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Publicado em 19 de março de 2023 às 09:00
As redes sociais adoram - maldosamente em alguns casos - chamá-la de "Glee brasileiro", em referência ao clássico musical adolescente de Ryan Murphy. Não é bem por ai! Graças ao humor ácido, dinâmico e às vezes cruel de Miguel Falabella, seu criador, "O Coro: Sucesso Aqui Vou Eu", série da Disney +, tem identidade própria.
O programa, com primeira temporada disponível na plataforma, traz personagens com comportamentos, digamos, peculiares (seres típicos criados pela mente criativa de Falabella) e faz um importante resgate de clássicos de grandes nomes do cancioneiro nacional, contando com composições de Pixinguinha, Lulu Santos, Raul Seixas, Legião Urbana, Chitãozinho e Xororó, Rita Lee, Leandro e Leonardo e Chico Buarque, só citando alguns nomes.
"HZ" conversou com Gabriella Di Grecco, que, na série, vive a espevitada vilã Nora, uma moça "esperta" e um tanto má que busca a todo custo conquistar seu espaço entre jovens de diferentes origens em um grupo de teatro e dança.
Gabi, como é conhecida pelos fãs, afirma que a "malemolência brazuca" de "O Coro" está ganhando o mundo. Afinal, o programa também é sucesso na América Latina e na Europa.
"A repercussão está sendo incrível. Recebo vídeos de gente de todas as partes do mundo cantando músicas brasileiras. Teve uma pessoa da Polônia cantarolando "Carinhoso", uma da Romênia entoando "Nuvem de Lágrimas", e até franceses 'atacando' de Legião Urbana", destaca a atriz, com a simpatia e doçura que lhe é peculiar, nada a ver com a personalidade cruel de Nora, é claro!
"É um programa que a Disney sempre pensou com muito carinho, tanto que filmamos duas temporadas juntas. Apostaram no talento de nomes como as atrizes Sara Sarres, Karin Hils e do próprio Miguel (Falabella)", aponta, dizendo que a segunda temporada deve chegar ao Disney + no segundo semestre.
Mas, e Nora? Será que suas vilanias vão dar um tempo na nova fase do programa? "Ela vai crescer muito, tanto em importância como em arco dramático. Ela é bem estranha, sabe (risos). Será ressaltada sua relação com a mãe, até porque ela parou de tomar seus medicamentos (!). Oooops! Não posso falar mais, mas, pelas entrelinhas da primeira temporada, acho que vamos entender mais o processo de sua vilania", despista Gabi, que conversou com a reportagem por telefone, entre um café e outro, de sua residência em São Paulo.
Estar com Miguel Falabella, segundo Di Grecco, é a chance de acompanhar um trabalho autoral. "Miguel é um autor que imprime sua marca. Mesmo tendo estrelado "Bia" - outra série de sucesso da Disney - ele não conhecia bem meu trabalho. Fiz o teste para o papel e fui aprovada. Aí, pensei: 'cara, vou fazer um vilão do Miguel Falabella!' (risos). Tentei captar o que ele queria para a Nora. Viver uma vilã é uma grande oportunidade. Nos dá a possibilidade de questionarmos valores condenáveis da sociedade, nos proporcionando fazer coisas e ter atitudes impraticáveis na vida pessoal", aponta.
Aos 34 anos (mesmo com cara de garota), Gabriella Di Grecco tem um currículo pra lá de extenso. Atuou em uma das primeiras web-séries do país, "Lado Nix"; estudou na American Academy of Dramatic Arts, mais tradicional e antiga escola de atuação dos Estados Unidos, em Nova York; estrelou montagens premiadas no Brasil, como "Vamp - O Musical", adaptação do sucesso televisivo de mesmo nome nos anos 1990; e atuou em novelas como "Além do Tempo", da Rede Globo, e "Cúmplices de um Resgate", do SBT.
Outro destaque é o sucesso em "Bia", do Disney Channel, em 2019. "Morei dois anos na Argentina e tive que aprender espanhol e aprender atuar no idioma, por isso vejo 'Bia' como uma espécie de pós-graduação em minha carreira", acredita Gabi, que, na série, viveu Helena Urquiza, protagonizando a atração ao lado da também brasileira Isabela Souza.
O programa teen abriu espaço para Di Grecco mostrar seu lado cantora. Músicas como "Si Vuelvo a Nacer" e "En tu Cara", ambas gravadas em parceria com Isabela, estouraram nas plataformas digitais. A primeira conta com mais de 8 milhões de acessos no YouTube, já a segunda tem cerca de 3,5 milhões de visualizações.
Tanta identificação com o estúdio do Mickey fez com que Gabriella Di Grecco se aproximasse da companhia, chegando a apresentar alguns eventos da multinacional. Sem rótulos, claro, perguntamos à atriz e cantora se tornar-se uma espécie de "garota Disney" pode ser um peso, tanto para a carreira quanto para a vida pessoal.
"Minha forma de ver o mundo vai ao encontro com as diretrizes pregadas pela "dona Waltdisney" (risos). Não tive esse conflito e não precisei mudar a minha personalidade para me adequar a isso que chamam de 'padrão'. Sou apenas a Gabriella", responde, dando uma pausa para pensar antes de continuar a linha de raciocínio.
"Sei que tenho fãs (especialmente na América Latina) e também sei que muitos são adolescentes em formação de suas identidades. Eles podem me ver como espelho, pois buscam modelos de comportamento. Tenho um enorme senso de responsabilidade, pois me vejo como a irmã mais velha desses jovens. Vejo também como uma oportunidade de crescimento. Também me inspiro nessas pessoas", enfatiza.
Cheia de projetos, Gabi está trabalhando na nova temporada de "Tamo Junto", o intimista programa de entrevistas em seu canal no YouTube. "Além disso, quero me dedicar mais à música. Estou atacando de produtora e diretora do primeiro videoclipe da dupla Camilla e Giovanna Di Grecco, que, por acaso, são minhas irmãs (risos). Quero me aperfeiçoar em composição, produção e direção de vocal. Isso vai me impulsionar a gravar mais, me lançando oficialmente como cantora. Ah, sim: também tenho projetos do teatro. Em breve você vai me ver no palco novamente", complementa, com a leveza e alto astral que carrega em sua vida cotidiana.
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