![Virginia Fonseca](https://midias.agazeta.com.br/2022/05/20/virginia-fonseca-766885-article.jpg)
Virginia Fonseca foi internada no início da semana com fortes dores na cabeça. Crédito: Reprodução @Virginiafonseca
A influenciadora Virginia Fonseca, foi internada no início da semana com fortes dores na cabeça. Ela foi diagnosticada com cefaleia refratária, condição na qual a pessoa tem uma dor de cabeça que não passa com uso de medicamentos normalmente utilizados. Após três dias no hospital ela recebeu alta na última quarta-feira (18).
Virginia, que está no quarto mês de sua segunda gravidez contou que foi ao pronto-socorro para tratar uma crise de enxaqueca: "Odeio tomar remédio, quando eu comecei a sentir dor de cabeça fiquei naquela de 'vai passar' e não passou". De acordo com a influenciadora, isso acabou virando uma "crise pesada de enxaqueca", o que causou dor por mais de 8 dias. A internação e gravidade das dores chamaram a atenção de seus seguidores.
O QUE É?
O neurologista José Antonio Fiorot Júnior, da Rede Meridional/Kora Saúde, explica que a cefaleia refratária é toda dor de cabeça que não melhora com analgésicos, anti-inflamatórios e triptanos - estes últimos nos casos de enxaqueca, utilizados em monoterapia e na posologia correta.
"Toda cefaleia tem dor de cabeça. Os sintomas vão depender de qual é a causa da cefaleia. Por exemplo, na enxaqueca, a dor de cabeça costuma ser mais forte de um lado, tipo pulsátil, forte intensidade, com náuseas e vômitos, foto e fonofobia e piora com esforço físico. No caso da cefaleia tipo tensional, a dor de cabeça é bilateral, tipo peso e de menor intensidade que na enxaqueca", explica o médico.
Outro exemplo é uma cefaleia refratária causada por tumor cerebral. Nesses casos, além de dor de cabeça, quase sempre vai haver um déficit focal e crise convulsiva. "Nas meningites, além de dor de cabeça, existe febre e dor na nuca".
!["Toda dor de cabeça que não está melhorando, deve ser avaliada por médico, preferencialmente um neurologista. Muitas vezes, uma dor de cabeça que não está melhorando pode ser o primeiro sintoma de uma doença mais grave"](https://midias.agazeta.com.br/2022/05/20/245x245/jose-antonio-fiorot-junior-neurologista-766884.jpg)
"Toda dor de cabeça que não está melhorando, deve ser avaliada por médico, preferencialmente um neurologista. Muitas vezes, uma dor de cabeça que não está melhorando pode ser o primeiro sintoma de uma doença mais grave"
José Antonio Fiorot Júnior
Virginia, que é mãe de Maria Alice, está no quarto mês de gravidez. E no caso de grávidas, a dificuldade no tratamento é um pouco maior. "Elas representam um grande desafio para os neurologistas. Isto ocorre, pois a quase totalidade dos medicamentos disponíveis e eficazes no tratamento, devem ser evitados para reduzir o risco de malformações fetais. Isto é especialmente importante no primeiro trimestre de gravidez. E esse é justamente o período no qual a enxaqueca piora mais nas grávidas", conta José Antonio Fiorot Júnior.
TRATAMENTO
De modo geral, o tratamento da cefaleia refratária envolve o uso de medicamentos orais, venosos, subcutâneos e, mais recentemente, a toxina botulínica, além dos novos medicamentos imunobiológicos. O médico ressalta que é preciso entender que o tratamento é feito em duas etapas: o tratamento da crise e o tratamento profilático de novas crises. "À profilaxia é feita com uma série de medicamentos como: antidepressivos, betabloqueadores, anticonvulsivantes, entre outros".
Se a doença não for tratada pode ocorrer atraso no diagnóstico de doenças mais graves, além de aumentar o risco de transformação em cefaleia crônica diária, que vai prejudicar o desempenho profissional, acadêmico e aumentar o absentismo.
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