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Publicado em 28 de abril de 2022 às 07:00
O câncer de esôfago é uma lesão maligna que começa nas células que revestem o interior do esôfago, que é um órgão tubular, oco. Ele é igual um tubo de mais ou menos 25 centímetros de comprimento, que faz parte do sistema digestivo e liga a faringe na região do pescoço até no estômago. É por esse órgão que passa os alimentos sólidos, pastosos e os líquidos até chegar ao estômago.
Abril é o mês dedicado à conscientização sobre esse tipo de câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são mais de oito mil mortes por ano no Brasil por conta da doença e 11.390 novos casos estimados para 2022.
O tumor é classificado de acordo com as células que sofreram mutações e se multiplicaram desordenadamente. Existem dois tipos principais, o adenocarcinoma, que começa nas glândulas desse órgão e está associado à doença do refluxo e ao esôfago de Barrett, e o carcinoma de células escamosas, associado ao fumo e ao consumo de álcool. "O tipo mais frequente é o carcinoma de células escamosas ou epidermóide. Ele é responsável por mais de 90% dos casos tumores de esôfago, no terço superior e no terço médio", explica a oncologista Cintia Elaine Givigi, da Oncoclínicas ES.
Menos comum, o outro tipo é o adenocarcinoma. Ele surge principalmente na região da porção mais inferior do esôfago. Está mais relacionado com esofagite de refluxo, esôfago de Barrett.
A oncologista clínica Juliana Alvarenga Rocha conta que o principal sintoma de câncer de esôfago é a dificuldade para engolir. "Na fase inicial, essa dificuldade acontece com os alimentos sólidos. Em seguida, com os pastosos e, finalmente, com os líquidos. Por isso, grande parte das pessoas com a doença perde peso e apresenta anemia e desidratação".
O diagnóstico do câncer de esôfago só é possível por meio de uma biópsia. Geralmente, ela é feita durante uma endoscopia digestiva alta. "Se o diagnóstico do câncer de esôfago for confirmado, outros exames podem ser solicitados, como tomografia, broncoscopia, ecoendoscopia e PET scan, para verificar se o câncer se espalhou para os linfonodos e outros órgãos", diz Juliana Alvarenga Rocha.
Já para aqueles com doença mais avançada, é utilizado preferencialmente o tratamento trimodal, que combina a radioterapia e quimioterapia neoadjuvante e, posteriormente, complementa com o tratamento cirúrgico. Em determinados pacientes, é possível usar imunoterapia adjuvante após a cirurgia.
As médicas ressaltam que a prevenção se faz diretamente com os bons hábitos de vida. "A suspensão do tabagismo e do uso abusivo de álcool são as medidas mais importantes", diz Juliana Alvarenga Rocha. Outras medidas preventivas incluem ingestão de dietas ricas em frutas e vegetais, controle do peso e prática de atividade física.
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