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Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 18:49
O câncer no pâncreas é um tipo de tumor maligno que normalmente não leva ao aparecimento de sinais e sintomas nos estágios iniciais. A oncologista clínica Edelweiss Leite Soares, do Núcleo Especializado em Oncologia (Neon), explica que o tumor acomete o pâncreas, glândula responsável por produzir as enzimas digestivas e as jogar no intestino delgado para digerir as comidas e também pela produção de insulina.
"O câncer de pâncreas é responsável por 2% das neoplasias malignas. Cerca de dois terços dos casos acometem a cabeça pancreática, um terço o corpo e a cauda do pâncreas. A diferença é que quando é no corpo e na cauda, a pessoa quase não apresenta sintomas. Já quando é na cabeça do pâncreas, que é o mais comum, costuma dar icterícia, que se caracteriza pelo fato de o paciente ficar amarelo. Mas não é pelo tumor do pâncreas em si que o paciente fica amarelo, e sim porque o tumor na cabeça do pâncreas obstrui as vias biliares do fígado e da vesícula biliar, fazendo com que o paciente fique amarelo".
A médica explica que os sintomas do câncer de pâncreas são muitos inespecíficos. "Podem incluir dor abdominal, falta de fome, depressão, dor nas costas, sangramento, entre outros. Qualquer sintoma pode ser indicativo do câncer de pâncreas, no entanto, o mais específico é quando o paciente fica ictérico, ou seja, amarelo", diz Edelweiss Leite Soares.
A oncologista Carolina Nolasco Santana, da Oncoclinicas Espírito Santo, diz que é uma doença rara antes dos 45 anos, mas a sua incidência vem aumentando progressivamente nos últimos anos. "É mais prevalente nos homens e a faixa etária mais comum é entre 64-69 anos nos homens e entre 74-79 anos nas mulheres".
Os principais fatores de riscos externos são o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, a dieta rica em carne vermelha e alimentos multiprocessados e o consumo excessivo de bebida alcoólica. "Mas também algumas doenças estão correlacionadas com maior risco de apresentar um câncer de pâncreas. São elas: diabetes e resistência à insulina e infecção pelos vírus das hepatites B e C. Existem os casos que tem correlação com história familiar e predisposições a síndromes genéticas", diz Carolina Nolasco Santana.
O principal tratamento para a cura desse tumor é a cirurgia. Edelweiss Leite Soares explica que algumas vezes, é preciso fazer quimioterapia antes da cirurgia e, em outras, a quimioterapia é realizada após a cirurgia para ajudar o câncer a não voltar, não ter recidiva.
"Algumas vezes, o câncer é inoperável, então usamos mão da radioterapia e da quimioterapia. Quando está muito avançado, já com metástase, espalhado em outros órgãos, e a gente só usa a quimioterapia. Existem alguns tipos de quimioterapia, com nomes difíceis, e todas elas têm alguns efeito colateral, como baixa na imunidade, alopecia, mas a gente tenta fazer, dependendo de como o paciente está, o tratamento menos invasivo possível".
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a melhor forma de se prevenir do câncer de pâncreas é assumir um estilo de vida saudável. Evitar a exposição ao tabaco da forma ativa e passiva. Praticar atividade física regular e manter uma alimentação saudável, evitando ingestão de álcool, contribuem para manter nível de gordura corporal adequado e evitar o sobrepeso e a obesidade.
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