Gustavo. Juntou isso tudo. Mas nunca iria apertar o botão, pedir para sair. No máximo ficaria mais na minha e junto com a Eslô. As pessoas lá dentro falam que é importante ir ao paredão, mas é importante se você já foi! Se você não foi, você não quer ir (risos). Saí de cabeça erguida, orgulhoso, porque em nenhum momento fui contra meus princípios. Estou satisfeito.
Lucas em momento no "BBB 22". Crédito: 17.mar.2022/Globoplay
Você se dedicava bastante às provas de líder, anjo e imunidade; ganhou algumas delas. O que as provas significavam para você?
Sempre achei que, por ter um jogo solitário, a todo momento corria risco. Então, nas provas me doava muito. Sabia que se eu perdesse uma prova dessas poderia ser indicado ao paredão, deixar de ganhar uma imunidade. E, além disso, quando você ganha uma prova, tem o poder se de posicionar. Como jogava sozinho, as pessoas podiam achar que era planta, por isso achava muito fundamental ganhar as provas. Quando indiquei a Brunna ao paredão, por exemplo, as pessoas não imaginavam. Era uma menina nota mil, de quem gostaria de me aproximar, se ela tivesse ficado. Assim como aconteceu com a Lina, que votou em mim na primeira semana e depois ficamos muito próximos.
Você imaginava que poderia formar um casal no "BBB"? Acha que o relacionamento interferiu no seu jogo?
Não imaginava, e até achava uma estratégia não muito boa porque quando você forma um casal pode acabar se escondendo, ficando só no relacionamento, e o jogo acontecendo em paralelo. Resisti um pouco, só que aconteceu o inevitável, a gente acabou ficando (risos). Temos uma conexão super bacana. Mas o mais engraçado é que era como “Sr. & Sra. Smith”, a gente estava em lados opostos o game todo. Por isso acho que o relacionamento não interferiu no meu jogo. Logo depois que ficamos, conversamos sobre cada um ter a sua trajetória e sobre colocar a relação ao lado do jogo. Nunca interferi no jogo da Eslô e acredito que ela também não interferiu em nenhum movimento meu. Agora que a gente ia começar a jogar junto, o Brasil mandou eu vir piscar aqui fora (risos).
Pretende manter o namoro com a Eslovênia fora do "BBB"?
Com certeza! Falta um mês de "BBB", mas até se faltasse mais teria essa posição. Estou com muita saudade da minha rotina. Eu não sou tanto de festa, mas percebi que ela gosta muito. Então vou esperar por ela e vamos conversar para tentar adequar a rotina de um a do outro, e acho que é super valido tentar. Com certeza vou esperar por ela.
Eslovênia e Lucas na Festa da Líder Jade no BBB 22. Crédito: FeedBBB/Globo
O apelido “Barão da piscadinha” virou uma marca registrada sua, dentro e fora do "BBB". Depois ele deu origem também a alguns memes que divertiram o público, como o “Barão da roubadinha” e “Barão da devolvidinha”, em referência aos produtos do "BBB" que você pretendia levar para casa. Qual foi sua reação ao saber dessas brincadeiras?
Fico muito feliz por ter podido levar um pouco de alegria para a galera que assiste ao "BBB". A gente vive em um mundo com tanta tristeza, tanta coisa ruim, e quando a gente consegue rir de uma coisa tão simples, uma piscada, e consegue levar graça para isso, eu acho o máximo. Não me importo nem um pouco com as brincadeiras.
O que você pensava em fazer com aquela quantidade de produtos? Era uma recordação ou pretendia doar, vender, dar como lembrança a amigos...?
A galera falou que queria montar uma farmácia! (risos) É que, como falei, no jogo a minha trajetória foi bem solitária. Eu até tentei fazer algumas alianças temporárias, até porque nunca abriria mão das meninas que estavam ao meu lado desde o início (Lina, Natália, Jessilane). Como me sentia sempre na zona de risco, pensava: “Vou sair essa semana, vou pegar um protetorzinho de recordação”. Na semana seguinte, pensava “Não, agora eu saio”, e pegava mais um. Quando a Jade ganhou a terceira e a quarta liderança, lascou. E eu só ia jogando produto na mala, sem abrir para conferir. Quando abri, vi que tinha realmente muita coisa. Nem eu tinha me dado conta. Mas devolvi tudo, não fiquei com nada! Não tive nem coragem de pegar unzinho agora no final e colocar na bolsa (risos).
