Administrador / [email protected]
Publicado em 12 de setembro de 2022 às 08:10
Ivete Sangalo veio em uma vibração alta, diferente do que havia acabado de acontecer no palco Sunset. Larissa Luz havia comandado uma homenagem grandiosa à Elza Soares, com muitas cantoras representantes das bandeiras anti-preconceito e de empoderamento. Havia sido um momento de muita emoção, com imagens de Elza no telão, frases, lágrimas, consternação e canções que ela defendia. De repente, a festa que se viu no palco ao lado colocou tudo sob outra vibração.
Ivete não tem o discurso da tomada do poder e do justiçamento, embora o tenha de forma intrínseca, e faz o espetáculo pelo espetáculo. É uma artista que chegou antes dos identitarismos e que resolveu não aderir a eles de forma explícita.
Como não era obrigada a transformar sua música em transporte sócio político, como fez Daniela Mercury, seguiu sua essência carnavalesca. Para o bem e para o mal, a música brasileira pop de hoje não produziria outra Ivete Sangalo. Não há mais espaços para a diversão sem o filtro da consciência.
O que Ivete levou ao Rock in Rio foi algo dos mesmos padrões das boas atrações internacionais. Ela começa tocando guitarra, solando o riff de Sweet Child 'O Mine, e depois, já sem o instrumento, emenda sons de temperatura sempre elevada.
Tempo de Alegria, Sorte Grande, Festa, Prefixo de Verão, tudo lá em cima. Moral é um samba funk irresistível. Vieram depois Beleza Rara, a latinizada Mexe a Cabeça, Dançando, A Galera e Céu do Boca. Com o filho na percussão, Ivete, em ótima forma, fez a festa esperada com uma excelência de muito respeito a seu público.
Apolítica, apesar das frases que solta em meio às músicas, como "o país não precisa de armas", Ivete não pode ser cobrada a mudar o rumo de sua essência. É uma questão geracional que daria um livro.
Seu grande instante foi lembrar de quando dedicou sua primeira passagem pelo Rock in Rio ao filho que tem se tornado músico, Marcelo Sangalo, e chamá-lo agora para tocar ao piano Quando a Chuva Passar. "Toda mãe tem o direito de ver seus filhos crescer sem medo", disse.
Se é bandeira que querem, ela tem as suas, ainda que de forma um tanto forçada.
Escondida na Arena Carioca 1, a GamePlay Arena foi ao longo dos sete dias de Rock in Rio um dos espaços de maior desafogo do festival. Capaz de proporcionar ao mesmo tempo descanso e lazer, a área reuniu games e consoles de última e de (quase) primeira gerações. Quem passou por lá pode aproveitar do moderníssimo PlayStation 5 às velhas máquinas de fliperama e pinball.
"O Rock in Rio está trazendo hoje mulheres. É o dia delas, que é pra mostrar a força e a representatividade feminina dentro da música, e aqui na GamePlay Arena a gente não podia fazer diferente. Existe de fato essa luta das mulheres para terem mais espaço e visibilidade dentro da indústria gamer", disse Paula Magrath, gerente de Novos Negócios do Rock in Rio e responsável pela Gameplay Arena.
"Mulheres presentes nos games sempre houve. Quando você olha os números do cenário dos games, as mulheres representam mais de 50%", pontuou Paula.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta