Colunista declara sua gratidão aos mestres educadores do Ensino Infantil. Crédito: Shutterstock
Esta é uma declaração de amor a todos os educadores dedicados ao Ensino Infantil. Como para todos, durante toda a infância a escola foi uma segunda casa para mim.
Lembro do pátio central, todo de pedrinhas pequeninas, cheio de grandes brinquedos de metal, coloridos com tinta especialmente brilhante – espessamente aplicada para criar um toque gentil, quase emborrachado.
O pátio também tinha balanços feitos de pneus e manilhas coloridas. Lembro das salas de aula no entorno, amplas, com janelões em arco. Cada uma com seu cantinho da higiene, uma enorme prateleira de livros, outra de brinquedos e uma mesa baixa, mas bem grandona, cercada de cadeirinhas pequenas.
Lembro dos personagens dos livros, feitos de papel cenário, tinta e purpurina, que eram do tamanho da gente e ficavam pregados nas paredes dos corredores. Lembro do uniforme que usava (uma jardineira jeans, com grandes botões cor de abóbora). E lembro, sobretudo, dos amigos que fiz ali. Muitos, com os quais ainda convivo. (Isso não é incrível? Eu tinha só 3 anos, mas fiz verdadeiros amigos).
Hoje é meu filho quem vive isso. E como mãe, confesso que basta chegar na escolinha em que ele estuda para também me sentir em casa.
É, o ensino infantil tem isso... Porque existe uma qualquer coisa de poesia em ver um pequeno ser aprender – e uma qualquer coisa grandiosa naquele que o ensina a fazer isso.
É um compromisso delicado, que e revela em detalhes, como na placa que há entrada da escolinha dizendo com letras infantis: "não pise na grama" – como se sabe, esta é uma lição que é tão valiosa para a criança quanto é para a grama. E que vai sendo cuidadosamente repetida dia após dia.
Desde o momento em que passo pelo portão para apanhar meu menino, me sinto acolhida; sigo andando pelo corredor e o vejo brincando no pátio, me sinto tranquila; recebo das professoras notícias sobre o dia, sinto o carinho, me sinto abraçada... Tal qual quando era menina.
Sou mãe curiosa. Gosto de entender o processo de crescimento do meu filho. E é justo quando aparece uma dúvida, ou uma curiosidade, que me sinto abraçada. É muito bom ter a certeza de que minhas perguntas serão conversadas e esclarecidas por profissionais que trabalham com o coração, que sabem perfeitamente como as crianças são, conhecem a personalidade de cada um deles, e têm sempre um sorriso no rosto, um conselho ou uma informação.
Gosto também de sentir que na escolinha, crianças são seres em construção – e não só mais um número, mais um aluno. Adoro que, do porteiro, até a coordenação, todo mundo sabe do nome e do jeito de cada um deles. E sabem ainda de detalhes que fazem toda diferença para mim, como, por exemplo, que na hora da janta, tem que ter tomate, pra ele comer feijão.
Sinto emoção ao ver meu menino feliz, seguro e bem cuidado, com autonomia e oportunidade de serem independentes com segurança.
E o melhor: todos os dias, quando vou buscá-lo, ele está invariavelmente, suado de tanto brincar, e implora: ‘ah, mamãe deixa eu brincar só mais um pouquinho?’ – sinceramente, não tem preço ouvi-lo pedindo para continuar na escola, onde já ficou o dia inteiro.
Portanto, por elas, e por mim, eu agradeço! E digo (enchendo o peito): como é bonito ver o trabalho daqueles que nos ajudam a fazer a criança, que nós mesmos fizemos, a se desenvolver.
Sabe que ontem mesmo, enquanto falava com a professora do meu filho, me dei conta de que em menos de seis meses, ela será outra pessoa. Fazer o que? Ele vai passar para outra turma e outras professoras virão. Em pouco tempo, outra "tia" vai ser a dona do seu pequenino coração.
Mas uma coisa é certa: o amor contido em cada gesto e cada palavra dirigida ao meu pequeno vai ser levado adiante. E também, ainda que bem pouquinho, vai ficar um "trisquinho" dele em cada uma delas.
Era isso,
Obrigada!
Obrigada a todos os educadores dedicados ao propósito de ensinar o pequeno humano o que é ser.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.
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