Colônia de Streptococcus em laboratório. Crédito: Shutterstock
Um caso de saúde pública tem chamado atenção de autoridades e veículos de comunicação nos últimos dias. Trata-se da morte de três crianças e a internação de outras quatro em São João del Rei, no interior de Minas Gerais. A situação assustou mães, que pediram a suspensão das aulas e foram atendidas pela Prefeitura.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica da cidade, ainda não existe comprovação do que pode ter provocado os óbitos. Entre as possibilidades investigadas pelas autoridades prevalece a suspeita de infecção bacteriana.
As bactérias investigadas pela Secretaria Municipal de Saúde e Fundação Ezequiel Dias (Funed) são a Streptococcus pyogenes e a Streptococcus sp. alfa-hemolítico. Isso porque a declaração de óbito da primeira vítima, um menino de 10 anos, apontava a bactéria Streptococcus pyogenes. Além dela, a divulgação de uma nota técnica da secretaria apontava que outra criança, uma menina de 9 anos, teve contato com a Streptococcus sp. alfa-hemolítico, mas já recebeu alta.
SINTOMAS
Segundo especialistas ouvidos pela Folha de S. Paulo e pelo G1, a Streptococcus pyogenes é uma bactéria comum, responsável por uma série de infecções nos seres humanos. Já a Streptococcus sp. alfa-hemolítico é mais rara e mais grave.
A primeira pode causar quadros leves como amigdalite, febre, dor no corpo, náuseas e vômitos, além de infecções de pele. Porém, em casos gravez pode resultar em pneumonia e septicemia, condição que em muitos casos leva o paciente à morte.
"Algumas cepas são muito agressivas e produzem toxinas que podem levar à morte do tecido. E é muito grave, porque a bactéria cai no sangue, se multiplica e pode invadir os órgãos, provocando a septicemia", explica o infectologista Marcelo Simão Ferreira, professor da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), ao jornal Folha de S. Paulo.
A segunda cepa pode causar infecções na garganta, no ouvido e na pele, e os quadros podem evoluir para febre reumática, insuficiência renal e síndrome do choque tóxico, podendo causar a morte do indivíduo.
TRANSMISSÃO E TRATAMENTO
Em ambos os casos, a transmissão se dá por meio gotículas contaminadas proveniente de contato próximo como beijos, espirros e tosses. Por isso, é comum que se multiplique entre crianças no ambiente escolar. "Essa bactéria pode ser encontrada em superfícies, de maneira geral. Nas carteiras, nos bebedouros e em outros objetos", disse Ferreira à Folha.
A melhor forma de evitar o contágio é a higiene das mãos e o não contato com pessoas infectadas. O tratamento é feito por antibióticos. Dependendo do caso, pode ser feito com dose única de penicilina. Os especialistas orientam os responsáveis a buscarem atendimento médico para os filhos assim que perceberem os primeiros sintomas.
*Com informações da Folha de S. Paulo, G1 e Metrópoles
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