Veruska Donato, ex-jornalista da Rede Globo processa emissora por supostas dívidas trabalhistas e assédio moral. Crédito: Reprodução/Instagram @veruskadonato
Ex-jornalista da Rede Globo, Veruska Donato entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra a emissora carioca. A profissional alega ter sofrido assédio moral, sendo obrigada a alcançar um padrão de beleza imposto pela empresa. De acordo com Donato, tanta pressão fez com que desenvolvesse Síndrome de Burnout. A ação foi protocolada em 31 de janeiro.
O processo corre na 37ª Vara do Trabalho de São Paulo, com audiência marcada para 27 de março. Em caso de condenação, a Globo pode ter de pagar uma indenização de R$ 13 milhões.
Uma extensa reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta segunda (7), que teve acesso a um atestado médico da profissional, mostrou que Donato precisou se licenciar por 60 dias em 2021 para tratar transtornos emocionais ligados "às pressões do ambiente de trabalho". "Uma dessas pressões recaía justamente sobre a aparência dos repórteres", diz o processo.
A Folha também teve acesso a um e-mail de 2017, anexado ao documento. Na mensagem, a então chefe de jornalismo da emissora, Cristina Piasentini, orientava repórteres a evitarem roupas apertadas, pois elas "representam um perigo em potencial para o figurino", dizia o texto na época.
O comunicado anexado ao processo aponta, entre outros detalhes, que uma malha muito apertada marcaria detalhes que não deveriam ser evidentes, como "um estômago mais avantajado e barriguinhas persistentes".
PRESSÃO
A jornalista também ressalta na ação que a pressão por um corpo em forma piorou conforme ia se aproximando dos 50 anos. De acordo com relato de Veruska, qualquer flacidez, ruga ou gordura "fora do lugar", era alvo de críticas pelos chefes e pelo setor de figurino da emissora.
Após contrair Burnout, a profissional realizou exame no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e precisou ser afastada durante 77 dias. A licença durou até 28 de outubro de 2021. Cinco dias depois, foi desligada da empresa.
Conforme divulgado pela Folha de S. Paulo, a profissional trabalhou entre 2002 e 2019 como PJ, pessoa jurídica, mas mantinha uma rotina semelhante à de profissionais que trabalham em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Por isso, ela pede que a emissora pague verbas trabalhistas, como 13º salário e FGTS, referentes aos 17 anos em que atuou como PJ.
Além disso, alega que tinha estabilidade profissional de 12 meses devido à licença médica, ou seja, não poderia ser demitida nesse período, o que a emissora teria desrespeitado.
Atualmente, Veruska Donato é contratada da TVMS, afiliada da Record no Mato Grosso do Sul, e comanda o programa "Balanço da Manhã".
Este vídeo pode te interessar
Se você notou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, clique no botão e nos avise, para que possamos corrigi-la o mais rápido o possível