Gusttavo Lima não será pago por show ilegal, afirma prefeitura de cidade mineira

Sertanejo teve apresentação suspensa após ser revelado que cachê de R$ 1,2 mi sairia de verba destinada a saúde e educação

Publicado em 30/05/2022 às 08h12
Gusttavo Lima durante o show

Gusttavo Lima durante o show "Embaixador in Colatina", no dia 19 de novembro. Crédito: Instagram/@gusttavolima

A prefeitura de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, afirma que Gusttavo Lima não recebeu, nem vai receber pagamento por um show cancelado, que teria cachê total de R$ 1,2 milhão. O município fez essa afirmação em um comunicado oficial divulgado nas redes sociais na noite deste domingo (29).

Essa nota veio após ter sido revelado que, de acordo com o contrato do artista com o município, a empresa do cantor teria direito a ficar com R$ 600 mil do montante, que inclusive já teria sido pago. O cachê causou polêmica por ter sido desviado ilegalmente da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM, destinada a investimentos na saúde e educação.

O mesmo valeria para os cantores Bruno e Marrone, que também tiveram show cancelado pela prefeitura, e receberiam R$ 500 mil.

"Ao contrário do que vem sendo divulgado, não houve nenhum pagamento aos artistas Gusttavo Lima e Bruno e Marrone. Da mesma forma, não haverá incidência de multa pelos cancelamentos, já que a previsão contratual exige motivos injustificados, o que não acontece no caso", diz a nota oficial.

Até a publicação desta reportagem, a assessoria do cantor não havia respondido com um posicionamento sobre a questão.

No último sábado, o prefeito da cidade, José Fernando Aparecido de Oliveira, anunciou em vídeo nas redes sociais que cancelaria as apresentações do "embaixador", em referência a Gusttavo Lima, e de Bruno e Marrone, que ganhariam R$ 500 mil ao todo.

Contudo, a cidade de 17 mil habitantes deve seguir com os shows de outros cantores sertanejos para a festa —ainda com a verba indevida. Dentre eles estão Israel e Rodolffo, contratados por R$ 310 mil, Di Paullo e Paulino —R$ 120 mil—, João Carreiro —R$ 100 mil— e Thiago Jhonathan —R$ 90 mil.

Anteriormente, Lima já disse que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas". O Ministério Público de Minas Gerais informou nesta sexta-feira, em nota enviada à reportagem, que faz uma apuração preliminar para verificar se houve irregularidades na contratação.

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