Simony descobriu um câncer no intestino durante um exame de rotina. Crédito: Reprodução @simony
A cantora Simony, de 46 anos, descobriu um câncer no intestino durante um exame de rotina. Ela, que estava com uma íngua, fez uma colonoscopia que detectou um tumor na parte final do intestino, perto da região do ânus, chamado epidermoide. A cantora falou sobre o diagnóstico nesta quarta-feira (03).
"Por conta de uma íngua, fui fazer meus exames, importantíssimos, a colonoscopia, que eu nem sabia que a gente precisava fazer após os 45 anos. Por esse exame eu descobri um câncer. Estou muito forte, estou muito confiante. Nunca entrei numa briga para não sair ganhando", disse.
A DOENÇA
De acordo com o oncologista Fernando Maluf, que cuida da cantora, o câncer está localizado na parte final do intestino, perto da região do ânus."Esse é um tumor chamado epidermoide, que começou nesta região e tem alguns gânglios. Foi por causa de um desses gânglios na região da virilha, que a Simony percebeu que alguma coisa estava errada".
A oncologista clínica Juliana Alvarenga explica que câncer colorretal é o tipo de câncer de intestino mais comum. "Chamamos de câncer colorretal aqueles que se desenvolvem no intestino grosso e na porção final do intestino, chamada de reto. O reto é a porção imediatamente antes do ânus". O termo epidermoide se refere ao tipo de tumor. O mais comum dos tumores colorretais é o adenocarcinoma, mas existe também o epidermoide, sendo muito mais raro. Normalmente, os tumores epidermoides são mais comuns no ânus ou no canal anal.
Já ínguas é como são, popularmente, chamados os gânglios linfáticos quando eles estão aumentados. A presença de ínguas, na maioria das vezes, está associada a inflamações leves e passageiras do corpo, mas também existe a possibilidade de elas serem consequência de doenças autoimunes ou tumores.
A oncologista clínica Fernanda César de Oliveira, da Oncoclínicas, conta que o epidermóide atinge a camada mais externa da pele. "Geralmente é um câncer de canal anal provocado pelo vírus HPV". Ela diz que a colonoscopia é importante para diagnosticar o câncer colorretal, tanto de intestino quanto de reto. Já o câncer de canal anal é diagnosticado através da anuscopia ou proctoscopia.
O exame de sangue do marcador tumoral CEA (antígeno carcinoembrionário) pode ser feito antes e após o tratamento para acompanhar sua evolução, mas não pode ser utilizado para o diagnóstico. O exame não é 100% específico para câncer colorretal, mas pode ajudar no acompanhamento da evolução da doença ou na efetividade do tratamento, pois marca a atividade do cânceres no organismo.
"Muitas vezes, o paciente com um câncer colorretal possui um CEA elevado, o que demonstra atividade da doença elevada. Assim, quando fazemos o tratamento, o CEA normaliza, o que indica que o paciente está respondendo. Não existe indicação para realização de CEA para rastreamento da doença", diz Juliana Alvarenga.
OS SINTOMAS
Em estágios iniciais a doença pode ser assintomática. Com o crescimento do tumor podem começar a aparecer sintomas inespecíficos que acabam sendo negligenciados. Dessa forma, a doença é diagnosticada em estágios avançados. Quanto mais avançada a doença estiver, maior a taxa de letalidade.
"Os tumores em estágio avançado de desenvolvimento podem apresentar muitos sítios de metástases, extenso comprometimento do peritônio que é a membrana que reveste os intestino ou estarem muito aderido a outras estruturas abdominais, impedindo a realização de cirurgia para a retirada. Tudo isso revela uma doença avançada e dificulta o tratamento."
Juliana Alvarenga
Veja os sintomas mais frequentes do câncer de intestino:
- Sangue nas fezes;
- Alterações nos hábitos intestinais: diarreia e prisão de ventre alternados;
- Dores abdominais constantes, que não melhoram;
- Anemia sem causa aparente;
- Perda de peso sem causa aparente;
- Já no câncer de canal anal, o paciente pode apresentar gânglios aumentados na região da virilha, coceira, sangramento e lesão local
TRATAMENTO
O diagnóstico é realizado pela biópsia da lesão. Para tumores colorretais, opções como quimioterapia, radioterapia associada a quimioterapia ou cirurgia serão consideradas, dependendo do quadro de saúde e do estágio de desenvolvimento da doença, entre outras avaliações que serão feitas pela equipe médica.
"No caso de tumores metastáticos, as intervenções também variam, de acordo com as necessidades do paciente. Em alguns casos, pode ser feita uma colostomia, que é a exteriorização do intestino, na altura do abdômen, para eliminação das fezes, caso o paciente não consiga evacuar", explica Juliana Alvarenga.
Já no casos de tumores do canal anal, o tratamento definitivo é feito com quimioterapia e/ou radioterapia. A cirurgia não é o tratamento padrão, a não ser em casos de recidiva, quando ela essa possibilidade pode ser avaliada pela equipe médica.
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