Toni Garrido acusa o ex-baterista do grupo, Lazão. Crédito: Reprodução @Tonigarrido
O cantor Toni Garrido, mais conhecido pela sua trajetória desde 1994 na banda de reggae Cidade Negra, acusa o ex-baterista do grupo, Lazão, de roubar seus equipamentos, vendê-los sem permissão e de agredir fisicamente ele e Bino, o baixista da banda. Procurado, Toni disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que está fora do Brasil e que não quer mais falar sobre o assunto. Ele, no entanto, confirmou as informações divulgadas pelo G1.
De acordo com a versão oficial do músico e jurado do The Voice+ (Globo), a relação com Lazão começou a ficar estremecida em 2014. Ele conta que o baterista em certa ocasião deu um soco em seu olho e também na boca de Bino. Atualmente, o Cidade Negra tem apenas o baixista e Toni à frente.
Outra acusação também é feita por Garrido. Segundo ele, Lazão teria roubado seus equipamentos e vendido durante a pandemia sem autorização. Toni conta que chegou a pedir para o engenheiro da banda ir à casa de Lazão buscar os instrumentos, mas ele teria sido impedido de entrar. Toni afirma ter gravações em áudio em que Lazão confirma que vendeu as guitarras, pois estariam podres e estragadas.
As brigas não param por aí. O registro do nome da banda é mais um problema que divide o Cidade Negra. Bino diz que foi ele quem inventou a marca. No INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), consta apenas o nome de Toni Garrido como dono dela desde 2019. Garrido afirma que ele foi o escolhido para ser dono por ser o único sem pendências judiciais no nome.
LAZÃO CITA EQUIPAMENTOS ABANDONADOS E QUER NOME DA BANDA
Advogado do baterista Lazão e dos demais integrantes, Nehemias Gueiros Jr. afirma em entrevista que tudo o que tem sido dito por Toni Garrido sobre brigas, roubos e confusões com Lazão seria para desviar o foco real do que ele chama de "cerne da questão": o registro do nome da banda.
Segundo Gueiros, o grupo Cidade Negra foi criado em 1986 por Lazão, Da Ghama, Bino e Ras Bernardo. "Com este nome, a banda foi contratada pela Sony Music e lançou dois discos que a consagraram como uma das melhores (senão a melhor) banda de reggae do Brasil. Foi somente em 1994 que Toni Garrido foi convidado a entrar para o grupo como cantor", afirma o advogado.
Porém, de acordo com o advogado, somente quando a banda e o nome Cidade Negra já estavam consolidados, em 2019, Toni resolveu registrar a marca.
"É inegável e inequívoco que o Toni é um grande artista, exímio cantor, enriqueceu muito o Cidade Negra, tem excelente presença de palco e é articulado. Mas registrar a marca em seu nome sozinho é inaceitável. Um nome que já existia quando ele chegou", diz.
Ele afirma que, neste momento, os ex-integrantes (com exceção de Bino, que está ao lado de Toni) querem reaver o nome do grupo, já que atualmente fazem turnê com uma outra banda de nome Originais Cidade, fundada em 2018.
Trata-se de uma ação na Justiça Federal contra o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) que busca modificar a situação da marca Cidade Negra. Ele diz que não é uma ação de indenização contra o Toni nem tem finalidade econômica ou pecuniária.
Perguntado a respeito das agressões que Toni e Bino alegam terem sofrido por parte do baterista Lazão, o advogado Nehemias Gueiros Jr afirma que "em toda banda há brigas e desentendimentos" e que isso é um "fato na história da música pop".
Já sobre um possível roubo e venda dos equipamentos que seriam de Garrido por parte de Lazão, o advogado afirma que os instrumentos estavam abandonados pelo cantor na casa de Lazão. E que depois que Toni saiu da banda pela segunda vez para perseguir sua carreira na TV e registrou a marca no nome dele, a banda ficou sem ter como exercer sua atividade artística.
"O Lazão ficou numa situação financeira muito delicada. Sem poder usar o nome que criou com seus colegas de banda fundadores, sem shows e, portanto, sem sustento."
Este vídeo pode te interessar
Se você notou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, clique no botão e nos avise, para que possamos corrigi-la o mais rápido o possível