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Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 12:25
Uma das histórias mais marcantes da vida do cantor Roberto Carlos é, sem dúvidas, o acidente que em que perdeu parte da perna direita. No entanto, o episódio traumático da história do Rei - que aconteceu aos 6 anos, em Cachoeiro de Itapemirim - é pouco comentado pelo capixaba.
Em algumas músicas, inclusive, é possível ver trechos que fazem alusão ao dia do acidente. "Relembro bem a festa, o apito/E na multidão um grito/O sangue no linho branco", diz parte da canção "O Divã", e "Falou dos anjos que eu conheci/No delírio da febre que ardia/Do meu pequeno corpo que sofria/Sem nada entender", de “Traumas”.
Uma reportagem do portal Uol relembrou com detalhes o dia fatídico que mudou a vida do então “Zunga”, como Roberto Carlos era conhecido na época. O biógrafo Paulo Cesar de Araújo contou que tudo aconteceu no dia 29 de junho de 1947. Segundo ele, era dia de São Pedro, e Roberto chamou a amiga Eunice Solino, a Fifinha, para ver as celebrações.
Era por volta de 9h30 da manhã, quando uma professora viu que os dois estavam perto de uma linha de trem. De acordo com o biógrafo para o Uol, a educadora tentou chamar a atenção das crianças após perceber que uma locomotiva a vapor carregada de minério de ferro se aproximava, mas Roberto Carlos acabou se assustando e tropeçou.
A reportagem também conta que Eunice Solino relembrou, no livro "Roberto Carlos Outra Vez", que a professora tentou gritar para o maquinista parar o trem, mas era tarde demais e o veículo passou sobre a canela direita do jovem Roberto.
“Me lembro da professora na frente do trem, gritando para o maquinista parar. Mais um pouco e ela também podia ter sido atropelada, porque se desesperou, coitada. Guardo até hoje essa imagem comigo”, conta Eunice Solino.
A história diz que após moradores ajudarem Roberto Carlos a ser retirado dos trilhos, um jovem que estava presente, chamado Renato Spíndola e Castro, disse que não havia tempo. Ele fez um torniquete com seu paletó de linho e levou o menino ao hospital em seu carro.
Segundo o biógrafo, o médico Romildo Gonçalves relembrou em entrevista ao jornalista Ivan Finotti que o Roberto Carlos não parecia ter percebido a gravidade do acidente. “Doutor, cuidado para não sujar muito o meu sapato porque é novo".
O Uol continua contando que o médico utilizou uma técnica diferente: ao invés de amputar a perna na altura do joelho, como era o procedimento padrão, fez a amputação um pouco abaixo. Isso permitiu que Roberto Carlos mantivesse os movimentos na articulação.
De acordo com a reportagem, o pai de Roberto Carlos ameaçou matar o maquinista que conduzia o trem na hora do acidente. Ele acreditava que o episódio poderia se tratar de uma imprudência. Apesar disso, o acidente sequer constou na reportagem sobre a festa de São Pedro no jornal do dia seguinte.
Segundo o jornalista Nelson Motta, que produziu uma série sobre a vida de Roberto Carlos com o diretor Breno Silveira, o capixaba conseguiu uma prótese somente com 14 anos. Antes disso, ele andava de muletas e prendia a barra da calça com um alfinete.
Essa versão é confirmada por Rogério Franzotti, colega de escola de Roberto Carlos, em entrevista à Folha de São Paulo. "Ele não estava nem aí para o problema físico. Levava uma vida normal e estava sempre fazendo piadas e inventando apelidos para todo mundo", disso colega.
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