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Conheça 5 fatores de risco para a pressão alta e saiba como prevenir

A doença é silenciosa, sendo que cerca de 50% dos pacientes com hipertensão arterial não apresentam sintomas no início da doença. Ingestão de sal, obesidade e idade são alguns dos fatores de risco

Publicado em 23 de novembro de 2022 às 11:13

Homem com pressão alta
A pressão arterial deve ser medida pelo menos uma vez por ano Crédito: Shutterstock

A hipertensão, popularmente conhecida como “pressão alta”, está relacionada com a força que o sangue faz contra as paredes das artérias para conseguir circular por todo o corpo. Ela acomete pessoas em todas as fases da vida. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em torno de 30% dos brasileiros possuem hipertensão.

O cardiologista  Rafael Soares Rua, da Unimed Vitória, explica que é uma doença chamada de silenciosa, sendo estimado que quase 50% dos pacientes com hipertensão arterial não apresentam sintomas no início da doença. "Os sintomas só aparecem quando já temos o que chamamos de lesão de órgãos alvo: alteração da função renal com evolução para insuficiência renal, hipertrofia miocárdica com evolução para insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC)". 

Os sintomas que envolvem a hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito. A pessoa pode ter tontura, dor de cabeça, alterações na visão, dor no peito, entre outros. Por isso, é importante ficar atenta aos fatores que desencadeiam na pressão alta. 

5 FATORES QUE PODEM DESENCADEAR NA PRESSÃO ALTA

  • Obesidade: estudos recentes já demonstraram uma relação inequívoca de aumento da circunferência abdominal e aumento dos níveis de pressão arterial. Estima-se que, em pacientes obesos e hipertensos, a diminuição de 1 quilo de peso pode resultar na diminuição de 1 mmHg nos níveis de pressão arterial. 

  • Ingesta de sal: o consumo de mais de 5 gramas de sal de cozinha demonstrou, em estudo recente, a elevação de 5-6 mmHg na pressão sistólica (pressão máxima) em relação aos pacientes que mantiveram um consumo menor que 2 gramas de sal.

  • Idade: com o passar dos anos os nossos vasos sanguíneos apresentam um processo natural de enrijecimento e diminuição da complacência das artérias, resultando no aumento da prevalência da hipertensão arterial com o aumento da idade. Estima-se que 65% dos pacientes acima de 60 anos apresentam hipertensão arterial sistêmica.

  • Álcool: apesar de estudos recentes considerando consumo leve a moderado de bebidas alcoólicas ter efeito benéfico sobre risco cardiovascular, a SBC não recomenda estimular indivíduos abstêmicos de álcool a iniciar seu consumo. A ingestão diária de mais de 30g de álcool/dia (equivalente a 1 garrafa de cerveja de 600ml ou duas taças de vinho) já evidenciaram impacto negativo do abuso do álcool em relação aos níveis de pressão arterial. Este limite ainda deve ser reduzido pela metade em mulheres, homens de baixo peso e idosos. 

  • Sedentarismo: existe uma associação direta entre o sedentarismo e aumento dos níveis de pressão arterial. Inquérito realizado no Brasil em 2019, segundo a SBC, evidenciou que até 52% das mulheres não atingiam um nível suficiente de atividade física, assim como 36% dos homens.

"A prevenção primária para a hipertensão arterial consiste no controle dos fatores de risco. É recomendado a adoção de um estilo de vida saudável desde a infância até a terceira idade, como o controle do peso, manter uma dieta saudável, fazer atividade física, manter o baixo consumo de sódio (menor que 2 gramas no dia), não fumar e evitar uso abusivo de bebidas alcoólicas"

COMPLICAÇÕES

O cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do InCor, diz que a hipertensão não tratada, portanto, não controlada, pode acarretar consequências no coração, no cérebro e nos rins. "No coração pode causar dilatação e falência cardíaca, principalmente pelo esforço que o coração tem que fazer para enfrentar o aumento de pressão dentro das artérias. Além disso, a hipertensão é fator de risco para o infarto do miocárdio, contribuindo para a formação de placas, pois a tensão maior na parede das artérias favorece a formação destas lesões".

No cérebro, a pressão alta é a principal causa de AVC ou derrame, que pode ser isquêmico (por oclusão da artéria da mesma forma que no infarto) ou hemorrágico, devido à ruptura dos pequenos vasos do cérebro. A hipertensão também é considerada hoje causa de demência cerebral, levando a problemas de memória, principalmente por alterar a irrigação sanguínea do cérebro. "Nos rins, a pressão não controlada pode agredir os pequenos vasos e células dos rins, diminuindo a capacidade de filtrar o sangue, podendo até levar à necessidade de diálise", explica o médico. 

A partir dos 18 anos, é aconselhável que todo indivíduo tenha sua pressão arterial medida por um profissional de saúde pelo menos uma vez por ano, mesmo que tenha valores dentro da normalidade. O cardiologista Rafael Soares Rua lembra que, por ser uma doença crônica e na maioria das vezes assintomática, o uso de medicações para abaixar a pressão rapidamente só são necessárias quando o paciente já apresenta complicações dos níveis descontrolados de hipertensão arterial agudamente: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, encefalopatia hipertensivas, edema agudo de pulmão.

"Todos os sintomas relatados acima devem ser tratados sob supervisão médica e, em sua grande maioria das vezes, realizada em ambiente de pronto-socorro. Vale ressaltar que abaixar agudamente uma pressão arterial muito alta sem acompanhamento médico pode também ser ainda mais prejudicial ao paciente", diz  Rafael Soares Rua. 

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