O Arthur, em certo momento, pareceu ser um aliado seu. Depois, vocês tiveram alguns desentendimentos. O que mudou no relacionamento entre vocês?
Aconteceu a questão da possível votação no Tiago Abravanel, que achei que era uma bobeira mas ele deu muita importância. Como sou quieto e ele também, nenhum de nós foi atrás do outro para resolver. Ele acha que traí a lealdade dele e acho que não, mas respeitei o afastamento. Fui um amigo para ele antes de acontecer isso, e quando a gente é amigo, deixa algumas coisas de lado e tenta seguir junto. Quando não me opus a deixar ele com a liderança na prova que ganhamos junto, foi também mostrando isso. E ele foi um dos que votou em mim mais para frente, mas deixa quieto (risos).
Ele (Arthur) acha que traí a lealdade dele e acho que não, mas respeitei o afastamento. Fui um amigo para ele e, quando a gente é amigo, deixa algumas coisas de lado e tenta seguir junto. Quando não me opus a deixar ele com a liderança na prova que ganhamos junto, foi também mostrando isso. E ele foi um dos que votou em mim mais para frente, mas deixa quieto
Apesar de ser bem próximo de Lina, Natália e Jessilane, vocês não jogavam juntos. Como você avalia a estratégia delas no "BBB"?
Não sei se elas jogam juntas também porque cada uma tem um alvo. Vi que ali a bomba iria estourar para alguém em algum momento. Como nas primeiras semanas era muito quieto e acabei não conseguindo me mostrar tanto quanto gostaria para o Brasil, se essa bomba estourasse na minha mão, eu nem piscar iria no "BBB"; sairia muito rápido. Então, preferi buscar meu jogo sozinho. Não iria ficar impondo a elas meu modo de ver as coisas, acho chato. Por isso que no meu paredão foram seis votos em mim e o restante todos dispersos. Falei para elas: "Espero que com esse paredão vocês aprendam que o grupo dos meninos está junto e vai votar em todo mundo". Elas também têm que votar.
Você escapou de dois paredões vencendo provas bate e volta. Acha que poderia ter sido eliminado do jogo naquelas ocasiões também ou a configuração da sua primeira berlinda, contra Paulo André e Pedro Scooby, influenciou na sua saída?
As pessoas falaram que realmente nesse paredão eu saí prejudicado. Mas acho que quem quer ser campeão tem que bater de frente com qualquer paredão. O lema é "não vá ao paredão" e levei muito à risca, não queria brincar de estar no paredão. Mas se tivesse ido aos outros paredões seria uma incógnita também. Não sei como as pessoas me viam. O Arthur me ajudou bastante no sentido de verbalizar as coisas. Até então ficava só pensando, pensando, pensando, mas as pessoas não sabiam no que estava pensando. Verbalizar mais me ajudou bastante. Mas de fato caí em um paredão que me eliminou. Mesmo assim, estou muito feliz.
Lucas diz que pretende se dedicar mais à mãe nos próximos dias. Crédito: Rede Globo/João Cotta
Que participantes você acredita que chegarão à final? E quem deve ser o campeão ou campeã da temporada?
Pelo que tenho percebido, acho que a Lina, o Scooby e o Arthur chegam à final. Gostaria que a Eslô ganhasse. Meu coração fala que é a Eslô e a razão aponta para a Lina. Acho que ela é uma mulher incrível, muito inteligente, que tem tudo para ganhar esse "BBB".
Já pensou nos planos para o pós-"BBB"? Vai se dedicar somente à Medicina ou já tem outras ideias em mente?
Já perdi esse semestre na Medicina, mas vou voltar a treinar, me alimentar e ter minha rotina certinha até o começo do próximo. Também vou me esforçar ao máximo nas oportunidades de trabalho para poder dar para a minha mãe o que ela quiser, o que ela merece. Ela já fez muito por mim até aqui, foi inclusive uma das pessoas que voluntariamente cuidou das minhas redes sociais, está virada, bem cansadinha. Quero poder retribuir da melhor forma possível.
(Com informações da assessoria de imprensa da Rede Globo)
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