'Apagões' de Pedro Scooby: veja condições que podem causar a situação

Neurologista explica que os apagões não devem ser considerados normais. É importante buscar orientação médica ao perceber quadros de desatenção ou perda da consciência

Surfista Pedro Scooby

Pedro Scooby  ganhou fama nas redes sociais por se desligar durante algumas conversas com outros brothers. Crédito: Fabio Rocha/Globo

O surfista Pedro Scooby tem se destacado no BBB 22. Integrante do top 10 da temporada, o carioca tem um jeito descolado de viver. Mas, durante o jogo, ele ganhou fama nas redes sociais por se desligar durante algumas conversas com outros brothers.

Em entrevista, João Victor Vianna, que é o irmão de Scooby, informou que a característica é de família. De acordo com João, ele e a mãe dos dois também compartilham desse comportamento. "Isso aí é de família. Eu sou assim, minha mãe também é assim. É uma herança que a gente teve de família. Não tem o que fazer", disse.

Cíntia Dicker, esposa de Pedro Scooby, usou a rede social para falar dos famosos ‘apagões’ do marido no “BBB 22“. A modelo negou que o surfista use substâncias ilícitas, como, por exemplo, a maconha. "Veio muito dessa pergunta, o Pedro já fumou na casa e eu já falei aqui algumas coisas: ele não fuma maconha, ele é assim mesmo, do jeito que é. Não fuma. Podem confiar", disse Cíntia.

Com o assunto em voga, muita gente questionou quando o comportamento como o do brother pode indicar quadros mais graves?

POR QUE ELES ACONTECEM?

A neurologista Julia Vescovi Vieira explica que os apagões nunca devem ser considerados normais e merecem sempre ser investigados. "Merecem especial atenção, se esses eventos ocorrem várias vezes ao dia e interferem nas atividades diárias da pessoa. O primeiro passo para o diagnóstico é a consulta médica, por isso é importante que algum familiar, ou alguma pessoa que conviva diretamente com o paciente esteja presente na consulta. Alguns exames médicos complementares também podem auxiliar no diagnóstico, como o eletroencefalograma e a ressonância magnética de crânio".

A médica conta que existem diversas causas do porquê esses 'apagões' acontecem. "Uma etiologia pode ser a epilepsia, mais especificamente as crises de ausência. Este é um tipo de epilepsia que o paciente fica irresponsivo por segundos. Elas acontecem por conta de mau funcionamento do cérebro, causado pela emissão de sinais, descargas ou impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios", diz Julia Vescovi Vieira.

Outra possível causa, que vem sendo associada a esses episódios, é o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), que entre os principais sinais estão a agitação, a inquietação, a dificuldade de permanecer atento em atividades longas ou repetitivas.

"O TDAH costuma aparecer ainda na infância, mas pode acompanhar o indivíduo por toda a vida e, na fase adulta, o transtorno se manifesta principalmente pela dificuldade em organizar e planejar atividades rotineiras"

"O TDAH costuma aparecer ainda na infância, mas pode acompanhar o indivíduo por toda a vida e, na fase adulta, o transtorno se manifesta principalmente pela dificuldade em organizar e planejar atividades rotineiras"

CASOS

Em alguns casos, 'apagões' mais intensos e/ou frequentes podem representar um quadro de epilepsia de ausência, por exemplo. Um quadro que geralmente se manifesta na infância, embora possa haver persistência até a vida adulta.

"As crises de ausência consistem em episódios de comprometimento da consciência, de início e término abruptos, acompanhados por algumas manifestações muito discretas, como movimentos repetitivos nas mãos e na boca, além de piscamento. As crises normalmente duram em torno de 4 a 20 segundos", diz a neurologista. 

Outra hipótese é ser o caso da parada comportamental, que é um fenômeno que mais comumente está descrito nas epilepsia focais. "Nele, a pessoa para de fazer o que estava fazendo de forma súbita, perde o contato com o meio externo por segundos e apresenta olhar fixo, que também pode ser direcionado rapidamente para cima. No momento deste evento, qualquer tentativa de interação com a pessoa não será correspondida, pois ela está 'fora do ar'. É importante ressaltar que a pessoa não tem ciência do episódio, embora perceba a passagem do tempo quando seu término é abrupto", ressalta Julia Vescovi Vieira. 

O recomendado é buscar orientação médica ao perceber que a desatenção ou quadros de perda da consciência causam prejuízos à qualidade de vida, relações, ao trabalho ou na aprendizagem. 

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