Broncopneumonia: entenda a doença que impediu Lula de viajar

Presidente da República precisou cancelar a viagem à China por conta de uma broncopneumonia, doença inflamatória que afeta os pulmões

Vitória
Publicado em 27/03/2023 às 17h19
Lula

Lula foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana. Crédito: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula (PT) cancelou viagem à China por orientação médica. Lula foi diagnosticado com uma broncopneumonia, e os médicos recomendaram esperar o fim do ciclo de contágio da doença. 

A broncopneumonia é um tipo de pneumonia que causa inflamação nos alvéolos, estruturas dos nossos pulmões responsáveis pela troca de oxigênio com o sangue. "É uma doença inflamatória aguda que acomete as vias aéreas terminais (brônquios e bronquíolos) e o parênquima pulmonar alvéolos (estrutura onde ocorrem as trocas gasosas) e estruturas que os sustentam", explica Fabrício Smiderle, pneumologista da Samp.

O médico diz que geralmente a causa da pneumonia são os vírus e as bactérias que já se localizavam nas vias aéreas superiores (narinas, cavidades nasais, faringe e laringe) e, por falha nas defesas naturais do organismo do hospedeiro, entram no trato respiratório inferior (brônquios, bronquílos e alvéolos). "Também podem atingir as vias aéreas inferiores", diz Fabrício Smiderle. Fungos são organismos que também podem causar pneumonia, porém em situações menos comuns.

A pneumologista Jessica Polese diz que pneumonia é uma infecção das vias aéreas inferiores. "Ela pode ser viral ou bacteriana, e geralmente atinge o paciente quando seu sistema imunológico está fraco. Pode ser causada por vírus, fungos ou bactérias".

"Pode ser causada inicialmente por transmissão viral, pois temos vírus circulando normalmente em ambientes, mas os quadros desta infecção viral podem dar espaço para a infecção bacteriana. Também podem ser adquiridas em hospitais, quando o paciente já está debilitado, por outra doença, e pode atingir pacientes novos ou idosos"

"Pode ser causada inicialmente por transmissão viral, pois temos vírus circulando normalmente em ambientes, mas os quadros desta infecção viral podem dar espaço para a infecção bacteriana. Também podem ser adquiridas em hospitais, quando o paciente já está debilitado, por outra doença, e pode atingir pacientes novos ou idosos"

Jessica Polese

TRANSMISSÃO

As infecções virais de vias aéreas são sempre altamente contagiosas, de pessoa a pessoa, através de gotículas respiratórias contaminadas aspiradas e por contato de mucosa respiratória a secreções contaminadas. "Por isso a importância de sempre ter as mãos bem lavadas antes de coçar os olhos ou as narinas, por exemplo", diz Fabrício Smiderle.

Já as infecções bacterianas não apresentam alta taxa de contaminação pessoa a pessoa como é o caso dos vírus. "A colonização das vias aéreas superiores por bactérias costuma ocorrer ao longo de um tempo mais prolongado. Ainda assim, as vias aéreas que serão primariamente contaminadas serão as vias superiores. Para que se desenvolva pneumonia, precisa haver falha das defesas naturais do hospedeiro", explica o médico.

SINTOMAS

Em geral, suspeita-se de pneumonia em pacientes com manifestações de sintomas típicos de vias aéreas como tosse, produção de catarro e febre, além de sintomas mais graves, como respiração rápida e falta de ar. "A doença é identificada através de um exame clínico onde é identificado os sintomas e a necessidade de fazer um raio-x ou uma tomografia para confirmar o grau da infecção", diz Jessica Polese. 

Quando há suspeita de pneumonia bacteriana, os antibióticos são o tratamento. "Nos casos dos quadros virais, há pouca ou nenhuma medicação específica. Nesses casos, o paciente é acompanhado em consultas. Nos casos mais graves, com falta de ar evidente, o paciente é internado com a finalidade de manter o paciente estável até quando a própria defesa do hospedeiro conseguir controlar o processo inflamatório e infeccioso", diz Fabrício Smiderle.

A pneumonia é considerada grave quando o paciente não consegue manter a função do sistema respiratório com o mínimo de eficácia. "Quando isso ocorre, o paciente vai se queixar de muita falta de ar, prostração excessiva, sonolência ou irritabilidade, apresentar um esforço intenso para manter o processo de respirar", finaliza Fabrício Smiderle.

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