Paloma Bernardi quer alertar sobre amor tóxico e saúde em novos projetos

Atriz prepara filmes, série e peça para 2022, e não descarta maternidade. "Eu iniciei o ano de 2022 já com dois filmes para lançar, gravados na pandemia", disse

  • LEONARDO VOLPATO
Publicado em 27/02/2022 às 11h04
Paloma Bernardi quer alertar sobre amor tóxico

Paloma Bernardi quer alertar sobre amor tóxico. Crédito: Bruno Poletti (F)/Folhapress

Ter sucesso profissional e uma rotina cheia de projetos é tudo o que as pessoas desejam, sobretudo em tempos de pandemia. E quando todo esse acúmulo de trabalho chega com a oportunidade de usá-lo para passar mensagens importantes às pessoas, fica melhor ainda.

É esse o pensamento da atriz Paloma Bernardi, 36, atualmente repleta de alternativas em sua profissão, todas com alguma reflexão a passar. A atriz já gravou dois filmes a serem lançados em 2022, cujos temas passeiam entre os sentimentos femininos e o amor tóxico, fez uma série para a Record, ainda sem data para estreia, que fala de saúde mental, e se prepara para voltar ao teatro em março e abordar medos com relação ao futuro da humanidade.

"Eu iniciei o ano de 2022 já com dois filmes para lançar, gravados na pandemia. Graças a Deus eu tive essa oportunidade e privilégio de trabalhar e de continuar fazendo a minha arte", diz a atriz em conversa com a Folha de S.Paulo.

O primeiro filme é o "TPM! Meu Amor", da autora Jaqueline Vargas e dirigido por Eliana Fonseca. A trama gira em torno do universo feminino e mostra uma mulher em busca de um encontro com ela mesma, mas como parte da busca para ser reconhecida, valorizada e amada, sem pressão da sociedade e da família.

"E eu acredito que esse seja um assunto totalmente pertinente. É um longa com muito humor e leveza, mas com reflexão. Minha personagem, a enfermeira Monique, lida com todas as questões durante o período menstrual: sedução, gula, ira, raiva, tristeza. As mulheres vão se identificar", explica.

O outro filme que contará com participação de Paloma se chama "Ninguém é de Ninguém", um texto baseado em um livro da Zíbia Gasparetto (1926-2018). Trata-se de um filme espírita, mas que vai além e aborda em sua narrativa os relacionamentos abusivos e tóxicos.

No longa, dirigido por Wagner de Assis, Paloma é Gioconda, personagem que mostra como a mente humana pode ser uma inimiga diante da vida como um todo e no amor. "Ela é uma mulher empoderada, rica, elegante, mas que tem medo, ciúme e posse. Assim, deixa a mente doentia tomar conta da própria vida e isso prejudica o seu relacionamento", conta Paloma.

Mas os temas sociais não param por aí. Durante os momentos de maior restrição da pandemia, a atriz gravou de casa uma série para a Record, "Ameaça Invisível", de Ajax Camacho. Ainda sem data para estrear, ela toca num tema bastante conhecido do planeta atualmente:o vírus espalhado pelo ar.

"Foi realizado já de maneira remota, onde eu gravei na minha casa com a direção à distância. Eu tive que conduzir toda a questão de produção, cenário, figurino, direção de fotografia, além de atuar, o que foi um processo muito, muito enriquecedor e criativo", recorda.

A personagem dela se chama Ton Ton, uma digital influencer fitness meio fútil que lida de uma maneira bem negativa com esse problema, assim como uma boa parcela das pessoas. Esse projeto, apesar de ser para a Record, é algo isolado, já que Paloma diz estar livre de qualquer contrato. Seu último trabalho na TV aberta foi em "Apocalipse" (Record, 2017).

E a partir do dia 5 de março, Paloma voltará aos palcos teatrais no Teatro Sesi-SP após dois anos com o espetáculo gratuito "Terremotos", mais um projeto que tem uma mensagem por trás e que deverá causar identificação e reflexões. Ela conta que a narrativa gira em torno de um caos ambiental que está para vir e que é mostrado sob o olhar de três irmãs.

Porém, enquanto um verdadeiro terremoto acontece do lado de fora da casa, um outro tipo de tormenta afeta o psicológico das mulheres da família, incluindo a personagem de Bernardi, que está grávida e enfrentando uma depressão pré-parto.

"Ela tem medo de colocar uma criança nesse mundo cheio de guerras onde a gente não sabe como que vai ficar a educação, a saúde e a segurança da nossa sociedade. E quando você lida com a maternidade, também lida com o futuro da humanidade", adianta.

A felicidade de tantos projetos contrasta com as dificuldades encontradas para levar tudo isso ao público. Durante os ensaios da peça, Paloma diz que alguns atores tiveram de ser substituídos por terem contraído a Covid-19, inclusive ela.

Complicado também foi ter de ensaiar usando máscaras, o que a impossibilitava de ver a expressão dos mais de 30 colegas de cena, algo que ajudaria na execução de seu trabalho. "A gente vai ver essa expressão realmente só na estreia, porque em todos os momentos do ensaio nós estamos com máscara e mantendo distanciamento social na medida do possível. É focar no trabalho, mas com segurança acima de tudo", emenda Paloma.

MATERNIDADE E VIDA NA PANDEMIA

Aos 36 anos, a atriz Paloma Bernardi afirma não ter pressa de ser mãe, apesar de isso ser um sonho. No ano passado ela resolveu congelar óvulos para poder escolher o momento certo para a maternidade.

"Me sinto super realizada profissionalmente e quero seguir trabalhando muito mais. Por isso o congelamento de óvulos foi uma opção. É a possibilidade de viver esse sonho quando eu achar a hora certa, quando eu achar que eu consigo conciliar", diz Paloma.

Dessa forma, ela não tem ideia se esse momento está perto ou mais distante, mas tem consciência de que saberá a hora em que se sentir preparada. "A mulher na sua essência tem essa característica de se transformar em mil para realizar tudo o que for necessário. Deus vai me capacitar e eu tenho certeza que eu vou dar conta", afirma.

E por falar em Deus, com a pandemia a atriz diz que exercitou mais a sua fé. Por meio da espiritualidade, se conectou com seu eu interior e manteve a saúde mental em dia. Para isso, diz ter começado a fazer terapia e encontrado seu ponto de equilíbrio.

"O autoconhecimento é algo que eu adquiri nesse período e que estou levando para a vida, porque eu me torno uma pessoa, uma profissional e uma mulher melhor. Consigo olhar para dentro e viver o mundo aqui fora", reflete.

Já em relação ao corpo, Paloma conta que também tem arrumado tempo para se exercitar mesmo na correria de tantos projetos. Na medida do possível, ela criou uma rotina dentro de casa com atividade física online para manter o corpo ativo e poder suportar a rotina pesada.

"A gente tem que manter isso para vida, o equilíbrio emocional, espiritual e o físico para poder seguir em frente", conclui.

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