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'Fui o primeiro da minha geração a me assumir gay', diz Hugo Bonemer

Para ele, um ponto, em especial, fez a diferença no direcionamento da sua vida e do trabalho: a decisão de falar sobre sua orientação sexual abertamente

Publicado em 16 de abril de 2022 às 11:11

O ator Hugo Bonemer
Assumidamente gay, Bonemer considera que os desafios em sua carreira não vieram por acaso. Crédito: Gabriel Felix

"Estou fazendo um personagem canibal, e falo sobre veganismo. Até brinco que me contrataram por engano. Mas tudo bem... Eu já fiz tanto personagem hétero". É o que diz o ator Hugo Bonemer, 34, estrela do podcast ficcional "Batman Despertar" (Spotify). Ator, dublador e apresentador, ele dá voz ao Ceifador, serial killer que come carne humana e aterroriza a cidade de Gotham.

De certa forma, parece mesmo irônico que um ator que se define como "vegetal influencer" aos seus 420 mil seguidores no Instagram seja escalado para um papel como esse.

Vegano ("Eu era uma pessoa indiferente aos animais, eu pensava que eles serviam para comer. Venho passando por um processo de sensibilização") e assumidamente gay, Bonemer considera que os desafios em sua carreira não vieram por acaso.

"Faz todo sentido que eu esteja nesse lugar. É como se tudo o que fiz na vida me trouxesse para cá", diz. Para ele, um ponto, em especial, fez a diferença no direcionamento da sua vida e do trabalho: a decisão de falar sobre sua orientação sexual abertamente.

"Fui o primeiro ator da minha geração a fazer isso por vontade própria, e é um orgulho muito grande que eu carrego", pontua. "Até então, as pessoas que tinham saído do armário, ou não foi por vontade própria, ou eram artistas que já estavam consagrados e com a carreira bem construída", diz.

O ator cita Marco Nanini e Ellen DeGeneres como fontes de coragem para a sua decisão. "Existia essa coisa da 'suspeita' se eu era heterossexual ou homoafetivo. O fato de eu ter falado publicamente tirou essa corda que as pessoas tinham no meu pescoço".

Por mais que ainda seja necessário falar sobre pautas relevantes como preconceito e políticas públicas para o grupo LGBTQIA+, ainda há questões a ser tratadas sobre esses assuntos. "Quero que o problema da pessoa LGBT seja atrasar para buscar o filho na escola, se curar de uma doença ou enfrentar uma picada de escorpião", completa o ator.

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