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Publicado em 25 de agosto de 2022 às 11:35
Felipe Titto, 35, virou tubarão, mas ganhou um apelido muito mais fofo dos colegas de Shark Tank Brasil. "A galera começou a me chamar de Boto Rosa", revela à reportagem. E explica a origem: "Eu sou chorão, emocionado... Aí eles começaram a falar: 'Você se emociona com tudo; você não é tubarão, cara, você é um boto rosa'."
Tubarão é como são chamados os investidores do programa, cuja sétima temporada estreia nesta quinta-feira (25) no Sony Channel. Titto, que já havia participado como convidado no ano passado, foi chamado para integrar o time fixo da atração, na qual empresários financiam ideias de negócios trazidas por anônimos.
Ele conta que não se incomodou com o novo apelido, pelo contrário. "Acho que é legal também para que a galera entenda que existem diferentes perfis de investidores", comenta. "Na grande maioria das vezes, eles vão lá esperando um cara cascudo, com armadura. Eu sou um cara que deixa rolar a emoção."
Contudo, isso não vai passar na frente do que realmente importa no programa. "Não sou um jurado megatécnico", admite. "Mas obviamente ninguém ali quer perder dinheiro. Eu não vou rasgar dinheiro de jeito nenhum."
O ator e empresário diz acreditar que o convite para voltar à atração tenha vindo por seu estilo, que faz sucesso nas redes sociais, onde ele costuma exibir o tanquinho, as tatuagens e os carrões. "Ao meu ver, o programa precisava também de um de um rosto que comunicasse com um público mais jovem e que tivesse um ponto de identificação com outro outro nicho de audiência", avalia.
Aliás, ele confessa que, muito antes de sonhar em ser jurado do programa, ele se via como participante. "Mais que como investidor, já me imaginei diversas vezes apresentando um negócio lá para os sharks", afirma. "Por isso que eu falo que o mundo não gira, ele tomba."
É que não faz tanto tempo assim que Felipe Titto começou a empreender. Há uma década, ele era mais lembrado por ser o ex-Malhação que ganhou músculos e ressurgiu saradão em "Avenida Brasil" (2012). "Passei a vida inteira vivendo de novela, só que eu nunca fui contratado por obra, ou seja, acabava a novela e eu ficava desempregado, às vezes por um intervalo dois anos", lembra.
"Uma hora eu falei: 'Não posso mais ficar desempregado, tenho filho, tenho família, tenho conta, boleto... Preciso de outras frentes, de outras fontes de renda. Então, na tradução rápida, eu comecei a empreender por conta da necessidade."
Muito embora possa parecer que não, ele diz que o mundo dos negócios não é tão distante assim do universo artístico. "A gente também negocia o tempo inteiro, a diferença é que, ao invés de vender uma empresa, eu vendo a minha imagem. Até hoje, a minha maior empresa sou eu."
Apesar de já ter declarado em entrevistas que juntou o primeiro R$ 1 milhão aos 28 anos, mas ele hoje prefere ser mais discreto. "Não sei se gosto de ficar falando disso, porque aí nego acho que eu estou milionário, dando cambalhota no dinheiro e não é o caso", afirma. "Estou me virando aqui, trabalhando, construindo minhas coisas."
Ele confirma que o dinheiro que é investido nas empresas que ele resolve apoiar no Shark Tank sai do próprio bolso. "Você sabia que uma das perguntas que eu mais escuto é quanto a produção dá para a gente investir no programa", conta. "As pessoas acham que eles abrem uma carteira, põem dinheiro na nossa frente e falam pra gente escolher o negócio que vamos botar dinheiro."
"O dinheiro é 100% nosso, não tem envolvimento de ninguém", afirma. "Você pode, obviamente, subsidiar esse dinheiro com um fundo, alguma coisa do tipo, mas aí vai de acordo com cada um dos sharks. No meu caso, é meu dinheiro de pessoa física mesmo."
Atualmente, ele tem participação em cerca de 10 negócios diferentes, dentre os quais a agência de agenciamento de talentos e marketing de influência Titanium, o hotel Cabana Home, a marca de complementos nutracêuticos American Life. "Tenho muitas frentes, eu bato muito esse ponto de não ter todos os ovos na mesma cesta", ensina. "E dificilmente falo não para dinheiro."
Mas sobra tempo para a carreira artística? Nem sempre. "Cara, me chamaram para duas séries agora e eu não pude fazer por uma questão de data", lamenta. "Mas estou me organizando para um projeto de longa dentro de uma plataforma de streaming e tem o Soltos em Floripa, que é gravado de forma otimizada em uma semana a gente mata a temporada."
"Eu jamais vou deixar o Felipe artista morrer", afirma. "Mas não tenho como negar que o meu lado corporativo está gritando muito e que, até por uma questão financeira, seria difícil eu entrar numa novela e ficar nove meses dentro do estúdio. A conta não fecha, entendeu? Então, eu teria que me estruturar muito bem em relação a isso."
Ele conta ainda que, quem quiser seguir seus passos, vai precisar se preparar para algumas coisas. "Empreender no Brasil hoje é a maluquice que sempre foi: quando você começa a ter resultado, começam te taxar mais, parece que estão aqui para te desincentivar", avalia. "Em contrapartida, é um momento de ótimas oportunidades se você for um bom observador e tiver disposição."
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