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Publicado em 17 de abril de 2024 às 08:05
Como já era esperado há alguns meses, Davi Brito, o motorista de aplicativo morador de Cajazeiras, bairro popular de Salvador, foi o vencedor do BBB 24 (Globo). A final chegou a ganhar alguma emoção, por conta da boa popularidade dos seus concorrentes, Matteus Vargas, o Alegrete, e Isabelle Nogueira, a cunhã-poranga do Boi Garantido, da famosa festa de Parintins, no Amazonas. Mas a situação era bem difícil para eles.
Difícil por dois motivos bem simples. O primeiro é que Davi ganhou o público ainda na primeira semana, quando seu perfil apareceu pela primeira vez na Globo. Quando sua chamada foi ao ar em 7 de janeiro (uma noite antes da estreia), ele já chamou a atenção por ser diferente do padrão que vemos sempre no programa.
O baiano entrou no programa como um dos membros do puxadinho, uma novidade da edição deste ano. Alguns pré-selecionados ganharam suas vagas em uma dinâmica na casa, mas ele e Isabelle entraram já pelo voto popular --e com um percentual alto: 60,94%, em uma disputa com sete postulantes do sexo masculino.
Davi é um rosto fácil de se identificar. É um jovem com cara de Brasil, que você encontra a cada esquina realizando o seu corre para tentar sobreviver e seguir a vida de forma honesta. Além disso, o fato de ser motorista de aplicativo, uma profissão em alta no Brasil devido à necessidade de muita gente de se locomover, fez o público do sofá comprá-lo facilmente.
Nas primeiras semanas, Davi rapidamente virou o principal alvo da casa, especialmente de Wanessa Camargo. O baiano foi alvo dos piores comentários possíveis e sofreu uma marcação implacável dos adversários. Historicamente, o público do programa gosta dessa narrativa de perseguido. Mais um ponto para ele.
Nos últimos anos, o BBB vinha enfrentando dificuldade de achar personagens que deixassem o público vidrado no pay-per-view ou que fizesse as pessoas acompanharem cada passo dado dentro da casa nas redes sociais. Os campeões mais recentes foram muitas vezes questionados. Mesmo populares no Instagram, a audiência parecia não concordar com tudo o que faziam.
A última campeã a ser uma quase unanimidade foi Juliette Freire, que venceu o BBB 21. Assim como a paraibana, Davi deverá ter um pós-reality mais positivo que Arthur Aguiar (BBB 22) e Amanda Meirelles ( BBB 23). Os vencedores das duas últimas edições não conseguiram despolarizar as torcidas e ainda sofrem para emplacar trabalhos artísticos por causa da antipatia de quem torceu (e torce) contra.
De qualquer modo, é impossível não dizer que Davi foi o protagonista da edição. Todas as grandes histórias, boas e ruins, giravam ao seu redor. Com exceção da briga entre Alane Dias e Fernanda Bande, todos os outros grandes embates o envolveram.
É verdade, e não se pode deixar de lado, que Davi teve muitas falas problemáticas, ora machistas, ora homofóbicas. Outro fato é que Davi dizia não conhecer famosos, como Fernanda Montenegro, e virou piada por isso. Mas os seus defensores estavam ali, firmes e fortes, e justificavam as mancadas do motorista.
A Globo também deu uma ajudinha para Davi ficar na atração. Parte do público pediu sua expulsão na briga com MC Bin Laden (agora MC Binn). O participante também foi convencido a ficar quando queria desistir no auge de sua popularidade, inclusive com a intervenção de Boninho, o big boss do reality.
Se isso tivesse ocorrido, a Globo corria o risco de perder um dos maiores ativos da edição. Afinal, uma coisa é certa: Davi Brito foi campeão com muito merecimento. Um campeão absoluto, como há algum tempo o BBB não via.
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