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Publicado em 1 de junho de 2022 às 11:36
Febre alta, tosse e dor no corpo são sintomas comuns da gripe. Ela é uma infecção viral causada pelo vírus Influenza que acomete o sistema respiratório superior e inferior. E, com a proximidade do inverno, é preciso cuidado para evitar a doença.
A infectologista Melissa Fonseca Andrade, da Rede Meridional/Kora Saúde, explica que a gripe é muito confundida com os resfriados e popularmente os quadros respiratórios são todos chamados de 'gripe'. "Existem várias diferenças entre essas duas doenças, porém as mais importantes são: a gripe é causada pelo vírus Influenza e o resfriado pelo vírus Rinovírus e algumas vezes o Parainfluenza. A gripe costuma ter febre e os sintomas são mais intensos e duram em média de sete a 10 dias. Enquanto isso, no resfriado os sintomas são mais leves, raramente tem febre, e a duração da doença é cerca de cinco dias".
Essas doenças ocorrem mais no inverno porque o clima frio e seco propicia maior replicação de ambos vírus e também permanecem mais infecciosos neste período facilitando a transmissão. "Além do que no frio as pessoas tendem a ficar mais próximas, por vezes juntas em casa em ambientes fechados, aumentando a transmissão. Apesar da fala 'não saia de casa sem um casaco que irá pegar um resfriado', o uso do casaco não evitará essas doenças", diz a médica.
A transmissão da doença se dá pelas gotículas expelidas pelo paciente doente ao falar, tossir, espirrar e podem ser inaladas diretamente pelo sistema respiratório ou contaminar ambientes próximos ao paciente que pode levar o vírus para os olhos, nariz ou boca. Assim a gripe é uma doença contagiosa e é transmitida de pessoa a pessoa.
A infectologista Anna Turdo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, conta que, geralmente, o vírus está na secreção respiratória do paciente infectado. "Assim, através do espirro e da tosse, ele pode contaminar pessoas em um raio de 1 a 2 metros. Esse risco é minimizado se o doente optar por utilizar máscara desde o início do quadro até resolução dos sintomas", explica. Outra forma de contágio é o contato direto com a secreção ou com objeto contaminado indiretamente. "A lavagem das mãos ou uso de álcool em gel deve ser incentivado".
Os principais sintomas da gripe são coriza nasal, dor de garganta, dores nos músculos, febre e dor de cabeça. O diagnóstico clínico se apoia nos sintomas do paciente e na circulação viral naquele momento, tornando provável o quadro ser decorrente do vírus Influenza que causa a gripe.
A infectologista explica que a gripe e o resfriado em pessoas saudáveis serão autolimitados, ou seja, de cinco a sete dias a doença melhora sozinha. "Pacientes grávidas ou com imunidade baixa, como pacientes com câncer, devem procurar o atendimento ainda no início dos sintomas. A maioria das infecções virais não tem tratamento específico. O Oseltamivir é uma medicação específica contra o vírus da Influenza, causadora da gripe. Mas nos estudos, vemos pouco benefício para pacientes sem fatores de risco e com quadro leve, já que a medicação pode ter efeitos colaterais e não ter a diminuição de sintomas leves com tempo muito menor do que a melhora natural do organismo teria. Assim, temos indicação específica da medicação em casos graves e pacientes de risco", diz Anna Turdo.
Melissa Fonseca Andrade diz que a principal forma de prevenção é a vacina contra Influenza que é anual e compreende o vírus H1N1 e os vírus que mais circularam no ano anterior e por vezes o Influenza B. "É indicada para todas as pessoas do grupo de risco de complicações, profissionais da saúde, das forças armadas/segurança pública e do sistema penitenciário. As contra indicações são alergias a proteína do ovo e, caso esteja com febre, a vacina deve ser adiada. A vacina é produzida com vírus inativo portanto não causa doença".
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