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Publicado em 13 de julho de 2023 às 08:00
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o tumor maligno mais comum depois do câncer de pele. Além disso, é o tipo que mais causa mortes entre as mulheres. Em 2022, 66.280 casos novos foram estimados. Em 2020, ocorreram 17.825 mortes.
O câncer de mama ocorre quando as células mamárias sofrem mutações genéticas que as fazem crescer de forma descontrolada e formar um tumor. Essas mutações podem ser causadas por fatores genéticos, hormonais, ambientais, estilo de vida, entre outros.
Esse tipo de câncer pode começar em diferentes partes da mama, como ductos ou glândulas produtoras de leite, e pode se espalhar para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos ou órgãos distantes, através do sistema linfático ou do sangue.
Para rastrear a doença de forma precoce, pesquisadores criaram um exame que usa inteligência artificial e a termografia de precisão por contato. O dispositivo médico é capaz de identificar nódulos potencialmente cancerígenos em estágios precoces (3 mm) a partir dos 18 anos, além de auxiliar no rastreio de lesões mamárias, cistos e outras inflamações.
“É uma forma de rastreio válida. Quanto mais cedo você tiver um diagnóstico, mais chances tem de cura. Vale lembrar que ele vem para complementar os métodos e protocolos existentes, como ultrassom, mamografia e até o autoexame”, conta a ginecologista Bartyra Camara Gomes.
O aparelho tem cristais líquidos de alta precisão que medem as mais leves variações térmicas por meio do contato com as mamas, resultando em dados interpretados por algoritmos de inteligência artificial. Em cerca de 12 minutos, a ferramenta faz uma avaliação.
“O aparelho mapeia e compara as mamas, identificando assimetrias termais em pontos precisos que possam representar inflamações e riscos de lesões malignas. Com isso, a ultrassonografia e/ou mamografia podem trazer análises mais precisas a partir de uma atenção mais bem direcionada”, explica Ronald Lorentziadis, sócio-diretor da Biocare | Sparkia, empresa voltada ao setor de healthcare.
É um exame de rastreio voltado, principalmente, a mulheres mais jovens (abaixo de 40 anos), que normalmente não acessam os protocolos de acompanhamento de saúde da mama. O exame é não-invasivo, indolor, sem efeitos colaterais e sem emissão de radiação. Além disso, ele é validado por estudos publicados em periódicos científicos internacionais e tem certificação do Conformité Européenne (CE) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Uma vez detectado algum risco, recomenda-se que o médico aplique os protocolos que julgar mais apropriados. Normalmente, o resultado deve ser analisado da forma mais aprofundada, por meio de ultrassom direcionado à região onde foi apontado o problema, e, dependendo do histórico e da idade, indicação de mamografia. Se for o caso, o profissional pode pedir a biópsia. Tudo isso para minimizar um câncer tardio”, orienta Bartyra Camara Gomes.
Caso essa avaliação de rastreio seja considerada normal, o médico vai indicar quando a pessoa deverá refazer o exame. “Esse tipo de protocolo com inteligência artificial e termografia de contato permite que uma mesma paciente possa ser avaliada de forma frequente, durante as visitas de rotina, entre uma mamografia e outra, ou com a frequência sugerida pelo médico”, conclui Ronald Lorentziadis.
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