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Publicado em 31 de março de 2022 às 17:21
O câncer renal corresponde a 3% dos cânceres nos adultos, sendo mais comum na faixa etária dos 50 aos 70 anos. A doença ocorre duas vezes mais nos homens que nas mulheres e tem como fatores o tabagismo, a obesidade, a hipertensão e o histórico familiar que podem ajudar a desencadear a formação dos tumores.
Para alertar a população, março é considerado o mês de conscientização do câncer nos rins. Apesar do mês estar no fim, sempre vale lembrar da importância do diagnóstico precoce em qualquer época, já que os pacientes não sentem muitos sintomas com a doença em seu estágio inicial, período mais importante em se detectar o tumor para que as chances de cura sejam maiores.
A oncologista clínica Juliana Alvarenga conta que o principal fator de risco é o tabagismo. "Alguns outros fatores podem aumentar o risco, como a obesidade, a hipertensão, a doença renal crônica dialítica, a doença renal policística e a exposição ocupacional a derivados de petróleo. História familiar positiva, principalmente em parentes de primeiro grau, e determinadas síndromes genéticas também", diz.
A médica conta que, geralmente, o ultrassom é o primeiro exame a ser pedido, podendo ser complementado com tomografia ou ressonância de abdômen. "Mais da metade dos cânceres de rim são achados incidentalmente. Normalmente, o paciente faz um ultrassom ou tomografia por outro motivo e acaba sendo visualizado um nódulo no rim", diz Juliana Alvarenga.
Os sinais desse tumor são pouco comuns na fase inicial da doença. Mas, à medida que há progressão da doença, podem surgir alguns sintomas. Os principais são: o sangue na urina, o inchaço ou massa na região abdominal, a dor constante em região lombar, cansaço em excesso e perda de peso constante. Uma pequena parte das pessoas acometidas pelo câncer nos rins – de 6 a 10% - têm dores nos flancos, sangue na urina e massa abdominal palpável.
A médica conta que o tratamento é definido de acordo com a extensão da doença. No primeiro estágio, quando o tumor é menor que quatro centímetros, pode se realizar a nefrectomia parcial, crioablação ou radiofrequência, em casos selecionados.
Nos estadiamentos II e III, quando o tumor está restrito ao rim, o tratamento recomendado é a nefrectomia radical (a ressecção total do rim acometido). "Em paciente com alto risco de recidiva, deve-se considerar o tratamento adjuvante com imunoterapia por um ano", explica a oncologista clínica Carolina Nolasco, da Oncoclínicas-ES.
Já no estadiamento IV, quando o paciente apresente doença à distância de pequeno volume ou lesão única em outro órgão, principalmente no pulmão, recomenda-se avaliação, seguido de imunoterapia adjuvante por um ano. Nos pacientes com estadiamento IV, sem possibilidade de cirurgia, o tratamento indicado como primeira linha é a associação de imunoterapia e inibidor do crescimento vascular endotelial.
A oncologista Juliana Alvarenga explica que a cirurgia é realizada principalmente no tratamento da doença localizada. "Dependendo do tamanho do tumor e da presença de linfonodos, pode ser retirado apenas uma parte do rim acometido ou ser necessário a retirada do rim todo. A cirurgia pode ser por via aberta, videolaparoscópica ou robótica".
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