Roberto Justus foi diagnosticado com um câncer na bexiga . Crédito: Reprodução/Instagram
O empresário Roberto Justus contou que foi diagnosticado com um câncer na bexiga durante um check-up anual. Através do Instagram, o apresentador de 67 anos desabafou sobre o estado de saúde e não escondeu a preocupação.
“Durante um check-up que eu faço rigorosamente em dia, todos os anos, eu descobri um divertículo na bexiga, um cisto que tinha uma coisa sólida dentro. Meu urologista, resolveu que tínhamos que operar imediatamente, pois poderia ser um tumor maligno. Saberíamos isso só quando operássemos”.
Ele contou que durante a operação foi descoberto que era mesmo u câncer. "Então eu tinha um câncer de bexiga invasivo, só que foi tirado a tempo, porque eu peguei em um exame. E porque quando a gente trata de um assunto precocemente, o câncer não é uma sentença de morte para ninguém. 70, 80% dos casos de câncer precocemente tratados têm cura, é só você pesquisar”, explicou Roberto Justus.
Justus explicou que mesmo com a retirada do tumor, ainda fará quimioterapia. “O Dr. Fernando Maluf disse que eu vou fazer um tratamento preventivo para evitar que alguma célula [cancerígena] tenha escapado pro meu organismo". O apresentador fará quimioterapia preventiva durante 12 semanas, apenas 8 sessões.
O TUMOR
O câncer de bexiga se caracteriza como um tumor maligno que acomete as células que recobrem as paredes internas da bexiga. É o segundo tumor urológico mais incidente entre os homens (em primeiro lugar vem o de próstata). De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2022 serão registrados 7.590 novos casos entre os homens (e 3.050 entre as mulheres).
Sangue na urina, dor durante o ato de urinar e necessidade frequente de urinar, mas sem conseguir fazê-lo, podem ser sinais de alerta de diferentes doenças do aparelho urinário, inclusive do câncer de bexiga.
“O sintoma inicial em 80% dos casos é sangue na urina. A partir disso, deve ser realizado exame de imagem, de preferência tomografia de abdômen. O prognóstico depende da extensão de invasão da parede vesical. Se acometer somente a superfície interna da bexiga, chega a 90% de sobrevida em cinco anos. Caso invada toda a parede, pode cair a 40% em cinco anos”, explica Ubirajara Ferreira, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
"O câncer de bexiga é de duas a três vezes mais comum em homens e também afeta mais a população branca, no comparativo com as pessoas negras. A maior parte dos casos é diagnosticada após os 60 anos. Existem diferentes tipos de câncer de bexiga, mas o mais comum é o carcinoma urotelial de células transicionais"
Juliana Alvarenga
A oncologista Juliana Alvarenga conta que o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de bexiga é o tabagismo. "Entre 50 a 70% dos casos da doença estão associados ao cigarro. Outro fator de risco importante é a exposição a componentes químicos, que muitas vezes é ocupacional, ou seja, faz parte da rotina de trabalho do indivíduo em setores como indústria têxtil, de tintas e corantes, de metal e de borracha, entre outras".
Histórico familiar de câncer de bexiga e histórico de radioterapia também são fatores de risco, assim como o uso prolongado do quimioterápico chamado ciclofosfamida.
TRATAMENTO
O oncologista Wesley Vargas Moura, do Neon, explica que o tumor se caracteriza por uma multiplicação e disseminação da célula cancerosa. "Os primeiros sintomas geralmente são sangramentos que podem ser visíveis a olho nu ou achados em um exame de urina".
"Diante da apresentação clínica do sangramento, a cistoscopia (endoscopia da bexiga) é o exame inicial. Ela nos possibilita a biópsia do tumor. Os exames de imagem como ultrassom, a tomografia e principalmente a ressonância magnética ajudam a determinar o estágio da doença"
Wesley Vargas Moura
As formas de tratamento variam de acordo com o tipo e o estado da doença. Para tumores superficiais, é possível fazer a retirada por via endoscópica, chamada ressecção transuretral. Em outros casos, dependendo da profundidade e da localização do tumor, é possível fazer uma retirada parcial da bexiga, a cistectomia parcial. "Em casos de tumores menores, uma curetagem com quimioterapia intravesical (dentro da bexiga) pode resolver. Em casos mais graves, a indicação é a cirurgia com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, a imunoterapia tem sido muito bem usada e com boas respostas", explica Wesley Vargas Moura.
A médica Juliana Alvarenga ressalta que não existe exame de rotina para fazer diagnóstico precoce do câncer de bexiga. "Por isso é importante estabelecer um estilo de vida sem fumo e evitar o fumo passivo. Também se recomenda a ingestão abundante de água, principalmente se você tem contato frequente com produtos químicos, pois a alta ingestão de água ajuda a eliminar essas substâncias do organismo, agredindo menos as paredes da bexiga".
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