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Publicado em 23 de novembro de 2022 às 11:13
A hipertensão, popularmente conhecida como “pressão alta”, está relacionada com a força que o sangue faz contra as paredes das artérias para conseguir circular por todo o corpo. Ela acomete pessoas em todas as fases da vida. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em torno de 30% dos brasileiros possuem hipertensão.
O cardiologista Rafael Soares Rua, da Unimed Vitória, explica que é uma doença chamada de silenciosa, sendo estimado que quase 50% dos pacientes com hipertensão arterial não apresentam sintomas no início da doença. "Os sintomas só aparecem quando já temos o que chamamos de lesão de órgãos alvo: alteração da função renal com evolução para insuficiência renal, hipertrofia miocárdica com evolução para insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC)".
Os sintomas que envolvem a hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito. A pessoa pode ter tontura, dor de cabeça, alterações na visão, dor no peito, entre outros. Por isso, é importante ficar atenta aos fatores que desencadeiam na pressão alta.
O cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do InCor, diz que a hipertensão não tratada, portanto, não controlada, pode acarretar consequências no coração, no cérebro e nos rins. "No coração pode causar dilatação e falência cardíaca, principalmente pelo esforço que o coração tem que fazer para enfrentar o aumento de pressão dentro das artérias. Além disso, a hipertensão é fator de risco para o infarto do miocárdio, contribuindo para a formação de placas, pois a tensão maior na parede das artérias favorece a formação destas lesões".
No cérebro, a pressão alta é a principal causa de AVC ou derrame, que pode ser isquêmico (por oclusão da artéria da mesma forma que no infarto) ou hemorrágico, devido à ruptura dos pequenos vasos do cérebro. A hipertensão também é considerada hoje causa de demência cerebral, levando a problemas de memória, principalmente por alterar a irrigação sanguínea do cérebro. "Nos rins, a pressão não controlada pode agredir os pequenos vasos e células dos rins, diminuindo a capacidade de filtrar o sangue, podendo até levar à necessidade de diálise", explica o médico.
A partir dos 18 anos, é aconselhável que todo indivíduo tenha sua pressão arterial medida por um profissional de saúde pelo menos uma vez por ano, mesmo que tenha valores dentro da normalidade. O cardiologista Rafael Soares Rua lembra que, por ser uma doença crônica e na maioria das vezes assintomática, o uso de medicações para abaixar a pressão rapidamente só são necessárias quando o paciente já apresenta complicações dos níveis descontrolados de hipertensão arterial agudamente: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, encefalopatia hipertensivas, edema agudo de pulmão.
"Todos os sintomas relatados acima devem ser tratados sob supervisão médica e, em sua grande maioria das vezes, realizada em ambiente de pronto-socorro. Vale ressaltar que abaixar agudamente uma pressão arterial muito alta sem acompanhamento médico pode também ser ainda mais prejudicial ao paciente", diz Rafael Soares Rua.
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