Dermatite seborreica: causas, sintomas e como controlar

Os sintomas mais comuns da condição são o prurido e ardência nas lesões da pele. Algumas pessoas tem a descamação sem outros sintomas associados

Vitória
Publicado em 01/11/2023 às 17h52
Dermatite seborreica

A caspa é a forma mais frequente vista no consultório, e ela pode melhorar apenas com o uso do shampoo adequado. Crédito: Shutterstock

A dermatite seborreica é uma condição de pele que se manifesta com lesões descamativas, muitas vezes avermelhadas, recorrentes, que surgem nas regiões onde existe mais oleosidade na pele, como a face e o couro cabeludo. 

"O couro cabeludo é o local onde vemos as lesões com maior frequência. Conhecida popularmente como caspa, essa forma de dermatite seborreica provoca descamação e prurido nesta região. Em casos mais intensos, a dermatite no couro cabeludo pode provocar descamação oleosa aderida à pele e com vermelhidão no local", explica a dermatologista Giane Giro. 

Os sintomas mais comuns são a coceira e, às vezes, ardência nas lesões da pele. Algumas pessoas tem a descamação sem outros sintomas associados.

A forma mais comum que a dermatite se apresenta no corpo é a caspa no couro cabeludo. Já no rosto, as lesões avermelhadas e descamativas costumam aparecer nas sobrancelhas, na testa, nos cantos do nariz, nas bochechas e na área da barba. "Com menor frequência, as lesões podem se estender para outras áreas e acometer tronco e membros, priorizando as regiões com mais glândulas sebáceas e as dobras de pele", diz a médica.

Nos bebês, a dermatite seborreica provoca lesões com crostas amareladas no couro cabeludo ou uma dermatite na área das fraldas.

CAUSAS

Por ser uma condição crônica, há períodos de melhora e piora dos sintomas. A dermatologista conta que a dermatite seborreica pode ter melhora após o tratamento, mas não é possível prever quando as lesões irão retornar. "Alguns pacientes permanecem sem lesões por longos períodos, outros têm recidivas frequentes, sendo necessário usar medicação de manutenção", diz Giane Giro.

"A causa exata é desconhecida. Existe uma predisposição genética e alguns fatores estão ligados ao aparecimento das lesões, como a oleosidade aumentada e a resposta imune a um fungo da flora normal da pele"

"A causa exata é desconhecida. Existe uma predisposição genética e alguns fatores estão ligados ao aparecimento das lesões, como a oleosidade aumentada e a resposta imune a um fungo da flora normal da pele"

Giane Giro

Algumas doenças estão associadas a um maior risco de ter dermatite seborreica, como doença de Parkinson, infecção por HIV, rosácea, psoríase, entre outras. E também existe maior incidência das lesões durante o uso de alguns medicamentos, como o lítio.

A médica explica que, nas pessoas com predisposição a ter a dermatite seborreica, vários fatores podem desencadear as lesões. "Gatilhos comuns são a exposição ao clima frio e seco, estresse, banhos quentes demorados, uso de produtos oleosos na pele, alterações hormonais e consumo excessivo de álcool", diz Giane Giro.

A intensidade da dermatite seborreica é afetada pela atividade das glândulas sebáceas. "Sabemos que as glândulas sebáceas sofrem influência da dieta, alimentos com alto índice glicêmico, ricos em açúcar, por exemplo, podem aumentar a oleosidade da pele. O uso de alguns hormônios também pode aumentar a atividade das glândulas sebáceas, piorando os quadros de dermatite", ressalta Giane Giro.

TRATAMENTO

Existe tratamento para a melhora das lesões, porém elas sempre podem retornar, conforme a exposição aos fatores agravantes. Substâncias para eliminar a inflamação, a descamação e controlar a oleosidade da pele, mantendo a flora bacteriana saudável, podem ser usadas para a limpeza da pele e do couro cabeludo.

A caspa é a forma mais frequente de dermatite seborreica vista nos consultórios, e ela pode melhorar apenas com o uso do xampu adequado. "Existem várias opções de xampu anticaspa, com antifúngicos, reguladores da oleosidade e ceratolíticos para ajudar a remover a descamação. É importante evitar o contato de produtos oleosos, como cremes e condicionadores, no couro cabeludo, e lavar os cabelos na frequência correta, pelo menos em dias alternados", explica Giane Giro.

Nas lesões da face e corpo, e nos casos mais resistentes no couro cabeludo, associamos medicamentos com ação anti-inflamatória ou antifúngica, geralmente para uso local. "Nos casos mais resistentes, de difícil controle, pode ser indicado uso de medicação por via oral, como antifúngicos e até a isotretinoína oral em doses baixas", finaliza a médica.

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