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Publicado em 28 de dezembro de 2021 às 15:18
A escritora e roteirista Gloria Perez, 73, utilizou seu Instagram na madrugada desta terça-feira (28) para relembrar o assassinato de sua filha, Daniella Perez, 29 anos atrás. A atriz foi assassinada por Guilherme de Pádua, seu par romântico na novela "De Corpo e Alma" (1992, Globo).
"O tempo não ameniza nada. Nem a dor, nem a revolta pela impunidade dos assassinos. Sim, psicopatas não são figuras da ficção, eles estão entre nós. E ganância mata", escreveu a autora de novelas como "O Clone" (2001-2002) e "A Força do Querer" (2017) na imagem.
A atriz Cristiana Oliveira, 58, que interpretou Juma na primeira versão da novela "Pantanal" e protagonizava o último trabalho de Daniella, também utilizou seu perfil no Instagram para homenagear a artista.
"Menina, minha irmãzinha. Até hoje não entendo, nem nunca vou entender porque tiraram você de nós. Tão estranho, tão louco, tão surreal. Minha amiga linda, minha confidente, linda na sua doçura, na sua solidariedade, colega incrível!", começou a atriz.
"Quantos momentos, eu, na minha primeira novela na TV Globo, morrendo de medo, insegura, e você ali, me incentivando, contestando quando alguém falava que eu era inexperiente e não deveria estar ali... Dani, tenho saudades demais de você, sempre vou sentir", continuou.
"Apenas Gloria Perez, Fábio Assunção e eu sabemos o que foi aquele momento. Gloria, amo você. Estarei sempre contigo. Vinte e nove anos hoje. Amo você, Daniella. Sempre e para sempre", completou a atriz na legenda.
Daniella fazia sua terceira novela quando foi morta pelo ator Guilherme de Pádua, seu par romântico na trama, e a então mulher dele, Paula Thomaz. Os dois armaram uma emboscada para a atriz e a mataram com tesouradas, em 28 de dezembro de 1992, quando Daniella tinha 22 anos.
O crime chocou o Brasil, e Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foram condenados por homicídio qualificado depois de cinco anos. O casal deveria cumprir a pena de 19 anos de prisão --que foi reduzida e extinta antes do previsto. Em 2006, em entrevista à Folha, Guilherme disse que, mesmo livre há sete anos, se sentia preso.
"Continuo preso. Fui uma espécie de exemplo de justiça superexposto pela mídia, em um país repleto de impunidade. A verdade é que fiz bobagens, mas sou inofensivo, e por isso as pessoas não têm medo de me agredir na rua. Já chegaram a me cuspir no rosto, em um shopping", disse Pádua.
Em 2017, Guilherme de Pádua se tornou pastor da igreja evangélica em Belo Horizonte. O ex-ator se converteu à religião em 2002, um ano depois de sair da prisão em que cumpria a pena pelo assassinato de Daniella.
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