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Silvio Santos não terá velório; saiba motivo e como será a despedida

Morto neste sábado (17) aos 93 anos, Silvio Santos não será velado.

Publicado em 17 de agosto de 2024 às 14:16

Morto neste sábado (17) aos 93 anos, Silvio Santos não será velado. O corpo do apresentador vai sair do hospital direto para uma cerimônia judaica restrita à família.

Silvio será sepultado em seu cemitério particular, cujo endereço não será divulgado ao público. Nem admiradores, nem amigos poderão se despedir do apresentador.

A família Abravanel divulgou há pouco no SBT um comunicado em que explica a decisão. "Ele pediu para que, assim que ele partisse, o levássemos direto para o cemitério e fizéssemos uma cerimônia judaica. Ele pediu para que não explorássemos a sua passagem. Ele gostava de ser celebrado em vida e gostaria de ser lembrado com a alegria que viveu", diz o comunicado.

Sílvio Santos, apresentador e empresário
Corpo de Silvio Santos sairá do hospital direto para cerimônia judaica restrita à família Crédito: Divulgação

COMO SERÁ A DESPEDIDA

A cerimônia, restrita à família, será feita no domingo (18) no Cemitério Israelita do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Isso porque o apresentador morreu em um sábado, dia da semana que é sagrado para os judeus.

O presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg, explica como são feitos tradicionalmente os sepultamentos na fé judaica.

"Não é costume cremar ou mandar flores. Os judeus são enterrados da forma como vieram ao mundo", explica Lottenberg. "Nenhum judeu é enterrado com roupa. O judeu é enterrado com lençol, sem qualquer roupa, pois isso simboliza que todos são iguais perante Deus."

"No Brasil, se enterra no caixão, mas isso é mais uma questão de orientação da vigilância sanitária. Em Israel, se enterra sem caixão", acrescenta Lottenberg.

"O corpo é lavado e, dentro do possível, sepultado dentro de 24 horas em um jazigo simples, com lápide simples, constando o nome e os símbolos religiosos. Tradicionalmente usa-se uma mortalha simples, branca, com um caixão sem enfeites ou verniz de madeira comum. O serviço fúnebre consiste na recitação da oração Kaddish em aramaico pelos parentes mais próximos e líderes religiosos", descreve.

"Como ele morreu durante o período do shabbat [sábado], então se espera um dia para enterrar. O caixão permanece fechado. Não pode ser aberto ao público", acrescenta.

CASADO COM EVANGÉLICA, SILVIO FREQUENTAVA SINAGOGA

Em entrevista de 2013 à Folha de S.Paulo, o apresentador falou sobre sua fé. "Judeu não deve alugar a televisão para os outros. Você não sabe que os judeus perderam tudo quando deixaram outras religiões entrarem em Israel? O judeu não pode deixar que na casa dele tenha outra religião. É por isso que não deixo nenhuma religião entrar no SBT, que é uma casa judaica", disse.

Embora frequentasse cultos evangélicos para acompanhar a mulher, Íris, e algumas das filhas, Silvio frequentava a sinagoga regularmente.

Sílvio Santos, apresentador e empresário por Divulgação

ENTIDADES SE MANIFESTAM

Em comunicado, a Câmara de Comércio Brasil-Israel lamentou a morte do apresentador.

"A Câmara de Comércio Brasil-Israel expressa sua profunda admiração por Silvio Santos, um empreendedor visionário que transformou o cenário empresarial do Brasil. Orgulhoso de suas origens judaicas, ele construiu um império com base em trabalho, inovação e compromisso com o público. Silvio Santos não apenas revolucionou a televisão, mas também serviu como um exemplo de sucesso e inspiração para a comunidade judaica no Brasil. Sua trajetória mostra o poder da perseverança e da criatividade, valores que a Câmara Brasil Israel reconhece e celebra", diz a nota.

A Confederação Israelita do Brasil também publicou comunicado.

A entidade disse que "manifesta seu respeito e reconhecimento a Silvio Santos, cuja trajetória ilustra o que há de mais admirável no empreendedorismo brasileiro. É com profundo pesar que recebemos a notícia de sua partida. Como membro da comunidade judaica, Silvio sempre fez questão de manter suas raízes e valores, tornando-se um símbolo de orgulho para judeus em todo o Brasil. Sua contribuição vai além da televisão; seu impacto é sentido no campo empresarial, cultural e social. A Conib expressa sua gratidão por sua influência e liderança, que permanecem como um legado valioso para as futuras gerações", diz a nota.

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