João Armentano é um dos grandes nomes da arquitetura brasileira. Crédito: Divulgação Victor Affaro
Hoje, conheceremos um pouco mais do universo particular de João Armentano. Arquiteto, com 35 anos de atuação, é um dos grandes nomes da arquitetura brasileira. Ele esteve recentemente em Vitória para uma palestra, a convite do grupo Vix Design. E, gentilmente, aceitou nosso convite para compartilhar com nossos leitores um pouco mais da sua trajetória e do seu universo criativo.
Você poderia falar um pouco da sua infância e do seu contato com as artes e com a estética? Já havia alguma inclinação para a área de arquitetura? Havia algum vislumbre de que a carreira de arquiteto seria um caminho?
Nasci, literalmente, arquiteto. Nunca desejei ser piloto de Fórmula 1, bombeiro ou seguir qualquer outra profissão. Mergulhava em livros de arquitetura. Os colecionava. Gostava (e ainda gosto) de acompanhar, estudar e analisar construções. Nunca pensei em ter outra ocupação. Desde pequeno observava as construções; os espaços; suas formas e concepções. Sempre fui muito observador: isso ajuda muito na profissão de “criador”. Criação é uma soma de emoções, de sensações.
Conte um pouco sobre sua formação e início da carreira
Estudei no colégio Rio Branco. Quando concluí a faculdade, comecei trabalhando em parceria com outros arquitetos. Em 1987, abri meu próprio escritório e comecei a trabalhar sozinho, executando projetos arquitetônicos e de decoração de interiores.
Como todo o começo, não foi fácil... A maior dificuldade é você poder apresentar às pessoas seus sonhos, suas ideias... Logo, você tem que encontrar quem as compre, que confie no que você está propondo. A famosa propaganda “boca-a-boca" foi me trazendo os clientes.
Depois de alguns anos, um edifício que projetamos na Vila Nova Conceição, foi escolhido com outros sete prédios, como um dos oito melhores de São Paulo, em uma pesquisa feita pelo jornal Folha de São Paulo. Então, costumo dizer que este foi o momento em que meu trabalho foi descoberto pelas incorporadoras e construtoras. Além deste início, as mostras anuais da Casa Cor em São Paulo, me possibilitaram abrir os caminhos e expandir o universo destinado à criação de espaços por arquitetos.
Qual o arquiteto que mais admira e que tenha sido uma influência na sua carreira ou na escolha por essa carreira?
Os arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Niemeyer sempre foram as minhas referências estruturais e que acompanharam a minha formação na arquitetura.
Trabalhos de João Armentano
Você poderia citar um momento ou trabalho marcante da sua trajetória. Algo de que você tem boas memórias ou de que mais se orgulha de ter feito.
Em minha trajetória, as mostras, como Casa Cor e Mostra Black, foram as oportunidades que tive para realizar as minhas emoções e sonhos. Agradeço a oportunidade de tê-las em minha vida. Me orgulho também dos projetos inovadores de lofts São Paulo, prédios jovens atemporais e com muita personalidade. Atualmente, o projeto de interiores do Hotel Carmel Taíba, tem repercutido de uma forma bastante significante também.
Fale um pouco sobre seu processo criativo.
Estou 100 % do tempo vivendo um processo criativo. Acredito que todo criativo que é apaixonado pela arte, design e arquitetura identifique no dia a dia detalhes e inspirações cotidianas que aos poucos vão se desdobrando, até serem incorporadas em um novo conceito.
Atualmente em meu escritório, estamos trabalhando com a interface de um programa de modelagem BIM, o que me permite visualizar os projetos de uma maneira muito mais realista e coerente com meu projeto bidimensional inicial.
Qual é seu trabalho atual ou mais recente?
Como desdobramento do hotel Taíba, estamos caminhando com a elaboração do Hotel Carmel Icaraizinho. Estamos muito felizes com este projeto.
O que é arte para você?
Todas as expressões artísticas são muito significativas para mim. Cada uma, com sua forma de interpretação. Seja ela em linhas de um poema, na arte de uma imagem fotográfica, em uma escultura, na arquitetura ou pintura. É a maneira que temos de expressar o indizível, o que não é necessariamente traduzível.
Além do seu trabalho, como é seu contato com a arte, atualmente e durante a sua vida, nas mais diferentes vertentes?
Sempre fui criativo e senti necessidade de me expressar de alguma forma. Durante a pandemia voltei a pintar alguns quadros. Produzi muito enquanto estive isolado. Está sendo um escape para aliviar a mente neste momento tão delicado que vivemos.
Qual é o papel e a relevância da arte para a sociedade?
A arte está diretamente ligada à nossa cultura. A cultura é a base de conhecimento e criação de uma sociedade.
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