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Publicado em 3 de setembro de 2024 às 16:26
Como contar a história de uma vida em 14 faixas? Essa foi a pergunta que ecoou na cabeça da Pocah por dois anos. Mas algo era certo para a artista: uma história não pode pular partes importantes, mesmo que sejam difíceis de contar. "Cria De Caxias" resgata raízes de maneira divertida, relembra momentos marcantes e apresenta uma Pocah mais madura, sem cortar nenhuma parte e mantendo sua essência. O álbum será lançado nesta terça (3) e estará disponível a partir das 21h nas plataformas digitais.
No álbum, Pocah fala sobre o relacionamento abusivo que passou, assunto que merece mais atenção, uma vez que a percepção do aumento da violência doméstica é majoritária em todo o país: cerca de 74%, de acordo com a Agência Senado.
"Quando essas mulheres decidem falar sobre seus momentos de violência, de relacionamentos que foram conturbados e tóxicos. Eu acho que sou como um alerta, porque, infelizmente, eu não fui a única", contou a cantora em entrevista para HZ.
O álbum é divido em três atos: MC Pocahontas, Pocah e Viviane e cada um representa uma fase da vida e da carreira de Pocah. Essa estrutura se faz presente tanto na sonoridade quanto no conteúdo lírico das faixas, com cada ato sendo introduzido por um interlúdio. Conta com participações de MC Durrony, L7NNON, Triz, MC GW, Slipmami, Rebecca, MC Kevin O Chris, Tati Quebra Barraco e Vitória, filha da cantora.
O primeiro ato (MC Pocahontas) é formado por músicas nostálgicas que relembram os anos 00's, uma época icônica do funk no Brasil. Assuntos como sarcasmo, deboche, empoderamento feminino e a exaltação à própria autoestima são abordados. O jogo vira para as mulheres na faixa "Só de Raiva" feita em conjunto com Tati Quebra Barraco, quando os homens são colocados em segundo plano e as mulheres, exaltadas.
Já em "Pocah", a gente encontra uma mistura da antiga MC Pocahontas com a atual Pocah. Batidas atuais e antigas se fundem e o resultado é um funk com personalidade e ao mesmo tempo comercial. A artista revelou ainda que na música "Venenosa" utilizou inteligência artificial no refrão.
"Eu não sou a pessoa que entende desse recurso. É algo novo que assusta a mim também. Mas que por um momento serviu para mim para fazer algo. E quando eu disse que foi feito, a música não foi feita com IA. Nós compusemos a música, a música inteira foi escrita por mim e pelos meus amigos da Hitmaker. Em um trecho, apenas um trecho, foi utilizada ali na interpretação. Mas eu não quero ser referência disso, até porque essa é a única música que eu usei esse recurso", esclareceu a cantora.
O clima esfria e chegamos em Viviane, um ato muito mais sério e pessoal. A parte final do álbum se difere muito de todo o resto, o que pode gerar estranhamento no ouvinte. É certo que as músicas de "MC Pocahontas" e "Pocah" serão colocadas em playlists semelhantes, diferente de "Viviane", que evoca uma proposta completamente diferente.
A mudança brusca demonstra ousadia e coragem por parte da cantora, que pode sim esbarrar na falta de coesão, mas é fiel ao conceito do álbum: ser uma autobiografia.
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