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Publicado em 29 de novembro de 2022 às 16:53
O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca) esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo o levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar na posição dos países da América Latina e Caribe com a maior incidência em câncer de pênis. O relatório do Globocan 2020 aponta também que foram diagnosticados, em todo o país, mais do que o dobro de casos no México (696 registros), o segundo maior em ocorrências do carcinoma entre os países da América Latina e Caribe. A terceira posição no ranking é ocupada pela Colômbia, com 550 casos.
A doença acomete o órgão genital masculino. "O principal sinal do câncer de pênis é uma anormalidade na pele do pênis, que pode ser desde uma úlcera, uma ferida, um caroço, ou manchas avermelhadas que sangram", explica o oncologista clínico Wesley Vargas Moura, do Neon.
O médico explica que o tumor acomete principalmente os homens mais velhos que não têm uma higiene adequada do pênis. "Quando o médico consegue observar a presença de nódulos, feridas ou de úlceras, como se estivessem infeccionadas, é possível fazer um diagnóstico mais precoce. É importante lembrar que homens jovens também podem ter a doença", Wesley Vargas Moura.
O urologista Carlos Henrique, da Oncoclínicas ES, diz que o principal sinal da doença são as feridas no pênis, que geralmente não cicatrizam após quatro semanas. "Os principais sintomas são as feridas, as úlceras genitais, seguidas de sangramentos. Os sangramentos na uretra, as lesões mais superficiais que a gente nota na glande, no prepúcio ou no corpo do pênis também são sinais da doença".
O médico conta que o principal fator de risco é a falta de higiene. "Outros fatores de risco são infecções por HPV e o tabagismo. Mas o principal é a falta de higiene e isso pode ocorrer nos homens com excesso de pele, que recobre a glande, e isso impede com que eles façam a sua higiene adequada. Quando não tem a higiene adequada da glande pode acumular suor, líquido seminal, líquido vaginal, e isso cria uma reação crônica, inflamatória entre a glande e o prepúcio, desenvolvendo o câncer de pênis".
Outro fator é a fimose, uma fibrose circunferencial do tecido do prepúcio que impede a exposição da glande. Este quadro pode aumentar em até sete vezes as chances de ter câncer de pênis.
Wesley Vargas Moura conta que é indispensável fazer uma limpeza diária no pênis com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. "É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados diariamente. Outra medida de prevenção é a vacinação contra o HPV, disponibilizada pelo SUS gratuitamente para meninos e meninas adolescentes", diz o oncologista.
O oncologista diz que o tratamento vai depender do estágio clínico do paciente. "Em casos iniciais, pode ser feito apenas radioterapia local. À medida que o estágio vai se aprofundando, ou seja, que a doença se torna mais grave, o tratamento precisa ser mais agressivo, sendo necessária, inclusive, a cirurgia de amputação total do pênis ou tratamento quimioterápico que, de maneira geral, não oferece chances de cura", diz Wesley Vargas Moura.
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