Nesta terça-feira, 10, o jornal Extra noticiou que a influenciadora Jade Picon, ex-participante do "BBB 22", pode ser contratada como atriz na TV Globo.
Segundo a nota, Jade será o par romântico de Chay Suede na próxima novela da faixa das 21 horas da emissora, "Travessia", escrita por Glória Perez.
Jade Picon quer fazer curso de atuação ou apresentar algum programa. Crédito: João Cotta/Globo
Desde então, internautas e, principalmente, artistas passaram a criticar a possível escalação, já que a influenciadora não possui registro profissional e nunca fez cursos na área.
Na sede do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ), o telefone não parou de tocar após a notícia. “Recebemos em torno de 3 mil ligações”, relata Hugo Gross, presidente do sindicato, à reportagem.
Segundo ele, assim como em todas as profissões, o DRT, como é chamado o registro profissional do ator, é necessário para exercer o ofício. Por esse motivo, a influenciadora não pode atuar como atriz. “A lei é clara: não tem registro, não pode trabalhar”, aponta, se referindo à Lei 6533/78.
O presidente conta que até mesmo atores brasileiros que trabalham nos Estados Unidos precisam do DRT. Lá, o registro não é obrigatório, mas, de acordo com Hugo, a lei brasileira é respeitada no mundo todo.
Gross esclarece que não tem “absolutamente nada contra a Jade nem contra qualquer outra pessoa”, mas apenas defende o direito dos artistas. “Principalmente em um País em que estamos sendo massacrados e apedrejados”, lamenta.
Hugo Gross, que também já fez trabalhos na televisão, como nas novelas "O Profeta" e "Pão, Pão, Beijo, Beijo", acredita que, atualmente, emissoras televisivas banalizam a categoria e a classe artística.
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"Estão desrespeitando Carlos Vereza, Fernanda Montenegro, Othon Bastos, Vera Holtz, o falecido Chico Anysio, que realmente entendem da linguagem televisiva e dramatúrgica", afirma.
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