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Publicado em 5 de novembro de 2022 às 08:00
Tá na hora de colocar o tênis e sair. Se tem um exercício físico democrático, certamente é a corrida. Não importa se é no calçadão da praia, no parque ou até mesmo na rua, afinal são muitas as opções de locais a céu aberto para correr. E no caso do Espírito Santo, com o litoral e as montanhas, essa prática fica ainda mais bonita, leve e charmosa. Por isso, vamos entender um pouco mais sobre esse universo que está ganhando o coração dos capixabas.
O aposentado Adilson Ulhoa, de 70 anos, corre há mais de 38 anos. Ele conta que começou a praticar o esporte quando morava no Pará, sempre conciliando com o trabalho. Respeitando seu limite, começou aos poucos e depois não parou mais. Para o corredor experiente, ter uma boa noite de sono e uma dieta equilibrada é fundamental para conseguir aguentar as corridas rotineiras e também as maratonas mais longas.
“No início eram 5 km, depois fiz 10 km, passei para 12 km e hoje faço maratonas. Eu já saí de Setiba, no Sul do Estado, e fui até o Convento da Penha, um total de 56 km e oito horas de corrida. Também gosto muito de correr nas montanhas, ajuda muito na respiração e condicionamento físico. Acredito que o segredo para manter o pique na minha idade é ter uma boa alimentação e um bom descanso”, contou Adilson.
Além dele, quem também é apaixonada pela corrida de rua é Ana Paula Sereno, de 21 anos. No caso dela, o esporte ganhou um espaço importante e se tornou um objetivo de vida. No início do mês, a jovem capixaba conquistou o primeiro lugar no Campeonato Brasileiro de Aquathlon 2022, que envolve corrida e natação, em Olinda, Recife.
“Essa é a quarta vez que eu participo de um campeonato brasileiro, sempre pegando pódio. Dessa vez eu conquistei o primeiro lugar. A sensação é de superação, a gente se esforça muito para cumprir uma meta. Eu acho que o esporte traz esse sentimento de superação independente se o seu objetivo é disputar pódio. É através dele que você descobre que pode mais, estar sempre evoluindo”, ressaltou Ana Paula.
Para se ter uma ideia, já existem empresas especializadas no aperfeiçoamento dessa prática no Estado. Com um serviço de acompanhamento personalizado, essas assessorias auxiliam tanto quem deseja apenas correr por hobby quanto quem busca o tão esperado pódio nas tradicionais corridas de rua. O treinador físico Kadu Brito, da EVO Club Vitória, garante que qualquer pessoa pode correr. Segundo ele, é preciso entender as suas limitações e criar uma rotina de exercícios adequada para o seu perfil.
“Nós fazemos um diagnóstico do aluno. Alguns possuem algumas limitações, mas o nosso trabalho é corrigir essas particularidades na base. Para quem quer começar a correr, é bom entender alguns processos básicos, como adquirir um tênis adequado, usar roupas leves e começar trotando ou correndo bem devagar”, afirmou Kadu.
De acordo com a médica da Unimed, Gabriela Schimith, a corrida é um exercício completo. A prática, quando acompanhada por um profissional físico e também da saúde, pode ajudar no combate de doenças, fortalecimento do coração e ainda prolongar a vida.
“A corrida é uma atividade completa. Ela faz a gente tanto trabalhar o corpo, quanto exercitar a mente. Através dela, conseguimos perder peso e gerar hormônios de felicidade, que traz uma compensação para o corpo. Além disso, correr auxilia no condicionamento do coração, no controle dos batimentos cardíacos. O coração fica mais preparado para aguentar situações adversas”, afirmou.
“É muito importante que a pessoa procure um médico antes de começar a correr. Ainda mais se for de idade mais avançada, um cardiologista é fundamental nesse processo. A parte ortopédica é também necessária, como ter um bom tênis com amortecedor. Esse cuidado evita problemas futuros de joelho”, completou a médica.
Entre os benefícios da corrida estão a melhora do funcionamento de órgãos como pulmão e coração, melhora do sono e do bom humor, diminuição do estresse, prevenção da osteoporose e controle do colesterol.
Porém, para ter todos esses benefícios, é preciso tomar alguns cuidados para minimizar os riscos de entrar para as estatísticas de lesionados deste esporte, sendo a canelite a mais comum entre corredores, como explica o fisioterapeuta Luiz Felipe Giacomelli, especialista em Fisioterapia Esportiva e certificado pela Academia Americana de Exercícios Terapêuticos.
“A fratura por estresse, mais conhecida como canelite, ocorre devido a traumas repetitivos ou por esforços repentinos em excesso. É relativamente comum em atletas cujo esforço físico causado pelos treinos é repetido com tanta frequência que não há tempo para a cicatrização ou recuperação das lesões”, esclarece.
Ela pode acontecer em várias partes do corpo, mas a mais comum é na tíbia, ou seja, na canela. Daí o nome popular “canelite”. Geralmente, ela acontece nos corredores iniciantes, que se empolgam ao começar a correr e vão intensificando os treinos. Tudo sem acompanhamento adequado. O resultado é uma dor chata na canela, que pode passar depois de alguns dias de descanso, mas basta retornar para as corridas, que ela volta e, pior, ainda mais forte.
“Mas ela também pode acontecer em corredores experientes, quando aumentam repentinamente a frequência nos treinos, podendo também acontecer por desalinhamento das articulações, mau condicionamento, excesso de peso, alimentação inadequada”, esclarece Luiz Felipe.
Confira abaixo algumas dicas do fisioterapeuta:
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