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Publicado em 13 de novembro de 2022 às 08:00
Toni Garrido está a fim de experimentar novos ritmos. Consagrado no grupo Cidade Negra, e em reggaes como "Girassol" e "O Erê", o cantor e compositor carioca volta a navegar por outros sons, como a música eletrônica e a black music, em sua nova faixa, "Vai", disponível nas plataformas digitais.
"É uma composição que fala de coragem, de encarar os desafios e respirar livre", suspira o artista, em entrevista a "HZ" por videoconferência.
"Tinha muita curiosidade com a música eletrônica e sempre achei que ela combinava muito com a black music, da qual tenho muita influência. Quis fazer essa experiência nesse período solo, saindo um pouco do reggae, que sempre foi minha marca registrada", acredita Garrido, que esteve em Vitória na última semana participando de um evento de moda de Ivan Aguilar, conforme registrou a colunista Renata Rasselli.
"Vai" é o primeiro single de uma série de lançamentos que virão até o início de 2023. O material faz parte disco o "Baile Free", um projeto que conta com produção do renomado DJ Danny Dee, que trabalha com Garrido em sua atual turnê.
"Entre esse material novo que está por vir, há outra versão de 'Vai', com uma nova roupagem e um novo clipe. Além disso, vem uma música que contará com um feat (participação) especial. Talvez uma das parcerias mais importantes que fiz em minha carreira. Um astro da música que o Brasil inteiro ama, uma unanimidade...", despista, sem revelar o nome do cantor nem após ouvir inúmeras súplicas do repórter. Perguntamos se era Anitta, mas Garrido se calou...
Voltando a "Vai", o atual lançamento chega acompanhado por um clipe estiloso, que conta com direção de Daila Ferreira, realizadora com um trabalho voltado para causas relacionadas à violência contra a mulher.
"Pedi que a equipe de produção fosse toda formada por mulheres. Queria um clipe que falasse do preto 'para fora', da nossa realidade social. Tipo mostrar a força das pessoas discriminadas, sabe?", questiona, dizendo que o vídeo foi rodado no Rio de Janeiro.
"Foi na região da Saúde, Centro da Cidade. É uma área de contrastes. Possui prédios modernos, uma área financeira, mas também onde foi descoberto o Cemitério dos Pretos Novos, um ponto de resistência e memória", explica.
Engana-se quem pensa que Toni Garrido faz de "Baile Free" a única novidade para os próximos meses. "Estamos finalizando a gravação de um disco acústico, que contará com 18 faixas, entre inéditas e participações especiais. Também haverá gravações do Cidade Negra em outro formato", adianta, detalhando que, em breve, vai lançar um espaço digital que contará com todo o material produzido em sua carreira.
Em relação ao Cidade Negra, Toni afirma que a banda retorna em 2023, após quatro anos de hiato. "Estávamos fazendo uma reestrutura interna. Devo retornar com o Bino Farias em uma turnê pelo país. Os fãs estão pedindo esse retorno. Será um espetáculo que vai trazer grandes sucessos, além do lançamento de três faixas inéditas", indica.
Questionado se Vitória fará parte da "caravana", Garrido acena positivamente com a cabeça. "Amo o Espírito Santo, sempre fui bem recebido em todos os shows. Minha relação com o Estado é praticamente familiar. Nossa ligação, por conta do reggae, é muito forte. Sou muito amigo da turma do Manimal", responde, relembrando com carinho de sua amizade com Alexandre Lima, então vocalista da banda capixaba, em coma desde 2013 após sofrer um aneurisma cerebral.
Recordações à parte, Toni diz estar otimista em relação ao governo do novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que se inicia em janeiro de 2023.
"Primeiro, o novo presidente precisa resolver a fome que está assolando o país. Depois, pensamos no resto", desabafa. "Lula vai ter que governar para todos os brasileiros e tentar acabar com o ódio que se instaurou no país. Atualmente, parte da população acabou acreditando que possui a liberdade de revelar seus ódios e preconceitos", lamenta.
"(Lula) Tem que pensar em um governo de respeito. Lógico, também é preciso olhar para educação, a cultura e a saúde. Com esses pilares, as outras questões vão se encaminhar naturalmente", complementa, em tom de reflexão.
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