• Maria Sanz

    É artista e escritora, e como observadora do cotidiano, usa toda sua essência criativa na busca de entender a si mesma e o outro. É usuária das medicinas da palavra, da música, das cores e da dança

Amável (uma crônica sobre superpoderes)

Publicado em 05/03/2023 às 07h00
Previsões para o amor em dezembro de 2022

Amar é para os fortes, é para os loucos pela vida, é para aqueles que acreditam: algumas coisas não podem ser explicadas, nem entendidas. Só sentidas. Crédito: Personare

Diz que tudo que a vida quer é ser amada, pra poder amar nos de volta. Simples, né? Como em qualquer relacionamento…

Só que por aqui, o amor parece coisa de outro mundo!

E é mesmo. Mas seu projeto é se instalar entre nós. Haja visto que há mais de dois mil anos enviou para o nosso planeta um mensageiro ímpar, um revolucionário que trouxe a letra todinha, e tanto explicou e tanto ensinou, que acabou crucificado. É… A rapaziada da época não entendeu nada... Ou teve medo. Medo do desconhecido, do inexplicável.

Enfim, apesar de muito simples, o amor pode ser complexo para os que nele não acreditam. Estes que se empenham em fazê-lo parecer uma enorme bobagem.

Pudera, amar é para os fortes, é para os loucos pela vida, é para aqueles que acreditam: algumas coisas não podem ser explicadas, nem entendidas. Só sentidas.

O amor tem dessas coisas… Ele é um tipo de “serviço” prestado sem garantias. Ele não tem pretensões, nunca é interessado... E sobre ele há um precioso fato a ser lembrado: “querer ser amado” é diferente de ser amável.

Ser amável é o ser digno dele (assim diz o dicionário).

Legítimo, merecedor, ser aquele tipo de humano em quem a vida pode confiar... Fluir, tecer, fiar junto.

Taí, confiança é outra coisa séria!

Assim como o amor, a confiança é uma espécie de superpoder sobrenatural (desses sem explicação). Porque a confiança faz do sujeito um de super-herói: aquele para quem a vida é sempre milagrosa, e se transforma num piscar de olhos, ou com um simples gesto ou com a pura intenção do coração.

Pode parecer exagero, mas não é.

O poder de confiar (em si mesmo ou na vida, como queira) é um mérito, que bem pode ser espiritual… Quando adquirido ao longo de vidas passadas e recebido de presente nessa vida no ato do nascimento – mas isso é raro (deve ser); como também pode ser uma conquista que se realiza pouco a pouco ao longo dessa jornada mesmo – através da busca do autoconhecimento e da prática da ampliação da consciência.

Fato é que para “cofiar” precisamos estar em dia com o serviço aqui na dualidade: amar.

Quem ama pode confiar e quem confia é amável. Nenhuma das duas virtudes são “coisa fácil”. Ao contrário, como diria Lacan, amar é dar o que não se tem pra dar.

Amar não é obter.

É servir, é entregar!

Amar é poder confiar.

Amar é ser amável.

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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