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Publicado em 2 de julho de 2022 às 08:00
Ele é uma máquina de "empreender", se assim podemos defini-lo. No final do ano passado, João Côrtes conversou com A Gazeta para falar sobre novos projetos, incluindo a estreia na direção de cinema, com o sensível e elogiado drama "Nas Mãos de Quem Me Leva", disponível em VOD nas plataformas digitais.
Não é que o ator, diretor e roteirista engatou nos "220 Volts" e traz mais novidades, tanto que topou dar outra entrevista só para falar de projetos em andamento, como a série cômica "Encantados", da Rede Globo, e mais duas produções em que atua em inglês: "Rio Connection", parceria da emissora carioca com a Sony, e "The Journey", coprodução Brasil/EUA, gravada para uma plataforma de streaming. Espere vê-lo muito nas telinhas em 2023.
Fluente no idioma britânico, o ator já havia interpretado em lingua estrangeira nas séries "Passaporte para Liberdade", disponível na Globoplay, e "O Hóspede Americano" (veja o trailer abaixo), superprodução em cartaz na HBO Max.
Pensa que acabou? Côrtes também é um dos roteiristas de um filme gravado para a Netflix, "Depois do Universo", e marca presença na série "Sala dos Professores", do Cine Brasil TV. Haja fôlego!
Com tantos projetos gringos, fomos logo perguntando se ele não tinha interesse em trabalhar em Hollywood. "Estava em meus planos até antes de surgirem os projetos em língua estrangeira. Hollywood sempre foi um sonho. Estou há quase dez anos construindo uma carreira como ator aqui no Brasil, e, nos últimos anos, trabalhos com coproduções internacionais tem sido cada vez mais comuns. E a ideia é estabelecer uma base em Los Angeles ainda esse ano", afirma, ambicioso.
Abaixo, veja trechos do bate-papo. Vem com a gente!
Tem sido uma repercussão maravilhosa. Esse é um trabalho que me dá um orgulho danado. As pessoas me escrevem no Instagram para compartilhar o quanto se sentiram tocadas e o quanto o personagem mexeu com eles. Outro dia encontrei um amigo ator nos estúdios Globo, que fez questão de me elogiar (por "Passaporte para Liberdade"), dizendo que passou a me enxergar em "outro lugar" como ator depois disso. Fez meu dia. No aspecto do idioma, esse trabalho me trouxe dois desafios bem interessantes: o inglês e o sotaque alemão nativo. Isso transformou totalmente a minha maneira de enxergar a língua inglesa, foi quase como reaprender a falar. Cada sílaba e cada palavra são pronunciadas de forma diferente. Estudei bastante, durante meses, até me sentir seguro. Quando o texto se naturalizou em mim, o sotaque só potencializou minha performance.
Nós ainda estamos no processo de filmagem e faltam três semanas para finalizar. Está sendo uma jornada linda, de muita troca e aprendizado. E muitas risadas! É uma série de comédia com um humor mega inteligente, sarcástico, perspicaz... Um texto extremamente bem escrito de Thais Pontes, Renata Andrade, Chico Mattoso e Antonio Prata, com uma direção ultrassensível de Henrique Sauer e um elenco de "super-heróis". Sou fã absoluto de todos ali. E isso faz toda a diferença. Meu personagem é o Celso Tadeu, uma figura carismática que - durante o dia - trabalha no supermercado Encantados como anunciante dos produtos, sempre usando uma voz de locutor empostada. Como se já não fosse divertido o suficiente, ele ainda usa patins pra se locomover pelo mercado. E, de noite, quando o mercado vira escola de samba, Celso é o coreógrafo da comissão de frente. Ele tem o sonho de ser artista da Broadway, de performar pelos palcos do mundo. Celso tem sido um processo de muita cura para mim, em muitas camadas, mas principalmente por ser o único personagem da comunidade LGBTQIAP+ da série... Por enquanto.
Foram dois projetos que filmei em 2019, um após o outro. "The Journey" foi filmado quase inteiramente no Sul do Brasil, em inglês e português. Foi a primeira vez que fiz um projeto assim. Meu personagem é o Joel, um youtuber/influencer famoso, que, por conta do sucesso, se torna arrogante e acaba tendo que rever seus conceitos. Em "Sala dos Professores", dou vida a Daniel, um jovem professor de literatura que acaba de entrar para o colégio e se envolve com outra professora, interpretada pela Carol Borelli. O que me atraiu para esse projeto foi a linguagem, a maneira como foi idealizada. Existe uma quebra da quarta parede, uma câmera documental, bem inspirado em shows como "The Office", "Brooklyn Nine-Nine" e "Parks and Recreation". Isso dá uma nova perspectiva para a performance, um novo universo de possibilidades.
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