Asma: médica explica as complicações que a doença pode causar

A doença caracteriza-se pela inflamação e estreitamento das vias respiratórias, o que impede a passagem do ar e dificulta a respiração

Asma

As “bombinhas” são medicamentos utilizadas para o controle da asma na forma inalatória oral. Crédito: Shutterstock

Nesta quarta-feira, dia 21, tem início o inverno e também é o Dia Nacional de Controle da Asma, doença crônica das vias aéreas que atinge 20 milhões de brasileiros, crianças e adultos, e que piora nesta estação do ano. A doença caracteriza-se pela inflamação e estreitamento das vias respiratórias, o que impede a passagem do ar e dificulta a respiração. Não tem cura, mas o diagnóstico precoce pode melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes.

A doença pode causar falta de ar e dificuldade para respirar, sensação de aperto ou pressão no peito, respiração curta e rápida, chiado no peito e tosse. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas, e podem desencadear outros quadros, como insônia, fadiga diurna, redução dos níveis de atividade. 

Vários fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a asma. Entre os aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos, às variações climáticas e infecções virais (especialmente o vírus sincicial respiratório e rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente). "Para os fatores genéticos, destacam-se o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, como a asma", explica a médica especialista em alergia e imunologia, Juliana Salim, da Reuma.

"No inverno, o tempo seco prejudica as defesas do organismo. As mucosas das vias respiratórias ficam mais sensíveis, o que aumenta as chances de vírus e bactérias conseguirem se fixar na região"

"No inverno, o tempo seco prejudica as defesas do organismo. As mucosas das vias respiratórias ficam mais sensíveis, o que aumenta as chances de vírus e bactérias conseguirem se fixar na região"

Juliana Salim

Segundo o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), ligado ao Ministério da Saúde, ocorrem no Brasil, em média, 350 mil internações anualmente. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total), conforme o grupo etário considerado. Felizmente, vem-se observando uma queda no número de internações e mortes por asma no Brasil. Em uma década, o número caiu 49%.

TRATAMENTO

A médica conta que não existe qualquer exame clínico prévio para descobrir a pré-disposição asmática, por isso, lembrar-se do histórico familiar continua sendo a maneira mais eficiente de lidar com a doença. "O diagnóstico é baseado na avaliação do quadro clínico do paciente e num procedimento simples e não-invasivo chamado de espirometria, que mede a velocidade e a quantidade de ar que a pessoa é capaz de colocar para dentro e fora dos pulmões. Vale lembrar que, como o diagnóstico não é tão simples, os médicos costumam desconfiar de asma após quatro episódios seguidos de crise".

Existem tratamentos que ajudam no controle e alívio dos sintomas, além de amenizar os momentos de crise. "A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação: a chamada controladora ou de manutenção, que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma; e a de alívio ou de resgate, que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma", diz Juliana Salim. Para a asma grave, os imunobiológicos, que são remédios de última geração, têm se tornado um dos grandes aliados, como forma de complemento ao tratamento tradicional, se mostrando bastante eficazes.

Os exercícios físicos são bem-vindos para os asmáticos. Eles contribuem diretamente para melhorar a resistência pulmonar. "A natação, em especial, fortalece a musculatura respiratória. Contudo, é importante realizar acompanhamento médico para verificar se determinada prática é adequada ao tratamento, para evitar episódios de crise durante a prática de exercício", finaliza a médica.

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