O ator Jeff Machado. Crédito: Reprodução/Instagram/@jeffmachadocosta
Suspeito do assassinato de Jeff Machado, Bruno de Souza Rodrigues negou ter assassinado o ator. Foragido, ele deu entrevista por telefone ao jornalista Roberto Cabrini. A conversa foi exibida no Domingo Espetacular (Record) deste domingo (5).
"Eu não matei o Jeff, e nem mataria. Nem ele e nenhuma outra pessoa", disse Rodrigues. "Se eu planejaria uma morte tão cruel dessa? Minha resposta é não, nunca, em hipótese alguma", afirma.
"Tenho colaborado com a polícia. Dando as informações, relatando os fatos e indicando o local do corpo na expectativa de que a polícia faça o trabalho de procura, que localize o Marcelo o quanto antes e confiando 100% total na minha defesa para que eles de fato consigam provar a minha inocência."
Advogado de Bruno, João Maia também foi entrevistado. O defensor expôs a versão do seu cliente, a de que um terceiro homem, de nome Marcelo, teria sido responsável pela morte de Jeff Machado.
A Polícia Civil afirma que as evidências apontam para o fato de que não havia uma quarta pessoa, além de Jeff, Bruno Rodrigues e o outro suspeito, Jeander Vinícius Braga, no local do crime.
O QUE MAIS DISSE A DEFESA DE BRUNO:
Falas de João Maia, advogado de Bruno Rodrigues, em entrevista ao Domingo Espetacular:
Bruno "insiste em dizer" que o crime foi cometido por um homem chamado Marcelo. "Eu não acredito que o Bruno vá mudar a versão dele. Ele relata para nós, e nós tivemos um trabalho incisivo perante o Bruno para entender o caso e ele insiste em dizer que efetivamente quem matou o Jefferson foi Marcelo e que ele foi coagido."
Defesa o orientou a confessar crime de ocultação de cadáver. "Nós percebemos que realmente era o caso do Bruno confessar o crime que ele praticou, que foi a ocultação de cadáver. Eles se dirigem até a casa em que o Jefferson foi enterrado, o Vinicius passa a noite cavando, o Bruno vai para casa, depois ele retorna e quando chega lá o baú já tá enterrado."
O crime de ocultação de cadáver está previsto no artigo 211 do Código Penal e tem pena prevista de um a três anos de reclusão. É uma pena bastante inferior à do crime de homicídio, previsto no artigo 121, que vai de seis até trinta anos de prisão, a depender dos agravantes e atenuantes possíveis.
O dito Marcelo teria cometido o crime por infecção por HIV. "O Bruno relata que a motivação do crime de Marcelo seria a possível transmissão de HIV, em razão desses atos sexuais sem preservativo, Cabrini?! Dizendo que o Jefferson era portador de HIV."
A MORTE DE JEFF MACHADO:
O corpo do ator Jeff Machado foi encontrado num baú em Campo Grande (RJ) no dia 22 de maio. Jeander Vinícius, um dos suspeitos do crime, foi preso na sexta-feira (2). O outro suspeito, Bruno de Souza Rodrigues, está foragido.
Jeff estava desaparecido há quatro meses. A família começou a suspeitar do sumiço no dia 27 de janeiro, e no dia 9 de fevereiro ele foi declarado desaparecido pela polícia.
Um vídeo divulgado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro mostra o momento exato em que o corpo do ator foi encontrado.
O QUE APONTAM AS INVESTIGAÇÕES:
Os suspeitos são Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga. Bruno era amigo de Jeff, prometeu um papel na novela ao ator e chegou a visitar a casa da vítima após a morte. Bruno também trabalhou na Globo, de onde foi demitido por justa causa. Segundo a polícia, Bruno e Jeander se conheciam há longa data.
Assassinato: Em depoimento, Jeander disse que Bruno dopou Jefferson com uma substância em um suco. Os três se dirigiram ao quarto da vítima, que achava que participaria de um ato sexual para uma plataforma de conteúdo adulto. Segundo o suspeito, no entanto, o ato não chegou a ser gravado. Ao entrar no quarto, Jefferson, dopado, foi estrangulado com um fio de telefone pelo Bruno.
Jeff acreditava que começaria a atuar em uma novela após pagar R$ 20 mil a Bruno por papel em produção: O crime aconteceu três dias antes da data em que a vítima acreditava que começaria a atuar em uma novela da Globo.
O crime foi premeditado: Segundo a delegada, o crime começou a ser planejado em 30 de novembro de 2022, quando Bruno alugou a quitinete onde o cadáver do Jefferson seria ocultado. O suspeito se passou por Jefferson para a proprietária do imóvel.
Crime aconteceu à tarde. A investigação aponta que o fato aconteceu entre 15h30 e 18h, porque, logo depois, Bruno iniciou uma série de ligações de cunho financeiro.
Corpo foi colocado no baú e transportado para casa onde foi ocultado. Tanto o baú quanto o carro eram de Jeff. Segundo a investigação, Jeander dirigiu e Bruno ficou no carona. Os dois optaram por um trajeto mais longo na tentativa de evitarem uma possível abordagem da polícia, mas não tiveram sucesso. Eles foram abordados por uma blitz, ultrapassaram o bloqueio e chegaram a entrar em perseguição, mas Jeander conseguiu despistar.
Ocultação do corpo: Os suspeitos levaram o cadáver para a quitinete alugada por Bruno, enterrando o baú no quintal da casa. Dias depois, um pedreiro foi contratado por Bruno para concretar o piso desse quintal.
A motivação do crime teria sido financeira: Jefferson iria cobrar o valor de R$ 20 mil que pagou para ter um papel em uma novela. Além disso, Bruno temia ser desqualificado como pessoa influente no meio artístico se Jeff expusesse a farsa do suspeito.
Bruno tentou vender carro e casa de Jeff: Ainda segundo a investigação, Bruno tentou vender o veículo da vítima em agências de automóvel, mas não conseguiu por não ter em mãos o documento de compra e venda do veículo. O suspeito também teria tentado vender uma casa de Jeff em Guaratiba, avaliada entre R$ 500 e R$ 600 mil, por R$ 250 mil.
Jeander disse ter recebido R$ 500 de Bruno para mentir à polícia: O suspeito disse ter recebido o valor para ratificar a narrativa de Bruno que um terceiro homem, chamado Marcelo, teria matado Jeff e coagido os reais suspeitos a realizar todos os atos. Depois, Jeander afirmou que Marcelo nunca existiu.
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