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Publicado em 14 de maio de 2022 às 09:36
Nesta terça-feira, 10, o jornal Extra noticiou que a influenciadora Jade Picon, ex-participante do "BBB 22", pode ser contratada como atriz na TV Globo.
Segundo a nota, Jade será o par romântico de Chay Suede na próxima novela da faixa das 21 horas da emissora, "Travessia", escrita por Glória Perez.
Desde então, internautas e, principalmente, artistas passaram a criticar a possível escalação, já que a influenciadora não possui registro profissional e nunca fez cursos na área.
Na sede do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ), o telefone não parou de tocar após a notícia. “Recebemos em torno de 3 mil ligações”, relata Hugo Gross, presidente do sindicato, à reportagem.
Segundo ele, assim como em todas as profissões, o DRT, como é chamado o registro profissional do ator, é necessário para exercer o ofício. Por esse motivo, a influenciadora não pode atuar como atriz. “A lei é clara: não tem registro, não pode trabalhar”, aponta, se referindo à Lei 6533/78.
O presidente conta que até mesmo atores brasileiros que trabalham nos Estados Unidos precisam do DRT. Lá, o registro não é obrigatório, mas, de acordo com Hugo, a lei brasileira é respeitada no mundo todo.
Gross esclarece que não tem “absolutamente nada contra a Jade nem contra qualquer outra pessoa”, mas apenas defende o direito dos artistas. “Principalmente em um País em que estamos sendo massacrados e apedrejados”, lamenta.
Hugo Gross, que também já fez trabalhos na televisão, como nas novelas "O Profeta" e "Pão, Pão, Beijo, Beijo", acredita que, atualmente, emissoras televisivas banalizam a categoria e a classe artística.
"Estão desrespeitando Carlos Vereza, Fernanda Montenegro, Othon Bastos, Vera Holtz, o falecido Chico Anysio, que realmente entendem da linguagem televisiva e dramatúrgica", afirma.
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