![Dermatite seborreica](https://midias.agazeta.com.br/2023/10/31/dermatite-seborreica-1911068-article.jpg)
A caspa é a forma mais frequente vista no consultório, e ela pode melhorar apenas com o uso do shampoo adequado. Crédito: Shutterstock
A dermatite seborreica é uma condição de pele que se manifesta com lesões descamativas, muitas vezes avermelhadas, recorrentes, que surgem nas regiões onde existe mais oleosidade na pele, como a face e o couro cabeludo.
"O couro cabeludo é o local onde vemos as lesões com maior frequência. Conhecida popularmente como caspa, essa forma de dermatite seborreica provoca descamação e prurido nesta região. Em casos mais intensos, a dermatite no couro cabeludo pode provocar descamação oleosa aderida à pele e com vermelhidão no local", explica a dermatologista Giane Giro.
Os sintomas mais comuns são a coceira e, às vezes, ardência nas lesões da pele. Algumas pessoas tem a descamação sem outros sintomas associados.
A forma mais comum que a dermatite se apresenta no corpo é a caspa no couro cabeludo. Já no rosto, as lesões avermelhadas e descamativas costumam aparecer nas sobrancelhas, na testa, nos cantos do nariz, nas bochechas e na área da barba. "Com menor frequência, as lesões podem se estender para outras áreas e acometer tronco e membros, priorizando as regiões com mais glândulas sebáceas e as dobras de pele", diz a médica.
Nos bebês, a dermatite seborreica provoca lesões com crostas amareladas no couro cabeludo ou uma dermatite na área das fraldas.
CAUSAS
Por ser uma condição crônica, há períodos de melhora e piora dos sintomas. A dermatologista conta que a dermatite seborreica pode ter melhora após o tratamento, mas não é possível prever quando as lesões irão retornar. "Alguns pacientes permanecem sem lesões por longos períodos, outros têm recidivas frequentes, sendo necessário usar medicação de manutenção", diz Giane Giro.
!["A causa exata é desconhecida. Existe uma predisposição genética e alguns fatores estão ligados ao aparecimento das lesões, como a oleosidade aumentada e a resposta imune a um fungo da flora normal da pele"](https://midias.agazeta.com.br/2023/01/23/245x245/giane-giro-dermatologista-955275.jpg)
"A causa exata é desconhecida. Existe uma predisposição genética e alguns fatores estão ligados ao aparecimento das lesões, como a oleosidade aumentada e a resposta imune a um fungo da flora normal da pele"
Giane Giro
Algumas doenças estão associadas a um maior risco de ter dermatite seborreica, como doença de Parkinson, infecção por HIV, rosácea, psoríase, entre outras. E também existe maior incidência das lesões durante o uso de alguns medicamentos, como o lítio.
A médica explica que, nas pessoas com predisposição a ter a dermatite seborreica, vários fatores podem desencadear as lesões. "Gatilhos comuns são a exposição ao clima frio e seco, estresse, banhos quentes demorados, uso de produtos oleosos na pele, alterações hormonais e consumo excessivo de álcool", diz Giane Giro.
A intensidade da dermatite seborreica é afetada pela atividade das glândulas sebáceas. "Sabemos que as glândulas sebáceas sofrem influência da dieta, alimentos com alto índice glicêmico, ricos em açúcar, por exemplo, podem aumentar a oleosidade da pele. O uso de alguns hormônios também pode aumentar a atividade das glândulas sebáceas, piorando os quadros de dermatite", ressalta Giane Giro.
TRATAMENTO
Existe tratamento para a melhora das lesões, porém elas sempre podem retornar, conforme a exposição aos fatores agravantes. Substâncias para eliminar a inflamação, a descamação e controlar a oleosidade da pele, mantendo a flora bacteriana saudável, podem ser usadas para a limpeza da pele e do couro cabeludo.
A caspa é a forma mais frequente de dermatite seborreica vista nos consultórios, e ela pode melhorar apenas com o uso do xampu adequado. "Existem várias opções de xampu anticaspa, com antifúngicos, reguladores da oleosidade e ceratolíticos para ajudar a remover a descamação. É importante evitar o contato de produtos oleosos, como cremes e condicionadores, no couro cabeludo, e lavar os cabelos na frequência correta, pelo menos em dias alternados", explica Giane Giro.
Nas lesões da face e corpo, e nos casos mais resistentes no couro cabeludo, associamos medicamentos com ação anti-inflamatória ou antifúngica, geralmente para uso local. "Nos casos mais resistentes, de difícil controle, pode ser indicado uso de medicação por via oral, como antifúngicos e até a isotretinoína oral em doses baixas", finaliza a médica.
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