Wagner Moura dirige Seu Jorge no drama "Marighella", que chega aos cinemas nesta quinta-feira (4). Crédito: Paris Filmes
"Marighella", o filme de estreia de Wagner Moura na direção, foi o grande vencedor do 21º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, realizado na noite desta quarta (10), com apresentação de Silvero Pereira e Camila Pitanga, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.
A história do guerrilheiro de esquerda ganhou oito das 17 estatuetas a que concorria, incluindo a de melhor longa-metragem de ficção. "Marighella" ganhou também os prêmios de primeira direção de longa-metragem; ator (seu Jorge, como Marighella); figurino (Verônica Julian); direção de arte (Frederico Pinto); som (George Saldanha, Alessandro Laroca, Eduardo Virmond LIma e Renan Deodato); direção de fotografia (Adrian Teijido) e roteiro adaptado (Felipe Braga e Wagner Moura).
O diretor subiu ao palco ao lado do filho, Bem Moura, 16, para receber a estatueta de melhor diretor estreante. Bem pediu para falar e disse que gostaria que todos soubessem o quanto o pai trabalhou para fazer o filme.
A produção de R$ 10 milhões estreou em novembro de 2021 nos cinemas brasileiros após uma série de adiamentos e um imbróglio envolvendo a Ancine supostamente causado pelo forte teor político da trama, que biografa o guerrilheiro comunista Carlos Marighella, morto pela ditadura militar.
"Eu quero dedicar esse prêmio à equipe, aos atores, aos produtores e a todo mundo que acreditou no filme", disse Moura. "Não escolhi um filme fácil para ser o meu primeiro", afirmou.
Ao receber o prêmio de melhor filme de ficção, o diretor disse que, se pudesse, trabalharia sempre com a mesma equipe e elenco de "Marighella".
"Fazer 'Marighella' não foi só fazer um filme", disse. "Teve tudo. Foi filmado em 2017 e lançado no ano passado", lembrou. A produtora Andrea Barata Ribeiro contou que até ameaça de invasão do set a equipe enfrentou para contar a saga do guerrilheiro.
O tom político da noite não estava apenas na produção vencedora de oito prêmios. Camila Pitanga cantarolou "A gente quer o Lula de novo", no ritmo do verso "ano passado eu morri, mas este ano eu não morro", hit de Belchior que acabara de ser intepretado por Silvero Pereira.
O público ligado ao cinema que lotava a Cidade das Artes começou então a entoar o "grito de guerra" pró-Lula. "De pé, né, gente", pediu Pitanga. A atriz foi atendida.
OUTROS PREMIADOS
Melhor longa-metragem comédia: "Depois a louca sou eu"
Melhor longa-metragem documentário: "A Última Floresta"
Melhor longa-metragem infantil: "Turma da Mônica - Lições"
Melhor direção: Daniel Filho, por "O Silêncio da Chuva"
Melhor atriz: Dira Paes, como Rita em "Veneza"
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