Preta Gil teria foi diagnosticada com câncer no intestino. Crédito: Reprodução/Instagram @pretagil
A cantora Preta Gil, de 48 anos, foi diagnosticada com câncer no intestino cinco dias após ser internada. Ela usou a rede social para compartilhar o diagnóstico após exames terem apontado a presença de um tumor adenocarcinoma na porção final do intestino.
"Graças a Deus, hoje recebi um diagnóstico definitivo. Tenho um adenocarcinoma na porção final do intestino". Ainda no Instagram, a cantora se mostrou confiante e revelou que começa o tratamento na semana que vem, sem entrar em detalhes. "Inicio meu tratamento já na próxima segunda-feira e conto com a energia de todos para seguir tranquila e confiante", completou.
O adenocarcinoma é um tipo de câncer que se origina em tecidos glandulares que pode acometer vários segmentos do trato digestivo, incluindo o intestino grosso (cólon) e correspondem cerca de 95% dos casos de câncer colorretal. "Nas fases iniciais, o câncer de intestino geralmente não costuma causar sintomas, por isso é tão importante a realização de exames preventivos como a colonoscopia para a detecção precoce da doença", diz a ondologista clínica Carla Loss, do Neon. É importante ficar atento aos sinais da doença.
SINAIS DO CÂNCER DE INTESTINO
- Dor ou desconforto abdominal
- Alteração do hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre)
- Sangue nas fezes
- Emagrecimento sem causa aparente
- Anemia
- Fraqueza
A oncologista Juliana Alvarenga conta que também pode ocorrer a mudança no padrão de funcionamento do intestino. "Outra fator também que o paciente pode ter são mudanças na consistência das fezes, ele pode começar a fazer fezes em formato de fitas, aquelas fininhas ou em bolinhas, que é chamado de fezes de cabrito".
A médica diz que o câncer de intestino é o que está mais associado aos hábitos de vida. "O risco está em ter uma dieta rica em carne vermelha, em embutidos e industrializados. Obesidade, sedentarismo, história familiar positiva de câncer de colo também são fatores para termos atenção. Além de doenças inflamatórias intestinais, já que elas também podem estar relacionadas a um risco aumentado. O tabagismo também é um fator de risco", diz Juliana Alvarenga.
DIAGNÓSTICO
De acordo com Guilherme Miguez Costa, oncologista da Unimed Vitória, este é o tipo mais comum de câncer do intestino, tendo origem nas células epiteliais do órgão. "O câncer intestinal pode ser prevenido a partir da realização da colonoscopia, já que 90% dos tumores nascem como adenomas benignos que levam de 5 a 10 anos para se tornarem adenocarcinoma maligno. Desta forma, a colonoscopia, realizada a cada 3 a 5 anos a partir dos 45 anos, pode prevenir o surgimento de até 90% do câncer colorretal, retirando os adenomas antes de evoluírem para malignidade".
"Na colonoscopia, é possível identificar tanto as lesões precursoras (pólipos) quanto os adenocarcinomas, e retirar pequenos fragmentos (biópsias) para confirmar o diagnóstico, que irá orientar o tratamento nos casos mais avançados, ou já realizar o tratamento removendo essas lesões durante o próprio procedimento. Nas situações em que as lesões estão mais avançadas, com sintomas mais intensos, podem ser diagnosticadas através de outros exames, como tomografia ou ressonância"
Carla Loss
TRATAMENTO
O tratamento do câncer de colo depende do estadiamento do tumor. "A lesão que é muito inicial vai ser tratada apenas por cirurgia, que a gente chama de colectomia. E faz a ressecção de uma porção do intestino do paciente. Se essa lesão tiver algum fator de risco podemos associar uma quimioterapia adjuvante a depender desses fatores de risco", diz Juliana Alvarenga.
"Se o paciente tiver além da lesão do tumor no intestino, um comprometimento dos linfonodos da região, obrigatoriamente a gente precisa fazer quimioterapia. E se o tumor já estiver com metástase, faremos um tratamento com quimioterapia"
Juliana Alvarenga
A médica conta que o quarto estágio é o último no estagiamento clínico, ou seja, são aqueles em que a doença não está mais confinada só no intestino e já se espalhou para outros órgãos, como fígado ou pulmão. "Quando a gente consegue ressecar todas essas lesões metastáticas, porque tem uma quantidade pequena ou não invade nenhuma estrutura que impossibilitaria a cirurgia, conseguimos fazer a ressecção das lesões, opera o intestino e faz quimioterapia", diz Juliana Alvarenga.
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