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Câncer de tireoide: entenda doença do cantor João Neto; veja os sintomas

O principal sinal é a presença de nódulo ou inchaço no pescoço. Além disso, rouquidão, tosse constante e dificuldade para engolir alimentos também podem indicar a suspeita de tumor

Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 16:30

João Neto revelou que está fazendo tratamento contra um câncer na tireóide
O cantor João Neto está fazendo tratamento para o câncer na tireoide Crédito: Flaney Gonzallez/Divulgação

O cantor João Neto, 42 anos, que faz dupla com Frederico, anunciou que está com um câncer na tireoide, diagnosticado em dezembro do ano passado por exames de rotina. Através de um comunicado da assessoria de empresa, o artista pediu orações dos fãs.

“Decidi compartilhar com vocês esse meu momento. É uma doença silenciosa, nunca senti absolutamente nada, e gostaria de deixar um alerta a todos para se cuidarem. Façam exames de rotina, é muito ruim ser pego de surpresa como eu fui”, declarou.  Além do tratamento, o sertanejo vai passar por uma cirurgia para retirar o carcinoma.

O câncer de tireoide tem origem na glândula, que está localizada na parte da frente do pescoço. "Ela é responsável por controlar o metabolismo do nosso corpo, a partir da produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Na maioria das vezes, os tumores encontrados na tireoide são benignos, mas é importante realizar os exames específicos para o diagnóstico correto", explica a oncologista Fernanda Cesar, da Oncoclínicas ES.

Esse tipo de câncer é três vezes mais frequente em mulheres. A médica conta que ainda não existe uma causa única que explique esse número, mas na literatura médica é possível encontrar alguns estudos que evidenciam as relações hormonais e alimentares com o câncer de tireoide.

"Entre os fatores de risco está a idade, já que esse tipo de câncer é mais comum em mulheres com idade entre 40 a 50 anos. Histórico familiar de câncer da tireoide e a exposição à radiação nessa região também podem aumentar as chances de desenvolvimento do tumor", diz Fernanda Cesar.

CIRURGIA

Marco Homero de Sá Santos, cirurgião de cabeça e pescoço, conta que normalmente é assintomático, mas, à medida que o nódulo cresce, pode provocar incômodo cervical ao engolir ou ao deitar-se, além de ficar mais visível no pescoço. "Tumores avançados podem levar a rouquidão e sensação de falta de ar", diz.

O diagnóstico do nódulo se dá pela junção da história clínica do paciente e exame físico associado ao ultrassom que direciona se o caso é suspeito para malignidade. "Por isso, é necessário realizar uma punção do nódulo (uma biópsia por agulha). Alguns casos somente serão diagnosticados após serem retirados através da cirurgia", diz Marco Homero de Sá.

O médico explica que a cirurgia sempre é a primeira opção. "A tireoidectomia pode ser parcial, quando se retira metade da glândula, ou total. É realizada sob anestesia geral, normalmente, através de um corte pequeno no pescoço. Existe, atualmente, uma técnica de tireoidectomia parcial onde a incisão é feita pela boca e, portanto, não deixa cicatriz. Por ser uma técnica nova, ainda está em evolução", ressalta Marco Homero de Sá.

"Em casos mais avançados, há também a necessidade de se retirar, além da tireoide, os gânglios linfáticos ao redor"

A oncologista Fernanda Cesar diz que, após a cirurgia, o paciente deve complementar o tratamento com doses terapêuticas de iodo radioativo para eliminar o tecido tumoral e evitar o retorno da doença. "Mas o tratamento depende do estágio do tumor e, em alguns casos, pode ser combinado com a radioterapia e quimioterapia, por exemplo".

A médica ressalta que a melhor forma de prevenção do câncer de tireoide é evitar a exposição à radiação e manter uma quantidade adequada de iodo na alimentação diária. "Se existe algum familiar com histórico para câncer de tiroide, também é indicada a realização de exames genéticos e de rastreamento".

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