• Maria Sanz

    É artista e escritora, e como observadora do cotidiano, usa toda sua essência criativa na busca de entender a si mesma e o outro. É usuária das medicinas da palavra, da música, das cores e da dança

Crônica: Inteligência real

Publicado em 02/04/2023 às 07h05
grupo de amigos

Estamos finalmente cada vez mais conscientes e satisfeitos em fazermos parte de um grande "mosaico". Crédito: Shutterstock

Cris rema de manhã cedo, está cinco quilos acima do peso, nem pensa em dieta, namora Vivi e segue feliz; Bito mora num barco ancorado nas Ilha Mentawai e trabalha como cicerone de surfistas do mundo inteiro; Felipe trocou o escritório de engenharia por uma banda de jazz; Bia toca pandeiro, tem um carro elétrico e não quer ter filhos; Antônia vendeu o apartamento, comprou um sítio e sonha em viver de escrever livros. São todos amigos íntimos.

Graças a Deus, sempre fomos e sempre seremos completamente diferentes. Novidade é que nossos corações estão cada vez mais autênticos.

Estamos em plena transformação. (Você também sente?)

E se a humanidade está mudando é porque finalmente estamos descobrindo que é aquilo que sentimos que nos dá sentido. E ponto.

Já não é qualquer fala sobre felicidade e ou sucesso que consegue nossa atenção. Cada vez mais despertos, intuímos que a vibração causada por aquilo que nos faz bem, nos alegra ou nos danifica, acontece de dentro pra fora primordialmente.

Talvez sempre soubemos disso. Só não assumíamos...

Ao contrário, nos camuflávamos entre grupos de “ideais semelhantes” em troca de pertencimento, mas às custas da própria autenticidade.

Já faz tempo que nosso faro já vem dando seu recado: os padrões gerais determinados pelo senso comum farão cada vez menos sentido. Ora, se até a moda já morreu!

De modo que estamos literalmente saturados pelo que vem de fora.

E mesmo quando o assunto for a última novidade, como o último “bum” de imagem ou conteúdo gerado pela inteligência artificial, buscaremos primeiro o que disser nosso coração.

Eis aqui um outro fato: daqui pra frente, não serão os robôs que nos comoverão.

Aliás, os “bots” só serão uma bela “mão” criativa/digital, se assim soubermos aproveitá-los.

O ano é 2023 e nossa maior revolução é a conquista plena da diversidade!

Estamos finalmente cada vez mais conscientes e satisfeitos em fazermos parte de um grande "mosaico".

Abrimos mão de compor os traços estruturados que faziam sentido no quadro como um todo, para sermos peças absolutamente individuais, de cores e formatos únicos, de impacto meramente local. Que delícia não ter que impressionar mais ninguém, pensa!

Ou seja, enquanto indivíduos que valorizam os próprios sentimentos, estaremos cada vez mais assumidos! Assumindo o próprio desejo e empregando força na realização deles. E isso é lindo.

Por isso as particularidades ficam mais acentuadas e, consequentemente, também a representatividade.

Estamos livres para optar entre outros seres únicos que melhor se encaixarem às nossas lascas. Nos ligaremos ao outro ora por semelhança, ora por contraste. E criaremos uma harmonia natural, um círculo que orgânica ou acidentalmente se ligará a outro círculo e assim por diante.

Cada vez mais despadronizados. Ufa!

A inteligência artificial chegou para reforçar a nova ordem: sentimentos no comando geral!

E quanto mais humana for a voz que orienta a criação, maior o alcance. E quanto mais atalhos houverem para encontrarmos nossos próprios horários, trabalhos, famílias, casas, bairros, melhor.

Inteligência real para sermos todos naturalmente diferentes.

Multicoloridos! Criativos, de ordem extremamente particular, variando os matizes na busca do bem estar, interferindo, determinando e interagindo com o meio a partir do núcleo central.

– Do centro do peito para o mundo inteiro. Isso é o real.

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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