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Publicado em 4 de agosto de 2022 às 20:00
A cantora Simony revelou nesta quarta-feira, 3, que foi diagnosticada com um câncer no intestino. Ela, que estava com uma íngua, fez uma colonoscopia que detectou um tumor na parte final do intestino, perto da região do ânus, chamado epidermoide. "Por conta de uma íngua, fui fazer meus exames, importantíssimos, a colonoscopia, que eu nem sabia que a gente precisava fazer após os 45 anos", disse.
O exame que analisa o intestino grosso deve ser feito a partir dos 45 anos, mesmo quando não houver sintomas. Apesar desta recomendação, é comum que a colonoscopia acabe sendo esquecida em boa parte dos casos.
A oncologista clínica Juliana Alvarenga explica que a colonoscopia é um exame relativamente simples, que funciona como se a pessoa fosse fazer uma endoscopia, mas com a função de visualização do intestino e não do estômago. "Entra com o dispositivo endoscópico pelo ânus e consegue visualizar até a porção final do intestino delgado, passando por todo o intestino grosso. Dessa forma, além da visualização das imagens fornecidas pela câmera, é possível fazer a retirada de tecido para biópsias, retirada de pólipos, além de diagnósticos, como de câncer colorretal, da Doença de Crohn ou de Retocolite Ulcerativa".
Marília Majeski Colombo, gastroenterologista da Imunomed, explica que para o rastreio do câncer de intestino, é indicado que a colonoscopia seja realizada a partir dos 45 anos, tanto nos homens quanto nas mulheres, mesmo que não tenham sintoma. "O exame pode ainda estar indicado em idade mais precoce nos casos em que há um histórico familiar de câncer colorretal ou nos portadores de doenças inflamatórias intestinais".
A médica diz que o exame é capaz de detectar o câncer de intestino em suas fases mais precoces, antes mesmo que sejam iniciados sinais ou sintomas da doença, quando ainda há possibilidade de cura. "Mais importante ainda é a detecção e remoção das lesões precursoras, antes de se tornarem um câncer", diz Marília Majeski Colombo.
A médica Lucia Câmara de Castro Oliveira, membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, diz que a colonoscopia é o exame de prevenção do câncer do intestino mais importante. "Ele possibilita a detecção dos pólipos e a sua retirada. Os pólipos adenomatosos são precursores do câncer do intestino. A retirada dos pólipos então previne o desenvolvimento do câncer".
Antes da idade recomendada, a pessoa deve fazer o exame caso ela venha apresentando alguns dos chamados 'sinais de alarme', como sangramento nas fezes, anemia por falta de ferro de causa indeterminada, perda de peso não intencional, diarreia crônica ou dor abdominal persistente sem causa aparente. "Todo paciente com sintomas digestivos, principalmente o sangramento anal ou retal, mudança do ritmo intestinal e anemia, deve procurar o especialista", diz Lucia Câmara de Castro Oliveira.
Pessoas mais jovens com histórico de câncer colorretal na família devem procurar um médico para avaliar a necessidade e a frequência do rastreio. "Pessoas com histórico familiar de câncer colorretal devem fazer o rastreio também a partir dos 45 anos ou 10 anos antes da idade em que foi diagnosticado o câncer no parente de primeiro grau, como pai, mãe ou irmãos", diz Marília Majeski Colombo.
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