Ze Celso é intimado por ação de Silvio Santos contra árvore plantada em terreno de apresentador

Diretor ganhou ipê de presente de Fernanda Montenegro

Publicado em 07/06/2023 às 09h41
Casamento do diretor e dramaturgo Zé Celso e do ator Marcelo Drummond no Teatro Oficina, em São Paulo, na noite de 6 de junho

Casamento do diretor e dramaturgo Zé Celso e do ator Marcelo Drummond no Teatro Oficina, em São Paulo, na noite de 6 de junho. Crédito: Ronny Santos/Folhapress

A Justiça de São Paulo proibiu o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa de plantar uma árvore no terreno ao lado do teatro Oficina, na região central de São Paulo. A decisão, em caráter liminar, atende a um pedido do Grupo Silvio Santos, que é proprietário da área.

Zé Celso recebeu a intimação judicial nesta terça (6), dia em que se casa com Marcelo Drummond em uma grande celebração que reunirá artistas, políticos e intelectuais no Oficina.

Desde 1980, a área no entorno do teatro é centro de uma disputa que envolve Zé Celso e o dono do SBT. Silvio Santos pretendia construir ali um empreendimento imobiliário de três torres de até cem metros de altura. Já o diretor prefere que a área sedie o parque do rio Bexiga.

A árvore, um ipê, foi um presente dado aos noivos pelas atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha, que não poderão comparecer à cerimônia. Na semana passada, em conversa com a Folha de S.Paulo, Zé Celso disse que iria plantar a árvore no terreno que é alvo de todo o imbróglio. "O ipê vai praticamente abrir o parque", disse ele, na ocasião.

Diante do que foi considerado uma ameaça, a empresa Residencial Bela Vista, do qual o Grupo Silvio Santos é proprietário, entrou com o pedido de liminar para impedir a ação.

A juíza Juliana Koga Guimarães, da 39ª Vara Cível do Foro Central, concedeu a liminar e determinou multa de R$ 200 mil para qualquer ato praticado por Zé Celso que possa prejudicar a posse do terreno. Marcelo Drummond também foi intimado pela Justiça.

Em sua decisão, a magistrada afirma que os documentos apresentados pelo Grupo Silvio Santos demonstram que há legitimidade da empresa "para a defesa da posse exercida sobre o terreno em questão".

"Assim, tem a autora o direito de não ter sua posse turbada de qualquer forma, razão pela qual a liminar objetivada merece o deferimento deste juízo", diz.

A equipe que organiza o casamento dos dois chegou a convidar Silvio Santos para a celebração com uma sugestiva indicação de presente: que o empresário doasse aos noivos o terreno perto do Oficina.

"Mas no dia do casamento o que eles receberam foi, na verdade, uma intimação judicial de Silvio Santos", diz o ator Ricardo Bittencourt, organizador do evento.

Para Zé Celso, a decisão judicial não é uma surpresa. "É a vida como ela é. Vivemos no capitalismo. É muito mais fácil fazer o que eles fizeram [entrar com o pedido liminar] do que ter uma atitude de grandeza e generosidade e doar o terreno."

O dramaturgo diz que os seus advogados vão avaliar que medidas adotar diante da situação.

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