• Maria Sanz

    É artista e escritora, e como observadora do cotidiano, usa toda sua essência criativa na busca de entender a si mesma e o outro. É usuária das medicinas da palavra, da música, das cores e da dança

Crônica: Somos luz

Publicado em 24/12/2023 às 16h20
Somos luz

Somos luz. Crédito: Pexels

Quando um integrante da tribo Zulu encontra um companheiro, ele diz:

"Sawu bona" – eu te vejo.

E outro responde, "Sikona" – eu estou aqui.

Tão bonita essa maneira de dizer que sim, estamos neste mundo para nos relacionar e exaltar a existência daqueles que são importantes para nós. Da mesma forma que importamos para o outro, que nos saúda em retribuição, fortalecendo nossa presença.

Tão nobre "existir" para alguém. Tão nobre valorizar a "existência" alheia.

Mas não estou falando da mera presença física, essa de ossos e carne. Mas da presença d'alma, de um coração capaz de ser amoroso. Ouro! Do valor contido naquele que nos enxerga, que nos dá sentido, que nos acolhe e ilumina com a presença de sua luz.

E se hoje somos capazes de compreender isso, de receber e dar luz uns aos outros, é porque tivemos por aqui exímios professores.

Honremos a todos! Sem distinção de dogmas e credos. Sem critérios lógicos, sem preconceitos. Honremos o mistério. O ensinamento divino, simples, sagrado, supremo: amemos.

E hoje, 24 de Dezembro, honraremos especialmente o nascimento do Mestre que nos tocou definitivamente. Um mestre de carne, osso e espirito que revolucionou nosso modo de viver e provou que através do amor podemos sim, resplandecer.

Nota: pensa a hora em que Maria recebeu a visita do Espírito Santo, com a notícia de ela havia sido escolhida para gerar e criar o filho de Deus. Pensa. Pensa na apreensão que ela sentiu ao contar a novidade a José, seu próprio marido. Pensa no quanto foi difícil o caminho percorrido por eles até Belém. Pensa na perseguição, perigos, coragem, estrela guia, nascimento... Vida e destino Daquele que trouxe ao mundo a certeza do AMOR.

É muita gratidão!

Celebraremos hoje e sempre, então, a chegada dessa luz que ficou. Desse legado a ser cultivado, cultuado e comemorado. Porque independente da religião escolhida, somos todos agradecidos a mensagem divina que Ele trouxe e que revolucionou: "Amai-vos uns aos outros."

E não podia ser mais simples: ame ao próximo porque este gesto cria o elo da corrente que nos ascende – elevemos! Honrando a existência uns dos outros e a possibilidade de nos conhecermos. Honrando o Grande Espírito com o simples gesto de acreditar na força do Amor. – Força esta que Ele, pessoalmente, nos provou.

De modo que insisto: o cinismo, a falta de diálogo e de gentileza, a desonestidade e a falta de coragem para amar de verdade, ainda são as piores doenças da humanidade.

Estamos em processo de transição, isso é certo. Ampliando a consciência e buscando cada vez mais autoconhecimento. Mas, ainda estamos errando violentamente...

É preciso compreender de uma vez por todas que olhamos para o outro como olhamos para nós mesmos. "Eu te vejo" significa "eu me vejo nos seus olhos". Ou, se eu existo também é por causa de você.

Finalmente, a revolução do amor segue adiante, ainda que lentamente. E hoje é uma daquelas oportunidades de levante! Façamos bom uso dela, olhando uns aos outros com gratidão, fundando o amor onde estivermos. Dando Graças em celebração!

Feliz Natal!

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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